Direção: Jean Yarbrough
Roteiro: John Thomas Neville, George Bricker (história original)
Produção: Jack Gallagher, Guy V. Thayer Jr. (produtor associado)
Elenco: Bela Lugosi, Suzanne Kaaren, Dave O’Brien, Guy Usher, Donald Kerr
O Morcego Diabólico é o filme dessa lista que dá adeus à era de ouro dos filmes de terror da década de 30, para entrar de vez na decadência do Poverty Row de Hollywood. E isso acontece logo depois que o público foi perdendo o interesse nos filmes de terror após sua explosão de popularidade na década passada. E O Morcego Diabólico é um dos filmes que pode melhor representar essa fase do cinema de horror, afinal é uma produção B completamente bisonha, com um argumento ridículo, efeitos especiais toscos e um Bela Lugosi com uma carreira já agonizante. Até os mais fervorosos fãs e defensores do ator húngaro tem que concordar que esses filmes não fizeram nenhum tipo de bem para a sua carreira, e ele seria explorado a exaustão pelos estúdios do Poverty Row em quase todas as suas produções. Mas o que é esse tal de Poverty Row? É um termo pejorativo usado em Hollywood para se referir a estúdios minúsculos (a maioria com a vida extremamente curta), que produzia filmes B com um orçamento ridículo, que fazia desde westerns e comédias de baixa qualidade, até claro, filmes de terror. Entre os estúdios de horror mais conhecidos que pertenciam a essa ralé cinematográfica, estão a Republic, Monogram, Grand National, Mascot e PRC (o estúdio responsável por essa pérola do cinematrash). Muito diferente do que vinha sido feito pela Universal e pela MGM até então, os filmes do Poverty Row não se importavam nem um pouco com maquiagem, atores, iluminação, cenários, e só queriam gastar o mínimo possível e conseguir alguns trocados de volta, inundando as salas de cinema de produções toscas, aproveitando que os grandes estúdios não se interessavam mais pelo cinema de horror que foi perdendo força durante a Segunda Guerra Mundial, tornando o gênero marginalizado. E claro, essas produções aproveitavam para chupar até o bagaço de artistas antes consagrados, agora falidos, como o próprio Lugosi, que já vinha se tornando uma caricatura de si mesmo, John Carradine e Lionel Atwill, entre outros. O Morcego Diabólico tem sua inventiva trama central na figura do Dr. Paul Carruthers (Lugosi), um cientista louco obcecado por vingança, que através de um terrível experimento, aumenta consideravelmente o tamanho de morcegos, e usa-os para atacar a família dos dois sócios Heath e Morton, da indústria farmacêutica local, que ficaram podres de ricos com a comercialização das invenções de Carruthers, e deram uma ninharia para ele pelos royalties. E como o cientista usa os quirópteros para seus fins nefastos? Através de uma loção pós-barba (!!!???) que ao ser aplicada na pele, atrai o terrível morcego gigante, que ataca a vítima sem dó nem piedade. Só por esse último parágrafo da para imaginar que o filme é uma daquelas pérolas da podreira, não é? Pior ainda é o tal do morcego, um bonecão feio de doer, controlado por roldanas e fio de náilon, que emite um guincho ridículo, assim como seus voos rasantes, que mais parece com uma pipa. E para dar um toque de veracidade, algumas cenas são filmadas em close de um morcego real, que percebe-se claramente ser completamente desproporcional ao bonecão. E como se não bastasse, a dupla de heróis que ficará no encalço do canastra Dr. Carruthers, é um jornalista, Johnny Layton que anda armado tentando atirar no bicho (porque jornalistas andam armados, claro. Recebemos um revólver quando vamos tirar nosso MTB) e um fotografo, “Certeiro” McGuire, que vive flertando com a empregada francesa da casa dos Heath. Sem contar que determinada altura do campeonato, quando seu editor não acredita na história de um morcego gigante assassino, eles resolvem forjar uma foto com um vampiro empalhado, mas são desmascarados porque esqueceram de tirar a etiqueta “Made in Japan” do bicho. Mas apesar de estar espinafrando o filme, O Morcego Diabólico é um deleite para os fãs de filmes B, que você com certeza vai se divertir horrores vendo essa porcaria, principalmente em cada aparição do morcegão falso. Só dá um pouco de dó por causa de Lugosi, outrora uma legenda do cinema de terror, e por saber como essa história vai acabar, com ele sendo morto por overdose de morfina no momento mais baixo de sua carreira.
FONTE: http://101horrormovies.com/2012/12/16/44-o-morcego-diabolico-1940/
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