terça-feira, 17 de março de 2015

#096 1957 O EMISSÁRIO DE OUTRO MUNDO (Not of this Earth, EUA)


Direção: Roger Corman
Roteiro: Charles B. Griffith, Mark Hanna
Produção:Roger Corman
Elenco: Paul Birch, Beverly Garland, Morgan Jones, William Roerick, Jonathan Haze, Dick Miller

Conhece Roger Corman certo? O lendário Rei dos Filmes B, era conhecido por entregar fitas em tempo recorde por uma ninharia (tanto que tem em seu currículo mais de 450 filmes entre produção, direção e roteiro – até aonde escrevi esse parágrafo, pois já pode ter aumentado enquanto isso) e por revelar diversos artistas e cineastas, como Jack Nicholson, Francis Ford Copolla, Joe Dante e James Cameron entre outros. O grande barato é que esses filmes feitos por uma mixórdia e em ritmo de pastelaria, por mais B que sejam, são simplesmente fantásticos. Como é o caso do cultuado O emissário de Outro Mundo. Um dos grandes clássicos do sci-fi, escrito pelo parceiro de Corman, Charles Griffith e produzido para ser exibido nas double features junto com A Ilha do Pavor (também de Corman), aqui mais uma vez somos testemunhas de uma quase bem sucedida e discreta invasão alienígena, que traz a clássica trama de um ataque engendrado por visitantes interplanetários como forma de sobrevivência de sua espécie, e dane-se o que pode acontecer com a raça humana, assim como em O Monstro do Ártico, a podreira Robot Monster e o classudo Vampiros de Almas, por exemplo. Aqui neste caso, o planeta em questão é Davana, e o tal emissário desse mundo é Paul Johnson (Paul Birch, ator que faria vários filmes de Corman no começo da carreira, até eles saírem na mão no set de O Emissário de Outro Mundo, o que rendeu a Corman a perda de um dente, uma perna quebrada e um olho roxo) a última esperança da sua terra natal antes da aniquilação. Vindo ao nosso mundo através de um sofisticado (???) aparelho de teletransporte, que também serve para que ele se comunique com Davana (e fica guardado dentro de um armário aberto por controle remoto). A missão desse alter ego de Johnson é extrair o sangue dos seres humanos e testar em si próprio, a fim de substituir o sangue da população de seu planeta, na esperança de encontrar um cura para uma doença que devastou Davana, culpa de uma guerra atômica declarada, que resultou na contaminação sanguínea pela radiação. Se essa missão desse certo, seria o início de uma terrível invasão alienígena que escravizaria a humanidade toda, tendo nosso sangue roubado para salvar os ETs. Claro que o emissário tem poderes que nós, reles e pífios terráqueos não temos. Além das capacidades mentais e telepáticas, seu olhos são capazes de emitir uma energia mortal que tira a vida dos humanos, apenas olhando para eles, liquefazendo seus cérebros e demais órgãos internos. Sinistro, não é? Por isso ele utiliza um estranho óculos escuro o tempo todo, além de não revelar a aparência assustadora de seus olhos, brancos e sem pupila. Nesse ínterim, o Dr. F. W. Rochelle, médico hematologista, é hipnotizado pelo alienígena para ajudá-lo durante sua pesquisa, até ser morto por uma estranha e bizarra criatura de outro planeta (aka bicho feito de borracha), materializada por Johnson, que eu não faço a menor ideia do que seja, que sai voando por aí até encontrar o médico em seu laboratório e cair sobre sua cabeça enquanto o ator tem que ficar se debatendo com aquela forma de borracha e espuma, fingindo ser atacado. A ex-enfermeira de Rochelle, Nadine Storey (interpretada por Beverly Garland, com que Corman teve um conturbado romance durante as filmagens, mesmo a moça sendo casada) é contratada pelo ET para serviços de home care e cuidar da transfusão sanguínea que ele precisa receber todas as noites. E Simmons é um ex-condenado que serve como faz tudo de Johnson, desde servir como chofer até fazer a comida e limpar a piscina. Ainda temos também na trama o policial Harry Sherbourne, par romântico de Nadine, que vai ajudar a moça a enfrentar o terrível alienígena. Com a briga entre Corman e Birch, o ator abandonou os sets de filmagem e teve de ser substituído em cenas adicionais pelo ator Lile Latell, que tinha certa semelhança física, e é ele que vemos na cena do cemitério, no encalço da enfermeira Nadine e na fuga de carro, onde é perseguido pelo policial Sherbourne. Mas sinceramente, nem dá para perceber que houve essa troca de atores. Ainda há uma ponta de Dick Miller, ator fetiche de Joe Dante (fã confesso de Corman e diretor de Piranha, produção também assinada por ele), como um vendedor de aspirador de pó, que tenta vender o eletrodoméstico para o alienígena limpar seu porão, mas acaba virando vítima do malfeitor intergalático. O eficiente O Emissário de Outro Mundo, é um verdadeiro cult B. Ainda ganhou mais dois remakes futuros: um em 1988, que no Brasil ganhou o nome de Vampiro das Estrelas, esculacho trazendo no elenco a ex-atriz pornô Traci Lords, e outro em 1997, O Extraterreste, produzido pelo próprio Corman, com mais dinheiro, efeitos melhores e tudo mais, e estrelado por Michael York.

FONTE: http://101horrormovies.com/2013/02/27/96-o-emissario-de-outro-mundo-1957/

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