sábado, 21 de março de 2015

#098 1957 A ILHA DO PAVOR (Attack of the Crab Monsters, EUA)


Direção: Roger Corman
Roteiro: Charles Griffith
Produção: Roger Corman, Charles Griffith (Produtor Associado)
Elenco: Richard Garland, Pamela Duncan, Russell Johnson, Leslie Bradley, Mel Welles

Mais uma pérola inestimável do Rei dos Filmes B, Roger Corman. A Ilha do Pavor (péssimo título em português. Por que não deixaram algo como O Ataque dos Caranguejos Gigantes? Muito mais naipe!) foi produzido para ser o filme “A” (veja só…) na exibição dupla junto com outro filme de Corman, O Emissário de Outro Mundo. Há uma piada em Hollywood de que o produtor Samuel Z. Arkoff, da American International Pictures, chamou Roger Corman em seu escritório e pediu que ele fosse até a lanchonete na esquina e lhe trouxesse um cheeseburger, fritas e uma Sprite. Arkoff deu uma nota de 100 dólares e disse: “com o troco, faça um filme para nós”. Corman não só fez o filme como ainda sobrou troco! Isso para ilustrar a capacidade de Corman em produzir pérolas trash de baixíssimo orçamento, em torno de 100 mil dólares, além de realizar mais de um filme em apenas dois meses. Primeiro, ele desfilou essa sua exímia capacidade nas fitas da Allied Artists (como é o caso de A Ilha do Pavor e O Emissário de Outro Mundo), e depois nas produções da AIP (onde se consagraria na década seguinte com as adaptações da obra de Edgar Allan Poe, em parceira com Vincent Price), sempre seguido pelo seu fiel escudeiro, o roteirista Charles B. Griffith. A Ilha do Pavor é uma de suas bagaceiras mais clássicas e cultuadas. Podreira até dizer chega. O que se esperar de um filme de Corman que traz caranguejos gigantes aterrorizando uma equipe de cientistas e militares isolados em uma ilha inóspita? Com míseros 70 mil dólares, os monstrengos aquáticos de espuma e borracha são toscos demais, com suas grandes garras em forma de pinça e anteninhas de arame saltando das suas cabeças. A coisa era tão feia que os atores Ed Nelson e Beach Dickerson além de atuarem, também ajudavam na manipulação das patas do caranguejo, dando uma força para a técnica, e tendo seus nomes até creditados nos (d)efeitos especiais. Esse grupo de cientistas, chefiado por Dave Drewer (Richard Garlan), Hank Chapman (Russell Johnson) e pela bela Martha Hunter (Pamela Duncan), desembarcam nessa ilha remota no Oceano Pacífico, em busca de outro time que havia desaparecido misteriosamente, enquanto eram encarregados de pesquisarem os efeitos dos testes atômicos realizados pelo governo no Atol de Bikini no ano de 1946. E com isso, poder estudar as consequências que essa exposição radioativa trouxe para a vida marinha e botânica. Dou R$ 10 se você adivinhar qual foi o efeito da radiação na vida marinha da ilha! Claro, transformou os caranguejos em criaturas gigantescas e mortais, que desenvolveram inteligência, couraça mega resistente, desejo por carne humana e o maior absurdo de todos, uma espécie de capacidade telepática onde são capazes de absorver a mente das suas vítimas e assim os crustáceos poderem falar através deles, desde que haja algum objeto de metal que sirva como receptor dessa transmissão. É mole? Como se não bastasse tudo isso, os caranguejos ainda são responsáveis por provocar uma série de terremotos e deslizamentos de terra pela ilha, na tentativa de destruí-la de uma vez por todas. Ou seja, a equipe ali isolada deve lutar por suas vidas contra terríveis monstros mutantes indestrutíveis e que podem sugar suas mentes, e ainda por cima, estão presos em uma ilha que vai aos poucos encolhendo de tamanho, até ficarem à deriva no oceano. Ah e vale lembrar também que o rádio foi destruído durante um dos ataques e que há uma carangueja grávida, em vias de dar à luz a dezenas de crustáceos mutantes gigantes que irão invadir os oceanos do mundo. É ou não é genial? A Ilha do Pavor foi a mais rentável produção do diretor na época, e a mais famosa até então (mesmo que na minha opinião, O Emissário do Outro Mundo, seja tecnicamente superior, se assim podemos chamar). O sucesso do longa foi atribuído ao fato de não se levar a sério, ao seu título original selvagem (muita gente ia aos cinemas na época ver filmes por conta do seu nome), a construção do roteiro de Griffith e a estrutura das cenas de horror e suspense, sempre com um pé no cômico.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/01/98-a-ilha-do-pavor-1957/

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