Direção: Gene
Fowler Jr.
Roteiro: Herman
Cohen, Aben Kandel (com o pseudônimo de Ralph Thornton)
Produção: Herman
Cohen
Elenco: Michael
Landon, Yvonne Lime, Whit Bissell, Tony Marshall, Dawn Richard, Barney Phillips
Prensado entre a infinidade de
ficção científica da década, está I Was a Teenage Werewolf, um filmecult de lobisomem,
de uma época passada em que lobisomem não era só coadjuvante de vampiro em
filme de açãozinha barata ou romance adolescente estúpido. Lançado pela
magnânima American International Pictores de Samuel Z. Arkoff e James H.
Nicholson, e produzido por Herman Cohen, aqui mais uma vez, como em O Lobisomem de Fred. F. Sears, lançado
um ano antes, a licantropia no personagem principal é culpa de um cientista
louco, ao invés de uma maldição ou explicação sobrenatural. Reflexo
dos tempos modernos, sabe? O determinado cientista quer desenvolver uma vacina capaz de regredir o
ser humano ao seu estado primitivo, animalesco, que acaba resultando na
transformação de um adolescente problemático em um lobisomem que anda por aí
com a jaqueta do colégio. No caso, o tal adolescente “juventude transviada” é
Tony Rivers, interpretado por Michael Landon, que tinha na época 21 anos e
fingia estar no high school, famoso mais tarde por protagonizar as séries
Bonanza e Os Pioneiros, que passam aqui no Brasil no TCM, e foi até indicado a
um Globo de Ouro de melhor ator de série de TV, categoria Drama. Quase um
selvagem da motocicleta lupino, Tony só se mete em confusão e é todo
esquentadinho, brigando com todo mundo por qualquer motivo idiota. A revolta do rapaz explode quando
em uma festa de Halloween, outro jovem tenta pregar uma peça tocando uma
corneta em seu ouvido, e ele espanca o pobre diabo e dá um chega para lá na sua
namorada, Arlene. Tony resolve procurar ajuda médica, com o Dr. Alfred Brandon
(Whit Bissell, General Heywood Kirk, de O Tunel do Tempo), renomado psiquiatra /
cientista, após ouvir inúmeros conselhos de que deveria se tratar, inclusive do
Detetive Donovan, que sempre passou um pano para o moleque. O Dr.
Brandon só quer uma cobaia para seus testes de involução humana, e o rapaz vem
no momento certo, sendo o alvo perfeito devido ao seu histórico de enfezado.
Administrando injeções em Tony, junto com sessões de hipnoterapia, o jovem
acaba se transformando em lobisomem, sem precisar de lua cheia nem nada. A primeira vítima é um dos seus
amigos do colégio que inocentemente voltava para casa pela floresta tarde da
noite. A segunda vítima é uma atleta de ginástica olímpica de seu colégio. Tony a vê
treinando e mais uma vez o instinto animal de lobo macho alfa vem à tona,
fazendo com que ele ataque e mate a garota (que já era uma coelhinha da Playboy
com seus 22 anos de idade na época do lançamento do filme). Mas dessa vez ele é
pego no flagra, e reconhecido por sua jaqueta e calças, que milagrosamente
nunca se rasgam ou se danificam na transformação. Acuado, Tony se esconde na
floresta, trava uma terrível batalha com um cachorro e precisa se esgueirar
entre os arbustos, a fim de evitar que uma turma de policiais (com tochas na
mão, como todo bom filme de lobisomem que se preze) o encontre. Desesperado,
Tony corre para pedir socorro ao Dr. Brandon, que seda o rapaz e quer
documentar sua transformação final, gravando-a e assim, ser laureado no mundo
científico. Mas o incontrolável adolescente lobisomem mais uma vez é tomada por
um acesso de fúria e as coisas não vão acabar muito bem para o cientista e seu
assistente, até que a polícia o encontre e seja obrigada a agir rápido para
terminar com as matanças de uma vez por todas. Com orçamento baixíssimo (custou
82 mil dólares e faturou 2 milhões nos cinemas) e filmado em apenas sete
dias, I Was a Teenage Werewolf acabou tornando-se cultuado e uma
grande referência da cultura pop, inspirando uma enxurrada de filmes, a maioria
paródias, como I Was a Teenager Zombie, I Was a Teenage Mummy, e por
aí vai, virando título da música da banda punk The Cramps, e aparecendo ou
sendo citado em vários outros filmes, seriados de TV e desenhos (até em Bob
Esponja!!!). E para sacar como a estética desta produção B influenciou culturalmente,
é só lembrar de O Garoto do Futuro com Michael J. Fox, que também era
um teenage werewolf. Ou então do jovem Michael Jackson transformado em lobisomem com sua
jaqueta colegial no clipe de Thriller. E olha, até que a maquiagem do lobisomem
é bastante decente, tendo em vista as limitações técnicas e de efeitos visuais
(apesar de a transformação, filmada com trucagem de imagens, ser uma das piores
do gênero). E para completar I Was a Teenage Werewolf foi um verdadeiro
choque para as plateias na época, pois até então, nenhum outro personagem
adolescente tinha virado um monstro nos cinemas. Ao bem da verdade, foi um
golpe de mestre da AIP, sabendo que os adolescentes sempre representaram a
maior fatia do público frequentador das salas de cinema, isso até hoje, só ver
o tanto de filmes slasherque explodiram nos anos 80, falando
especificamente de terror, e tantas outras porcarias genéricas que são lançadas
atualmente voltadas exatamente para essa fatídica faixa etária.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/04/100-i-was-a-teenage-werewolf-1957/
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