Direção: Edward
Ludwig
Roteiro: David
Duncan, Robert Blees, Paul Yawitz (história)
Produção: Jack
Dietz, Frank Melford
Elenco: Richard Denning,
Mara Corday, Carlos Rivas, Mario Navarro, Calors Muzquiz
O Escorpião Negro é mais um dos famosos filmes do
ciclo Big Bugs. Mas espere! Um escorpião é
um aracnídeo, e não um inseto. Tudo bem, não tem problema. Ele faz parte desse subgênero do
mesmo jeito, fazendo companhia à aranhas (também aracnídeos), formigas e até um
louva-a-deus, que já tentaram destruir a humanidade como conhecemos. Embarcando
no sucesso comercial que esses filmes de animais gigantes faziam na década de
50, posso dizer que O Escorpião Negro é a produção com a técnica mais
apurada entre todos seus irmãos, falando no quesito efeitos especiais. Claro,
não dá para dizer: olhe que efeitos especiais fantásticos. Chupa Peter Jackson!
Mas a
combinação de três técnicas diferentes, o stop-motion, sobreposição de
imagens de escorpiões de verdade e mecatrônicos, até que fica bem interessante
de ser ver. Com relação aos efeitos em stop-motion dos escorpiões, o
responsável é Willis O’Brien, que fez parte de nada menos que a equipe de
criação dos efeitos de animação do King Kong original, e havia
trabalhado com o mestre Ray Harryhausen em Mighty Joe Young em
1949. O Escorpião Negro foi um de seus últimos projetos e veja só, em sua
equipe, ele contou com a ajuda de Pete Peterson e Ralph Hammeras, responsáveis
pela bomba sem precedentes O Ataque vem do Polo. Nada como um filme após o outro. E assim, os
efeitos estão realmente satisfatórios. Claro que
estamos falando de um filme feito há quase 60 anos. Os escorpiões de massinha
nas maquetes que representam as planícies do deserto do México são até que
convincentes. Incluindo isso os seus ataques aos humanos. Uma das cenas que
mais chamam atenção é quando os aracnídeos anabolizados atacam um trem em
movimento, descarrilhando-o e pinçando os pobres passageiros para dar-lhes um
final trágico. Mas claro que nem tudo são flores. As cenas de sobreposição de
imagens, onde os escorpiões de verdade são jogados na cidade com os pequenos
humanos fugindo, quase nem dá para se ver o animal, e sim um borrão preto na
tela. Já quando
é filmado o boneco mecatrônico com close da carinha do animalzinho, chega a ser
hilário, com ele babando e com os olhos vesgos. Falando agora de humanos, o par
romântico do filme é formado por Richard Denning, que interpreta o geólogo Hank
Scott, que já havia atuado em O Monstro da Lagoa Negra e O Cadáveres Atômico, entre outros, e Mara Corday,
que vive a fazendeira Teresa Alvarez, a mesma atriz de Tarântula e O Ataque vem do
Polo. Ou seja, uma duplinha famosa dos filmes B de sci-fi da época. Dois
cientistas, Hank e seu parceiro, o Dr. Arturo Ramos, estão viajando pelo
deserto do México a caminho da cidade de San Lorenzo para investigar os abalos
sísmicos causados pela violenta erupção de um vulcão no local. Claro que
essa erupção foi a responsável por abrir uma enorme cratera bem no centro da
terra, onde uma ninhada de gigantes escorpiões viviam escondidos desde o
período triássico. Esses
escorpiões saem pelo valo de San Lorenzo a fim de se alimentar de alguns
rancheiros que trabalham na fazendo de gado de Teresa e saciar sua sede por
sangue. Após uma expedição quase letal até essa profunda caverna no solo, Hank
e Arturo quase são mortos, principalmente quando são obrigados a salvar o
pentelho Juanito, criança órfã chata para cacete que desce junto com eles só
para se meter em enrascada. Com a ajuda do proeminente Dr. Velazco, o exército
explode a montanha para fechar a entrada da caverna e conter os escorpiões, e
outros bichos gigantes que vivem ali, como aranhas e vermes, para sempre. Mas
isso de nada adianta, pois aquele sistema de cavernas possui centenas de
quilômetros de intersecções sobre a terra, que leva os adoráveis escorpiões até
a Cidade do México, espalhando destruição e pavor entre a população. Cabem aos
nossos heróis, com auxílio do exército, utilizar uma arma letal, espécie de
arpão, que deve ser milimetricamente atirado na base da garganta do animal, seu
único ponto fraco, já que mísseis e tanques não conseguem nem fazer cócegas
nele, e desferir uma descarga de 60 mil volts para fritá-lo. Um detalhe hilário
dessa cena é que um milico erra o primeiro disparo, e aí começa a puxar o arpão
de volta, e o brilhantíssimo cidadão mete a mãozona no arpão eletrificado, sem
antes pedir para cortar a energia. É um fiasco!
Algumas cenas deletadas de King Kong ainda foram usadas aqui
em O Escorpião Negro, ou aproveitadas, se achar melhor, como a cena em que
a aranha corre atrás de Juanito ou quando o verme é atacado pelos escorpiões,
tudo dentro da caverna profunda. E outro detalhe tosco é que
na cena do ataque ao trem, consegue-se ver o logotipo da empresa Lionel Linden
Toys, famosa empresa americana de trens de brinquedo. Além disso, o som
cacofônico emitidos pelos escorpiões (você já ouviu alguma vez um escorpião
emitir uma espécie de grunhido gutural? Nem eu.) são os mesmos das formigas
gigantes de O Mundo em Perigo, também da Warner Bros., que por sinal deu o
pontapé inicial neste frutífero e divertido subgênero.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/02/28/97-o-escorpiao-negro-1957/
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