sábado, 21 de março de 2015

#097 1957 O ESCORPIÃO NEGRO (The Black Scorpion, EUA)


Direção: Edward Ludwig
Roteiro: David Duncan, Robert Blees, Paul Yawitz (história)
Produção: Jack Dietz, Frank Melford
Elenco: Richard Denning, Mara Corday, Carlos Rivas, Mario Navarro, Calors Muzquiz

O Escorpião Negro é mais um dos famosos filmes do ciclo Big Bugs. Mas espere! Um escorpião é um aracnídeo, e não um inseto. Tudo bem, não tem problema. Ele faz parte desse subgênero do mesmo jeito, fazendo companhia à aranhas (também aracnídeos), formigas e até um louva-a-deus, que já tentaram destruir a humanidade como conhecemos. Embarcando no sucesso comercial que esses filmes de animais gigantes faziam na década de 50, posso dizer que O Escorpião Negro é a produção com a técnica mais apurada entre todos seus irmãos, falando no quesito efeitos especiais. Claro, não dá para dizer: olhe que efeitos especiais fantásticos. Chupa Peter Jackson! Mas a combinação de três técnicas diferentes, o stop-motion, sobreposição de imagens de escorpiões de verdade e mecatrônicos, até que fica bem interessante de ser ver. Com relação aos efeitos em stop-motion dos escorpiões, o responsável é Willis O’Brien, que fez parte de nada menos que a equipe de criação dos efeitos de animação do King Kong original, e havia trabalhado com o mestre Ray Harryhausen em Mighty Joe Young em 1949. O Escorpião Negro foi um de seus últimos projetos e veja só, em sua equipe, ele contou com a ajuda de Pete Peterson e Ralph Hammeras, responsáveis pela bomba sem precedentes O Ataque vem do Polo. Nada como um filme após o outro. E assim, os efeitos estão realmente satisfatórios. Claro que estamos falando de um filme feito há quase 60 anos. Os escorpiões de massinha nas maquetes que representam as planícies do deserto do México são até que convincentes. Incluindo isso os seus ataques aos humanos. Uma das cenas que mais chamam atenção é quando os aracnídeos anabolizados atacam um trem em movimento, descarrilhando-o e pinçando os pobres passageiros para dar-lhes um final trágico. Mas claro que nem tudo são flores. As cenas de sobreposição de imagens, onde os escorpiões de verdade são jogados na cidade com os pequenos humanos fugindo, quase nem dá para se ver o animal, e sim um borrão preto na tela. Já quando é filmado o boneco mecatrônico com close da carinha do animalzinho, chega a ser hilário, com ele babando e com os olhos vesgos. Falando agora de humanos, o par romântico do filme é formado por Richard Denning, que interpreta o geólogo Hank Scott, que já havia atuado em O Monstro da Lagoa Negra e O Cadáveres Atômico, entre outros, e Mara Corday, que vive a fazendeira Teresa Alvarez, a mesma atriz de Tarântula e O Ataque vem do Polo. Ou seja, uma duplinha famosa dos filmes B de sci-fi da época. Dois cientistas, Hank e seu parceiro, o Dr. Arturo Ramos, estão viajando pelo deserto do México a caminho da cidade de San Lorenzo para investigar os abalos sísmicos causados pela violenta erupção de um vulcão no local. Claro que essa erupção foi a responsável por abrir uma enorme cratera bem no centro da terra, onde uma ninhada de gigantes escorpiões viviam escondidos desde o período triássico. Esses escorpiões saem pelo valo de San Lorenzo a fim de se alimentar de alguns rancheiros que trabalham na fazendo de gado de Teresa e saciar sua sede por sangue. Após uma expedição quase letal até essa profunda caverna no solo, Hank e Arturo quase são mortos, principalmente quando são obrigados a salvar o pentelho Juanito, criança órfã chata para cacete que desce junto com eles só para se meter em enrascada. Com a ajuda do proeminente Dr. Velazco, o exército explode a montanha para fechar a entrada da caverna e conter os escorpiões, e outros bichos gigantes que vivem ali, como aranhas e vermes, para sempre. Mas isso de nada adianta, pois aquele sistema de cavernas possui centenas de quilômetros de intersecções sobre a terra, que leva os adoráveis escorpiões até a Cidade do México, espalhando destruição e pavor entre a população. Cabem aos nossos heróis, com auxílio do exército, utilizar uma arma letal, espécie de arpão, que deve ser milimetricamente atirado na base da garganta do animal, seu único ponto fraco, já que mísseis e tanques não conseguem nem fazer cócegas nele, e desferir uma descarga de 60 mil volts para fritá-lo. Um detalhe hilário dessa cena é que um milico erra o primeiro disparo, e aí começa a puxar o arpão de volta, e o brilhantíssimo cidadão mete a mãozona no arpão eletrificado, sem antes pedir para cortar a energia. É um fiasco!  Algumas cenas deletadas de King Kong ainda foram usadas aqui em O Escorpião Negro, ou aproveitadas, se achar melhor, como a cena em que a aranha corre atrás de Juanito ou quando o verme é atacado pelos escorpiões, tudo dentro da caverna profunda. E outro detalhe tosco é que na cena do ataque ao trem, consegue-se ver o logotipo da empresa Lionel Linden Toys, famosa empresa americana de trens de brinquedo. Além disso, o som cacofônico emitidos pelos escorpiões (você já ouviu alguma vez um escorpião emitir uma espécie de grunhido gutural? Nem eu.) são os mesmos das formigas gigantes de O Mundo em Perigo, também da Warner Bros., que por sinal deu o pontapé inicial neste frutífero e divertido subgênero.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/02/28/97-o-escorpiao-negro-1957/

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