Direção: Robert Gordon
Roteiro: George Worthing Yales,
Hal Smith
Produção: Charles H. Schneer, Sam Katzman (Produtor Executivo)
Elenco: Kenneth Tobey, Faith Domergue, Donald Curtis, Ian Keith,
Dean Maddox Jr.
Uma das coisas mais legais dos
filmes B dos anos 50 são seus títulos. Depois de It Came from Outer Space,
que aqui ganhou o título de A Ameaça que Veio do Espaço, agora temos o It Came from
Beneath the Sea, que no Brasil foi traduzido com um título tão fantástico
quando o original: O Monstro do Mar Revolto. Fale se não enche a boca de se
falar O Monstro do Mar Revolto? Tem um puta impacto! Mas enfim, deixando
minhas divagações sobe nomes de filmes à parte, temos aqui mais um famoso
exemplar, medo pós-moderno (daquela época) da era atômica. E dessa vez, o bicho
escolhido é um polvo. Talvez em algum momento da sua vida, você já deve ter
visto alguma cena desse filme em algum lugar, muito provavelmente sendo exibida
em outro filme. Principalmente a cena em que um polvo gigantesco de massinha
está com seus tentáculos enrolados na Golden Gate em São Francisco. Essa é a
cena mais antológica de O Monstro do Mar Revolto. Bom, a explicação para
um molusco dessa magnitude fica na conta dos testes nucleares com bombas H
realizados no pacífico, mais precisamente próximo das Ilhas Marshall, que
despertaram o polvo que vivia nas fossas abissais e transformaram-no em uma
criatura gigantesca e radioativa, que teve que emergir para a superfície já
que, segundo a explicação científica do filme, os peixes, sua refeição natural,
possuem uma espécie de contador Geiger interno, e com isso conseguiam detectar
a presença do predador radioativo e escapar da morte certa. Com fome, sobrou
para os humanos entrarem na cadeia alimentar do cefalópode. Bom, no começo do
filme somos apresentados ao Comodoro Pete Mathews (Kenneth Tobey), que em seu
submarino nuclear navegando nas costas do Pacífico, tem o veículo atacado pelo
polvo. Sem saber o que os atingiu, eles levam uma amostra da criatura que ficou
presa no submarino para os experts em biologia marinha, o Dr. John Carter
(Donald Curtis) e a independente, segura e bela Prof.ª Lesley Joyce (Faith
Domergue) estudarem o material, e depois de semanas e semanas enfurnados no
laboratório, deduzirem que foi realmente um polvo gigante que os atacou. Claro
que os dois vão virar motivo de chacota da Marinha, exceto por Pete Mathews,
que fica perdidamente apaixonado por Lesley. Só que contrariando o estereótipo
da mulher servil dos anos 50, Lesley é bocuda, independente e coloca em
primeiro lugar sua carreira, não sendo submissa a nenhum homem e não
pretendendo deixar de lado sua vida e futuro por um marido. Inclusive ao
questionar o Dr. Carter sobre isso, Mathews fica atônito com esse “novo tipo de
mulher”, segundo o cientista define. Enfim, a Marinha só vai acreditar neles
quando um navio é atacado pelo terríveis tentáculos do polvo gigante e os
testemunhos da tripulação que escapou com vida corroborarem com a tese do
molusco titã. Até que em um acesso de fúria, o monstro passa a atacar a baía de
São Francisco, espalhando o caos e destruindo a cidade com seus longilíneos
tentáculos e claro, despedaçar a Golden Gate, na cena já citada acima. Óbvio
que o visual do monstro é divertidíssimo. Criado pelo mago Ray Harryhausen,
especialista na arte do stop-motion, que tem em seu currículo filmes
como O Monstro do Mundo Proibido (que é a versão original do filme de
gorila Poderoso Joe) e O Monstro do Mar (outro título original
incrível: The Beast from 20,000 Fathons) Ele é o responsável pelo polvo de
massinha com seis tentáculos (isso, são seis, porque por problemas de orçamentos
típicos dos filmes B, ele teve de ter dois tentáculos a menos do que qualquer
octópode normal). Depois, as cenas em stop-motion foram jogadas em
sobreposição com as cenas da cidade ou da praia, além da utilização de
maquetes. Uma pena só o polvo não usar uma de suas armas mais mortais da
natureza: o seu jato de tinta naquim. Mas enfim (até rimou). O Monstro do Mar
Revolto é uma daquelas fitas imperdíveis para quem é fanático pelos filmes
de monstro que literalmente invadiram o cinema de terror e ficção científica
dos anos 50. Impossível passar incólume sem um sorriso no rosto quando se vê o
cefalópode gigante aterrorizando tanto o mar quanto a terra. Trash de
primeira classe.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2013/02/06/80-o-monstro-do-mar-revolto-1955/
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