quinta-feira, 26 de março de 2015

#105 1958 A BOLHA (The Blob, EUA)


Direção: Irwin S. Yeaworth
Roteiro: Theodore Simonson, Kate Phillips, Irvine H. Millgate (ideia original)
Produção: Jack H. Harris, Russel Doughten (Produtor Associado)
Elenco:Steve McQueen, Aneta Corseaut, Earl Rowe, Olin Howland, Steven Chase, John Benson

Um verdadeiro clássico e um dos mais famosos e adorados filmes do terror / sci-fi dos anos 50. OK, A Bolha talvez só seja tão famoso para minha geração por conta do seu excelente remake dos anos 80, A Bolha Assassina. Mas a importância desse filme para o gênero é inquestionável. Primeiro pela perplexidade que causou no público na época, ao ver aquela gelatina de morango espacial vinda de um meteorito que caiu em Phoenixville, Pensilvania, promover um rastro de morte e destruição, sendo praticamente indestrutível e crescendo conforme vai devorando os seres humanos, e tudo isso em cores! Segundo pela já nítida evolução dos efeitos especiais se comparadas a outras produções do gênero. Terceiro por dar a primeira oportunidade cinematográfica ao jovem ator Steve McQueen, futuro astro de Hollywood e indicado ao Oscar. O diretor Irwin S. Yeaworth confessamente inspirou sua geleca em um obscuro sci-fi do estúdio inglês Hammer (sim, aquele mesmo dos filmes de Drácula e Frankenstein com Peter Cushing e Cristopher Lee),X, O Monstro Radioativo. Feito com parcos 240 mil dólares, e exibido em double features com I Married a Monster from Outer Space, A Bolha é mais um exemplo de um filme barato, porém criativo, que deu super certo e tornou-se um sucesso instantâneo para a Paramout, que até então não tinha quase nenhuma tradição no gênero. A abertura de A Bolha não tem absolutamente nada a ver com um filme de terror e até acaba se transformando em um anticlímax, trazendo como música tema uma espécie de surf music bem anos 50. Mas o pior é que ela é bem divertida. Olha só que legalzinha a letra de Beware of the Blob de Burt Bacharach:
Beware of the Blob, it creeps
And leaps and glides and slides
Across the floor
Right trough the door
And all around the wall
A splotch, a blotch
Be careful of the Blob
E essa letra da música resume muito bem o que se esperar da criatura alienígena pegajosa e rastejante do filme e todas as peripécias que essa massa disforme é capaz de fazer. E se você já assistiu ao remake oitentista, a origem é a mesma. A geleia vem dentro de um meteorito que cai em uma fazenda no interior dos EUA, e é encontrada por um velho e seu cachorro. Cutucando a forma translúcida com uma vareta, ela gruda na mão do senhor e começa a consumir o braço do pobre coitado. Até ele ser resgatado por Steve Andrews, papel de McQueen e sua namoradinha virginal Jane Martin (Aneta Corsaut), que estavam dando uns amassos castos no carro e veem uma estrela cadente, que na verdade é o tal meteorito, e resolvem tentar descobrir onde ela caiu. Steve leva o velho até o Dr. T. Hallen, que desconhece o que pode ser aquilo. A bolha faz então sua segunda vítima e vai aumentando de tamanho, fugindo para a cidade para espalhar o terror gelatinoso. A polícia local não acredita na história contada por Steve e Jane, que procuram os demais “adolescentes” rebeldes da cidade para investigarem o paradeiro da bolha, até que eles a encontram na loja de conveniência do pai de Steve, e só conseguem se salvar por se esconderem no frigorífico, e descobrirem que o alienígena gosmento não tolera o frio extremo. Em sua escalada de morte, a Bolha ainda ataca um cinema, o Colonial Theater, em que está sendo exibido Daughter of Horror, filme de 1953 dirigido por John Parker, (que está sendo projetado quando Steve adentra o cinema para pedir ajuda aos amigos) e My Son, the Vampire, este estrelado por Bela Lugosi. Sem precedentes a cena em que a bolha se esgueira pelo duto de ar para devorar o projetor e depois cai pelas janelas da sala de exibição, provocando uma fuga histérica em massa do local. Por fim, Steve, Jane e seu irmãozinho pentelho que foi atrás dela, que você até torce que morra secretado pela gosma alienígena, estão encurralados em uma lanchonete que a bolha, agora com proporções gigantescas, está assimilando, quando através do uso do CO2 provenientes de extintores, toda a população congela a criatura, à espera de que o exército americano leve-a para o ártico, onde ficará para sempre confinada no frio, ou até que o degelo e o aquecimento global a tire de lá, já que no final do filme, após o fatídico letreiro de FIM, aparece um sinistro ponto de interrogação. O grande inimigo de A Bolha no entanto é a passagem dos anos. Aposto R$ 10 que você, assim como eu, assistiu primeiro A Bolha Assassina de 1988, então assistir a versão feita trinta anos depois, com toda aquela inocência, climão e principalmente ritmo característicos da década de 50, deixa muito a desejar. Não é nenhum demérito, mas acontece que o que ocorre com A Bolha foi exatamente a mesma coisa de outros sci-fi dos anos 50 que ganharam suas refilmagens três décadas depois, como, por exemplo, A Mosca, remake de A Mosca da Cabeça Branca e O Enigma de Outro Mundo, remake de O Monstro do Ártico. Todos eles são viscerais, violentos e com doses cavalares de sangue e nojeira, algo que seus originais definitivamente não tinham. Mas isso não tira o fato de que A Bolha é um cult definitivo e muito menos a sua importância para o gênero, tornando-o obrigatório para os fãs. E para finalizar, por sorte, também fomos agraciados com a desistência do roqueiro metido a diretor Rob Zombie em fazer um re-remake do filme. PegandoHalloween – O Início como base, já dava para imaginar que mais um clássico seria assassinado por Zombie.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/09/105-a-bolha-1958/

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