Direção: Jack
Arnold
Roteiro: Harry Essex, Arthur
A. Ross, Maurice Zimm (história), William Alland (ideia original/não creditado)
Produção: William
Alland
Elenco: Richard
Carlson, Julia Adams, Richard Dennings, Antonio Moreno
O Monstro da Lagoa Negra é o último dos monstros da
Universal a surgir no cinema, completando um time que já era formado por Drácula, Frankenstein, A Múmia e O Lobisomem, antes do ciclo se encerrar por
definitivo. O mais legal de tudo no filme é que na verdade o tal monstro é
conterrâneo nosso. Sim, isso mesmo, o filme se passa no Brasil, e a criatura
anfíbia meio homem, meio peixe, é morador das profundezas do Rio Amazonas, mas
especificamente, uma parte do rio conhecida como Lagoa Negra. Ainda bem que
pelos menos os cientistas gringos do filme admitem que perto do Amazonas, o Rio
Mississipi parece um riachinho. Pois bem, o explorador Carl Maia descobre às
margens do rio a pata de fóssil de uma criatura desconhecida. Curioso em
descobrir a sua origem, ele consegue financiamento para uma expedição e a bordo
do barco Rita, sobe o rio junto com o biólogo marinho David Reed, sua noiva Kay
Lawrence e o ganancioso e inconsequente Mark Williams, na busca pelo que eles
acreditam ser o elo perdido que deixou as águas a milhares de anos e deu origem
a toda a vida terrestre. Ao chegarem na tal Lagoa Negra eles se deparam com a
existência deste monstro pré-histórico, que vive submerso, único sobrevivente
de sua raça que viveu há 416 milhões de anos, no período devoniano. Enquanto
David quer de toda forma capturar o monstro vivo para estudar sua espécie para
poder entender melhor nossa própria evolução, Mark quer apenas caçar a
criatura, como se fosse uma pescaria. Aos poucos, o monstro vai matando toda a
tripulação em suas investidas, e se apaixona pela Kay, já que toda hora tenta
raptá-la para levar ao seu covil. Pois é, criaturas aquáticas também amam! Os
primeiros 20 minutos do filme são realmente fantásticos, contando desde a
história da criação da terra e explanando sobre a evolução das espécies, até as
belas tomadas em preto e branco do Rio Amazonas, e principalmente, as filmagens
subaquáticas, já que quando está em seu habitat natural, o monstro promove um
belo balé submerso, enquanto está de olho na bela Kay nadando ou mesmo quando é
perseguido pelos seus caçadores e luta contra eles embaixo da água. Só que
depois o filme vai perdendo o ritmo, tornando-se cansativo com repetições de
cenas e situações e o predomínio de um clima aventureiro, deixando o terror
completamente de lado. A roupa de borracha do monstro pode até ter sido um
desbunde para a época, mas hoje é bastante tosca e engraçada, o que dá aquele
saudoso ar de filme trash da década de 50 quando você o assiste
novamente. Além de todos os demais papeis serem verdadeiros estereótipos: do
mocinho, do anti-heroi e claro, da mulher que só sabe gritar e ficar a mercê do
monstro borrachudo. Pelo menos não fizeram nenhum brasileiro tosco, como é de
costume. Mas não
deixa de ser um filme interessante e inventivo. O Monstro da Lagoa Negra serviu
como inspiração para muitos outros filmes envolvendo criaturas marinhas que
viriam a ser feitos na posteridade, e teria seu lugar como referência nas
filmagens das cenas subaquáticas. Até mesmo a cena em que o
monstro nada por baixo de Kay, apenas espreitando o momento certo para dar o
bote, lembra Tubarão de Steven Spielberg. Outros filmes que me vem a cabeça
agora que são “filhos” de O Monstro da Lagoa Negra é o italiano A
Ilha dos Homens-Peixe, clássico da Sessão das Dez do SBT nos anos 80 e o
sensacionalmente tosco Criaturas das Profundezasdo mestre dos filmes B,
Roger Corman. Ah, O Monstro da Lagoa Negra ainda conseguiu gerar duas
sequências: A Revanche do Monstro, de 1955 e Caça ao Monstro, de 1956. Ambos sem
o mesmo charme do predecessor.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2013/01/30/74-o-monstro-da-lagoa-negra-1954/
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