terça-feira, 3 de março de 2015

#074 1954 O MONSTRO DA LAGOA NEGRA (Creature from the Black Lagoon, EUA)


Direção: Jack Arnold
Roteiro: Harry Essex, Arthur A. Ross, Maurice Zimm (história), William Alland (ideia original/não creditado)
Produção: William Alland
Elenco: Richard Carlson, Julia Adams, Richard Dennings, Antonio Moreno

O Monstro da Lagoa Negra é o último dos monstros da Universal a surgir no cinema, completando um time que já era formado por DráculaFrankensteinA Múmia e O Lobisomem, antes do ciclo se encerrar por definitivo. O mais legal de tudo no filme é que na verdade o tal monstro é conterrâneo nosso. Sim, isso mesmo, o filme se passa no Brasil, e a criatura anfíbia meio homem, meio peixe, é morador das profundezas do Rio Amazonas, mas especificamente, uma parte do rio conhecida como Lagoa Negra. Ainda bem que pelos menos os cientistas gringos do filme admitem que perto do Amazonas, o Rio Mississipi parece um riachinho. Pois bem, o explorador Carl Maia descobre às margens do rio a pata de fóssil de uma criatura desconhecida. Curioso em descobrir a sua origem, ele consegue financiamento para uma expedição e a bordo do barco Rita, sobe o rio junto com o biólogo marinho David Reed, sua noiva Kay Lawrence e o ganancioso e inconsequente Mark Williams, na busca pelo que eles acreditam ser o elo perdido que deixou as águas a milhares de anos e deu origem a toda a vida terrestre. Ao chegarem na tal Lagoa Negra eles se deparam com a existência deste monstro pré-histórico, que vive submerso, único sobrevivente de sua raça que viveu há 416 milhões de anos, no período devoniano. Enquanto David quer de toda forma capturar o monstro vivo para estudar sua espécie para poder entender melhor nossa própria evolução, Mark quer apenas caçar a criatura, como se fosse uma pescaria. Aos poucos, o monstro vai matando toda a tripulação em suas investidas, e se apaixona pela Kay, já que toda hora tenta raptá-la para levar ao seu covil. Pois é, criaturas aquáticas também amam! Os primeiros 20 minutos do filme são realmente fantásticos, contando desde a história da criação da terra e explanando sobre a evolução das espécies, até as belas tomadas em preto e branco do Rio Amazonas, e principalmente, as filmagens subaquáticas, já que quando está em seu habitat natural, o monstro promove um belo balé submerso, enquanto está de olho na bela Kay nadando ou mesmo quando é perseguido pelos seus caçadores e luta contra eles embaixo da água. Só que depois o filme vai perdendo o ritmo, tornando-se cansativo com repetições de cenas e situações e o predomínio de um clima aventureiro, deixando o terror completamente de lado. A roupa de borracha do monstro pode até ter sido um desbunde para a época, mas hoje é bastante tosca e engraçada, o que dá aquele saudoso ar de filme trash da década de 50 quando você o assiste novamente. Além de todos os demais papeis serem verdadeiros estereótipos: do mocinho, do anti-heroi e claro, da mulher que só sabe gritar e ficar a mercê do monstro borrachudo. Pelo menos não fizeram nenhum brasileiro tosco, como é de costume. Mas não deixa de ser um filme interessante e inventivo. O Monstro da Lagoa Negra serviu como inspiração para muitos outros filmes envolvendo criaturas marinhas que viriam a ser feitos na posteridade, e teria seu lugar como referência nas filmagens das cenas subaquáticas. Até mesmo a cena em que o monstro nada por baixo de Kay, apenas espreitando o momento certo para dar o bote, lembra Tubarão de Steven Spielberg. Outros filmes que me vem a cabeça agora que são “filhos” de O Monstro da Lagoa Negra é o italiano A Ilha dos Homens-Peixe, clássico da Sessão das Dez do SBT nos anos 80 e o sensacionalmente tosco Criaturas das Profundezasdo mestre dos filmes B, Roger Corman. Ah, O Monstro da Lagoa Negra ainda conseguiu gerar duas sequências: A Revanche do Monstro, de 1955 e Caça ao Monstro, de 1956. Ambos sem o mesmo charme do predecessor.

FONTE: http://101horrormovies.com/2013/01/30/74-o-monstro-da-lagoa-negra-1954/

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