sábado, 2 de maio de 2015

#140 1960 O VAPOR HUMANO (Gasu ningen dai ichigo / The Human Vapor, Japão)



Direção: Ishirô Honda
Roteiro: Takeshi Kimura
Produção: Tomoyuki Tanaka, Edward L. Alperson (Produtores Executivos)
Elenco: Tatsuya Mihashi, Karou Yachigusa, Yoshio Tsuchiya, Keiko Sata, Yoshifumi Tajima

Ishirô Honda e Eiji Tsubaraya atacam novamente, em mais uma produção sci-fi nipônica para a Toho Studios, a “casa dos monstros” do Japão. Dessa vez, a ameaça de olhos puxados é o terrível Homem de Gás, no clássico, O Vapor Humano, nome que ganhou quando foi exibido na televisão por aqui nos anos 70. Assim como O Monstro da Bomba H, O Vapor Humano faz parte da legendária trilogia mutante do estúdio, que culminaria em O Ataque dos Homens-Cogumelos de 1963. Honda dirigiria as três películas, assim como o gênio Tsubaraya, que também foi responsável pela criação da família Ultra, cuidaria dos incríveis efeitos especiais. Detalhe que esses dois são “só” os responsáveis por Godzilla (o original), tá? O tal vapor humano, ou Homem de Gás, como é conhecido no filme é na verdade o bibliotecário Mizuno, que ao se tornar cobaia de testes feitos por um cientista louco, adquire a poderosa habilidade e se tornar etéreo, virando uma nuvem de vapor, gás, ou o que você preferir, e por consequência, virtualmente indestrutível. Como ele não era neto do tio Ben e não conhecia o conceito de que grandes poderes trazem grandes responsabilidades, o Homem de Gás vai partir para o mundo do crime. Mizuno começa a assaltar bancos e ferir pessoas, apenas para conseguir uma bolada em dinheiro para ajudar sua namoradinha, a dançarina, outrora famosa e agora falida e reclusa, Fujichiyo Kasuga, que é mestre na dança japonesa Nichibu, a voltar aos palcos para um recital que vinha ensaiando há tempos. Alugar um teatro para isso é extremamente caro, e então, Mizuno vai usar esse dinheiro para ver o sonho da moçoila realizado. Claro que ia dar muito na cara gastar toda essa grana para alugar o espaço, e a polícia acaba colocando Kasuga como principal suspeita, ou pelo menos cúmplice, dos assaltos. Isso porque o inspetor Kenji Okamoto e sua espevitada namorada, a jornalista Kyoko Kouono, estão investigando, um para a polícia e outra para o jornal onde trabalha, a série de roubos à banco. Rastreada pelas notas usadas para alugar o teatro, a dançarina é presa e é quando, para salvar seu amor do xilindró, Mizuno dá as caras, primeiro convocando a imprensa para assumir a culpa e demonstrar seu incrível poder, depois para a polícia, que sempre tenta capturá-lo, mas em vão, pois ele dá um jeitinho de virar fumaça e sair voando por aí. E todo esse revertério, ele faz por amor, olhe que bonito! (a tagline do pôster americano é “It Loves Like a Man“). É quando sem ter a menor ideia de como parar o Homem de Gás, a polícia recorre ao Dr. Tamiya, que acredita que uma explosão de gás U.M. poderia destruir Mizuno. Não sei o porquê deles não esperam o rapaz ficar na forma gasosa e não apontam um aspirador para ele e sugam-no. Mas deixa para lá. Então uma armadilha é preparada para o recital, já que tanto Mizuno quanto Kasuga decidiram realizar até o final, de qualquer jeito. O mais cômico da apresentação é que toda a plateia, tirando Mizuno, é claro, está lá por conta da aparição do Homem de Gás, e não dando a mínima para as coreografias da dançarina no palco. O público começa até, de forma desrespeitosa, desprestigiar o espetáculo e aporrinhar o Homem de Gás, que está sentado na primeira fila, para que ele dê as caras. Vão se arrepender amargamente depois. O mais incrível mesmo são os efeitos especiais, vanguardistas ao extremo, desenvolvidos pelo genial Tsubaraya. O desbunde começa com Mizuno ficando com o rosto azul transparente, enquanto um efeito sonoro característico acompanha a mudança da densidade molecular de seu corpo. Em seguida, ele começa a esfumaçar, da cabeça aos pés, e a roupa do seu corpo vai caindo lentamente no chão, com o gás se dissipando, enquanto faz troça com os policiais inúteis que nunca conseguirão capturá-lo. O Vapor Humano ainda reserva um final pessimista, ao melhor estilo trágico oriental, repleto de sacrifícios e de perda. É mais uma gema do cinema japonês de terror/ sci-fi, e sabemos que os japas muito dificilmente decepcionam. Ainda mais quando a fita faz parte dos clássicos da Toho Estúdios, com dedo de Honda na direção e Tsubaraya nos efeitos.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/19/140-o-vapor-humano-1960/

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