sexta-feira, 13 de março de 2015

#088 1956 A TARA MALDITA (The Bad Seed, EUA)


Direção: Mervyn LeRoy
Roteiro: John Lee Mahin (baseado na peça de Maxwell Anderson e na obra de William March)
Produção: Mervyn LeRoy
Elenco: Nancy Kelly, Patty McCormack, Henry Jones, Evelyn Varden

A Tara Maldita. Mais um da série: títulos toscos que os filmes recebem no Brasil. Sendo que o título original do filme, The Bad Seed (algo como A Semente do Mal) é ótimo e poderia ser traduzido perfeitamente. Afinal, imagine você chegando na locadora e levando ao balcão um filme chamado A Tara Maldita? O que vão pensar? Mas não deixe se enganar pelo nome batizado no país. O filme é fantástico. Uma obra prima. A tal semente do mal do filme é Rhoda, uma doce e singela garotinha de oito anos de idade (divinamente interpretada por Patty McCormack, com seus trejeitos que vão de meiga à psicopata em um simples olhar), filha do casal Kenneth e Christine Penmark. Kenneth é um coronel do exército que vai passar um mês longe de casa a trabalho, deixando a filha com a esposa Christine e a amável senhora viúva que mora no andar de cima, Monica Breedlove. Rhoda parece ser a filha perfeita, educada, alegre, que nunca se suja ou nunca desarruma o seu quarto. Mas a menina esconde o capeta em forma de guri. Tudo começa quando um coleguinha de classe, Claude Daigle, ganha uma medalha de caligrafia no lugar de Rhoda, que fica indignada com o fato. Em um piquenique da escola, o garoto acaba morrendo afogado em um trágico acidente. Rhoda ao chegar em casa, mostra-se impassível, com um assustadora frieza calculista, mais preocupada em comer um lanche de pasta de amendoim, já que o piquenique teve de ser cancelado por causa da morte (!!!) e em sair sapateando pela sala. É então que Christine começa a suspeitar de que há algo estranho e maligno com sua filha. Ainda mais quando ela solta a seguinte pérola: “Por que eu deveria sentir pena? Foi Claude Daigle quem se afogou, não eu”. Chocante! Contar mais coisas sobre o filme seria um mega spoiler, então vou ter que me conter por aqui e dizer para você assisti-lo. Vale ressaltar algumas cenas, como a visita da Sra. Daigle, mãe do garotinho afogado à casa dos Penmark, completamente bêbada, de luto, obcecada pela medalha do filho que misteriosamente sumiu. Eileen Heckart, intérprete da Sra. Daigle é um MONSTRO nessa cena. Ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante e foi indicada também ao Oscar. Nacy Kelly (Christine) também dá um show de atuação, principalmente quando ela surta de vez, após mais um assassinato. Outra salva de palmas vai para Henry Jones que interpreta LeRoy, o sinistro jardineiro / zelador do condomínio onde eles vivem. A extrema decisão final de Christine é chocante até mesmo para os dias de hoje, em que achamos que já vimos de tudo no cinema. Mas é aí que mora o grande defeito do filme. Ele simplesmente deveria terminar uns 10 minutos antes. O diretor perde completamente o ritmo criando um baita anticlímax desnecessário e você termina de assistir a fita com aquele pensamento: putz, se o filme tivesse acabado NAQUELA cena, teria sido perfeito. Mas fica a pergunta no ar, que permeia o espectador assim como os personagens durante o longa: uma criança assassina é produto do meio-ambiente que vive, ou existe mesmo a tal semente do mal? E o filme (que é a transposição ao cinema de uma peça com o mesmo elenco) ainda foi indicado a mais três Oscar além de Eileen Heckart: melhor atriz para Nancy Kelly, melhor atriz coadjuvante para Patty McCormack e melhor diretor de fotografia para Harold Rosson. Um filmaço!
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/02/18/16-a-tara-maldita-1956/

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