domingo, 22 de março de 2015

#101 1957 A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN (The Curse of Frankenstein, Reino Unido)


Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster (baseado na obra de Mary Shelley)
Produção: Anthony Hinds, Max Rosenberg, Michael Carreras (Produtor Executivo), Anthony Nelson Keys (Produtor Associado)
Elenco: Peter Cushing, Cristopher Lee, Robert Urguhart, Hazel Court

É preciso afirmar que A Maldição de Frankenstein iniciou uma nova era no cinema de terror. Primeiro, por ser a primeira produção do lendário estúdio inglês Hammer Films atualizando os clássicos de monstro da Universal. Segundo, por ser a primeira aparição da dupla Peter Cushing e Cristopher Lee em cena. Terceiro, por trazer cores vivas ao universo do horror. E quarto, e não menos importante, por finalmente mostrar aquilo que todo fã que se preze mais gosta de ver no gênero: sangue! É bom se atentar ao momento histórico do lançamento de A Maldição de Frankenstein. Após os filmes de monstro da Universal terem tomado de assalto os cinemas no início da década de 30 e suas infindáveis continuações, seguidos pelos filmes da RKO Radio Pictures e do Poverty Row na década de 40, após a Segunda Guerra Mundial sabemos que o terror mesmo, aquele de verdade, praticamente minguou a partir de 1947. Os olhos do cinema fantástico estavam voltados ao sci-fi com seus monstros espaciais, invasões alienígenas e alegorias para o medo nuclear e o comunismo. Foi nesse contexto que a Hammer, que já havia tido sua incursão na ficção científica com Terror que Mata e X, O Monstro Radioativo, e em seu filme próprio de monstro, O Abominável Homem das Neves, resolveu refilmar os clássicos de monstro da Universal em cores, trazendo para o espectador um novo aspecto de horror mais gráfico e abusando, na medida do possível, do vermelho vivo do sangue para chocar a plateia. Tanto que se você acompanhar a evolução do cinema de horror (até mesmo assistindo na ordem cronológica cada fita que postei até então), verá que esse é o primeiro longa que além de mostrar sangue de verdade (quer dizer, de mentira né…) em vermelho vivo, traz partes de corpos decepados como mãos, olhos e cérebros. E ah, como a gente adora ver isso depois de uma batelada de filmes em preto e branco cercados de uma certa aura de inocência, digamos assim. Ou seja, A Maldição de Frankenstein é muito mais violento que todos os seus predecessores. E mais que isso, cria uma certa marca registrada com seus filmes com aquele ar cafona vitoriano de castelos e carruagens, dá uma luz ao termo Grand Guignol, que seria o pai do cinema gore, eleva a violência gráfica a um novo patamar e claro, traz aos efeitos de maquiagem em látex para a era do technicolor. A história é a mesma que conhecemos, só que mais visceral. Peter Cushing interpreta o bitolado Barão Victor Von Frankenstein em sua busca insana por construir uma criatura a partir de partes de mortos e trazê-la a vida. E a criatura é o debute de Cristopher Lee nas telas, que um ano mais tarde, se consagraria no papel como o conde Drácula definitivo, e hoje está no Guinness como o ator que mais atuou em filmes durante toda a história da sétima arte (e contando, afinal acabou de estrelar O Hobbit lançado no final do ano passado nos cinemas). A criatura pode não ter o mesmo charme de Boris Karloff e a maquiagem eternizada por Jack Pierce em Frankenstein da Universal, mas a Hammer preferiu dar um aspecto mais cadavérico ao monstro, deixando-o com um horrível corpo putrefato, retalhado e com escaras. Claro que para a época o longa recebeu uma enxurrada críticas negativas, sendo considerado pela implacável censura britânica uma “afronta ao bom gosto”. Mas como o que é do homem o bicho não come, A Maldição de Frankenstein foi um sucesso de bilheteria e a pedra angular para o estúdio que nos próximos 20 anos se dedicaria ao cinema de horror, fazendo incontáveis clássicos e eternizando os gentlemans Cushing e Lee, que para mim, são os dois maiores astros dos filmes de terror de todos os tempos.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/05/101-a-maldicao-de-frankenstein-1957/

Nenhum comentário:

Postar um comentário