Direção: Irwin
S. Yeaworth
Roteiro: Theodore
Simonson, Kate Phillips, Irvine H. Millgate (ideia original)
Produção: Jack
H. Harris, Russel Doughten (Produtor Associado)
Elenco:Steve
McQueen, Aneta Corseaut, Earl Rowe, Olin Howland, Steven Chase, John Benson
Um verdadeiro clássico e um dos
mais famosos e adorados filmes do terror / sci-fi dos anos 50.
OK, A Bolha talvez
só seja tão famoso para minha geração por conta do seu excelente remake dos
anos 80, A Bolha Assassina. Mas a importância desse filme para o gênero é
inquestionável. Primeiro pela perplexidade que causou no público na época, ao
ver aquela gelatina de morango espacial vinda de um meteorito que caiu em
Phoenixville, Pensilvania, promover um rastro de morte e destruição, sendo
praticamente indestrutível e crescendo conforme vai devorando os seres humanos,
e tudo isso em cores! Segundo pela já nítida evolução dos efeitos especiais se
comparadas a outras produções do gênero. Terceiro por dar a primeira
oportunidade cinematográfica ao jovem ator Steve McQueen, futuro astro de
Hollywood e indicado ao Oscar. O diretor Irwin S. Yeaworth confessamente
inspirou sua geleca em um obscuro sci-fi do estúdio inglês Hammer
(sim, aquele mesmo dos filmes de Drácula e Frankenstein com Peter Cushing e
Cristopher Lee),X, O Monstro Radioativo. Feito com parcos 240 mil dólares, e
exibido em double features com I Married a Monster from Outer
Space, A Bolha é mais um exemplo de um filme barato, porém criativo,
que deu super certo e tornou-se um sucesso instantâneo para a Paramout, que até
então não tinha quase nenhuma tradição no gênero. A abertura de A
Bolha não tem absolutamente nada a ver com um filme de terror e até acaba
se transformando em um anticlímax, trazendo como música tema uma espécie
de surf music bem anos 50. Mas o pior é que ela é bem divertida. Olha
só que legalzinha a letra de Beware of the Blob de Burt Bacharach:
Beware of the Blob, it creeps
And leaps and glides and slides
Across the floor
Right trough the door
And all around the wall
A splotch, a blotch
Be careful of the Blob
E essa letra da música resume
muito bem o que se esperar da criatura alienígena pegajosa e rastejante do
filme e todas as peripécias que essa massa disforme é capaz de fazer. E se você
já assistiu ao remake oitentista, a origem é a mesma. A geleia vem dentro de um
meteorito que cai em uma fazenda no interior dos EUA, e é encontrada por um
velho e seu cachorro. Cutucando a forma translúcida com uma vareta, ela gruda
na mão do senhor e começa a consumir o braço do pobre coitado. Até ele ser
resgatado por Steve Andrews, papel de McQueen e sua namoradinha virginal Jane
Martin (Aneta Corsaut), que estavam dando uns amassos castos no carro e veem
uma estrela cadente, que na verdade é o tal meteorito, e resolvem tentar
descobrir onde ela caiu. Steve leva o velho até o Dr. T. Hallen, que desconhece
o que pode ser aquilo. A bolha faz então sua segunda vítima e vai aumentando de
tamanho, fugindo para a cidade para espalhar o terror gelatinoso. A polícia
local não acredita na história contada por Steve e Jane, que procuram os demais
“adolescentes” rebeldes da cidade para investigarem o paradeiro da bolha, até
que eles a encontram na loja de conveniência do pai de Steve, e só conseguem se
salvar por se esconderem no frigorífico, e descobrirem que o alienígena
gosmento não tolera o frio extremo. Em sua escalada de morte, a Bolha ainda
ataca um cinema, o Colonial Theater, em que está sendo exibido Daughter of
Horror, filme de 1953 dirigido por John Parker, (que está sendo projetado
quando Steve adentra o cinema para pedir ajuda aos amigos) e My Son, the
Vampire, este estrelado por Bela Lugosi. Sem precedentes a cena em que a bolha
se esgueira pelo duto de ar para devorar o projetor e depois cai pelas janelas
da sala de exibição, provocando uma fuga histérica em massa do local. Por fim,
Steve, Jane e seu irmãozinho pentelho que foi atrás dela, que você até torce
que morra secretado pela gosma alienígena, estão encurralados em uma lanchonete
que a bolha, agora com proporções gigantescas, está assimilando, quando através
do uso do CO2 provenientes de extintores, toda a população congela a criatura,
à espera de que o exército americano leve-a para o ártico, onde ficará para
sempre confinada no frio, ou até que o degelo e o aquecimento global a tire de
lá, já que no final do filme, após o fatídico letreiro de FIM, aparece um
sinistro ponto de interrogação. O grande inimigo de A Bolha no
entanto é a passagem dos anos. Aposto R$ 10 que você, assim como eu, assistiu
primeiro A Bolha Assassina de 1988, então assistir a versão feita
trinta anos depois, com toda aquela inocência, climão e principalmente ritmo
característicos da década de 50, deixa muito a desejar. Não é nenhum demérito,
mas acontece que o que ocorre com A Bolha foi exatamente a mesma
coisa de outros sci-fi dos anos 50 que ganharam suas refilmagens três
décadas depois, como, por exemplo, A Mosca, remake de A Mosca da
Cabeça Branca e O Enigma de Outro Mundo, remake de O Monstro do Ártico. Todos eles são viscerais, violentos e com
doses cavalares de sangue e nojeira, algo que seus originais definitivamente
não tinham. Mas isso não tira o fato de que A Bolha é
um cult definitivo e muito menos a sua importância para o gênero,
tornando-o obrigatório para os fãs. E para finalizar, por sorte, também fomos
agraciados com a desistência do roqueiro metido a diretor Rob Zombie em fazer
um re-remake do filme. PegandoHalloween – O Início como base, já
dava para imaginar que mais um clássico seria assassinado por Zombie.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/09/105-a-bolha-1958/
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