Direção: Ishirô Honda
Roteiro: Takeshi Kimura
Produção: Tomoyuki Tanaka,
Edward L. Alperson (Produtores Executivos)
Elenco: Tatsuya Mihashi,
Karou Yachigusa, Yoshio Tsuchiya, Keiko Sata, Yoshifumi Tajima
Ishirô
Honda e Eiji Tsubaraya atacam novamente, em mais uma
produção sci-fi nipônica para a Toho Studios, a “casa dos monstros”
do Japão. Dessa
vez, a ameaça de olhos puxados é o terrível Homem de Gás, no clássico, O Vapor Humano, nome que ganhou quando foi exibido na televisão
por aqui nos anos 70. Assim como O Monstro da Bomba H, O Vapor Humano faz
parte da legendária trilogia mutante do estúdio, que culminaria em O Ataque dos Homens-Cogumelos de 1963. Honda dirigiria
as três películas, assim como o gênio Tsubaraya, que também foi responsável
pela criação da família Ultra, cuidaria dos incríveis efeitos especiais. Detalhe que esses dois são “só”
os responsáveis por Godzilla (o original), tá? O tal
vapor humano, ou Homem de Gás, como é conhecido no filme é na verdade o
bibliotecário Mizuno, que ao se tornar cobaia de testes feitos por um cientista
louco, adquire a poderosa habilidade e se tornar etéreo, virando uma nuvem de
vapor, gás, ou o que você preferir, e por consequência, virtualmente
indestrutível. Como ele não era neto do tio Ben e não conhecia o conceito de
que grandes poderes trazem grandes responsabilidades, o Homem de Gás vai partir
para o mundo do crime. Mizuno começa a assaltar bancos e ferir pessoas, apenas
para conseguir uma bolada em dinheiro para ajudar sua namoradinha, a dançarina,
outrora famosa e agora falida e reclusa, Fujichiyo Kasuga, que é mestre na
dança japonesa Nichibu, a voltar aos palcos para um recital que vinha ensaiando
há tempos. Alugar um teatro para isso é extremamente caro, e então, Mizuno vai usar
esse dinheiro para ver o sonho da moçoila realizado. Claro que ia dar muito na cara
gastar toda essa grana para alugar o espaço, e a polícia acaba colocando Kasuga
como principal suspeita, ou pelo menos cúmplice, dos assaltos. Isso porque o
inspetor Kenji Okamoto e sua espevitada namorada, a jornalista Kyoko Kouono,
estão investigando, um para a polícia e outra para o jornal onde trabalha, a
série de roubos à banco. Rastreada pelas notas
usadas para alugar o teatro, a dançarina é presa e é quando, para salvar seu
amor do xilindró, Mizuno dá as caras, primeiro convocando a imprensa para
assumir a culpa e demonstrar seu incrível poder, depois para a polícia, que
sempre tenta capturá-lo, mas em vão, pois ele dá um jeitinho de virar fumaça e
sair voando por aí. E todo
esse revertério, ele faz por amor, olhe que bonito! (a tagline do
pôster americano é “It Loves Like a Man“). É quando sem ter a menor ideia de como parar o
Homem de Gás, a polícia recorre ao Dr. Tamiya, que acredita que uma explosão de
gás U.M. poderia destruir Mizuno. Não sei o porquê deles não
esperam o rapaz ficar na forma gasosa e não apontam um aspirador para ele e
sugam-no. Mas deixa para lá. Então uma armadilha é preparada para o recital, já
que tanto Mizuno quanto Kasuga decidiram realizar até o final, de qualquer
jeito. O mais cômico da apresentação é que toda a plateia, tirando Mizuno, é
claro, está lá por conta da aparição do Homem de Gás, e não dando a mínima para
as coreografias da dançarina no palco. O público começa até, de forma
desrespeitosa, desprestigiar o espetáculo e aporrinhar o Homem de Gás, que está
sentado na primeira fila, para que ele dê as caras. Vão se arrepender amargamente
depois. O mais incrível mesmo são os efeitos especiais, vanguardistas ao
extremo, desenvolvidos pelo genial Tsubaraya. O
desbunde começa com Mizuno ficando com o rosto azul transparente, enquanto um
efeito sonoro característico acompanha a mudança da densidade molecular de seu
corpo. Em
seguida, ele começa a esfumaçar, da cabeça aos pés, e a roupa do seu corpo vai
caindo lentamente no chão, com o gás se dissipando, enquanto faz troça com os
policiais inúteis que nunca conseguirão capturá-lo. O Vapor Humano ainda
reserva um final pessimista, ao melhor estilo trágico oriental, repleto de
sacrifícios e de perda. É mais uma gema do cinema japonês de
terror/ sci-fi, e sabemos que os japas muito dificilmente decepcionam. Ainda
mais quando a fita faz parte dos clássicos da Toho Estúdios, com dedo de Honda
na direção e Tsubaraya nos efeitos.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/19/140-o-vapor-humano-1960/
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