Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster
(baseado na obra de Mary Shelley)
Produção: Anthony Hinds, Max
Rosenberg, Michael Carreras (Produtor Executivo), Anthony Nelson Keys (Produtor
Associado)
Elenco: Peter
Cushing, Cristopher Lee, Robert Urguhart, Hazel Court
É preciso afirmar que A Maldição de
Frankenstein iniciou uma nova era no cinema de terror.
Primeiro, por ser a primeira produção do lendário estúdio inglês Hammer Films
atualizando os clássicos de monstro da Universal. Segundo, por ser a primeira
aparição da dupla Peter Cushing e Cristopher Lee em cena. Terceiro, por trazer
cores vivas ao universo do horror. E quarto, e não menos importante, por
finalmente mostrar aquilo que todo fã que se preze mais gosta de ver no gênero:
sangue! É bom se atentar ao momento histórico do lançamento de A Maldição
de Frankenstein. Após os filmes de monstro da Universal terem tomado de assalto
os cinemas no início da década de 30 e suas infindáveis continuações, seguidos
pelos filmes da RKO Radio Pictures e do Poverty Row na década de 40, após a
Segunda Guerra Mundial sabemos que o terror mesmo, aquele de verdade,
praticamente minguou a partir de 1947. Os olhos do cinema fantástico estavam
voltados ao sci-fi com seus monstros espaciais, invasões alienígenas
e alegorias para o medo nuclear e o comunismo. Foi nesse contexto que a Hammer,
que já havia tido sua incursão na ficção científica com Terror que Mata e X, O Monstro Radioativo, e em seu filme próprio de monstro, O Abominável Homem das Neves, resolveu refilmar os clássicos
de monstro da Universal em cores, trazendo para o espectador um novo aspecto de
horror mais gráfico e abusando, na medida do possível, do vermelho vivo do
sangue para chocar a plateia. Tanto que se você acompanhar a evolução do cinema
de horror (até mesmo assistindo na ordem cronológica cada fita que postei até
então), verá que esse é o primeiro longa que além de mostrar sangue de verdade
(quer dizer, de mentira né…) em vermelho vivo, traz partes de corpos decepados
como mãos, olhos e cérebros. E ah, como a gente adora ver isso depois de uma
batelada de filmes em preto e branco cercados de uma certa aura de inocência,
digamos assim. Ou seja, A Maldição de Frankenstein é muito mais
violento que todos os seus predecessores. E mais que isso, cria uma certa marca
registrada com seus filmes com aquele ar cafona vitoriano de castelos e
carruagens, dá uma luz ao termo Grand Guignol, que seria o pai do cinema gore,
eleva a violência gráfica a um novo patamar e claro, traz aos efeitos de
maquiagem em látex para a era do technicolor. A história é a mesma que
conhecemos, só que mais visceral. Peter Cushing interpreta o bitolado Barão
Victor Von Frankenstein em sua busca insana por construir uma criatura a partir
de partes de mortos e trazê-la a vida. E a criatura é o debute de Cristopher
Lee nas telas, que um ano mais tarde, se consagraria no papel como o conde
Drácula definitivo, e hoje está no Guinness como o ator que mais atuou em
filmes durante toda a história da sétima arte (e contando, afinal acabou de
estrelar O Hobbit lançado no final do ano passado nos cinemas). A criatura pode
não ter o mesmo charme de Boris Karloff e a maquiagem eternizada por Jack
Pierce em Frankenstein da Universal, mas a Hammer preferiu dar um
aspecto mais cadavérico ao monstro, deixando-o com um horrível corpo putrefato,
retalhado e com escaras. Claro que para a época o longa recebeu uma enxurrada
críticas negativas, sendo considerado pela implacável censura britânica uma
“afronta ao bom gosto”. Mas como o que é do homem o bicho não come, A
Maldição de Frankenstein foi um sucesso de bilheteria e a pedra angular
para o estúdio que nos próximos 20 anos se dedicaria ao cinema de horror,
fazendo incontáveis clássicos e eternizando os gentlemans Cushing e Lee,
que para mim, são os dois maiores astros dos filmes de terror de todos os
tempos.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/05/101-a-maldicao-de-frankenstein-1957/
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