Direção: Steve Sekely,
Freddie Francis (não creditado)
Roteiro: Bernard Gordon,
Phillip Yordan (baseado na obra de John Wyndham)
Produção: George
Pitcher, Phillip Yordan (Produtor Executivo)
Elenco: Howard
Keel, Nicole Maurey, Janette Scott, Kieron Moore, Mervyn Johns
O Terror Veio
do Espaço é a primeira adaptação do famoso e importantíssimo best
seller de ficção científica O Dia das Trífides, escrito por John Wyndham,
publicado em 1951. Wyndham também é o autor de Midwich Cuckoos, outro
clássico da ficção científica adaptado para as telas em A Aldeia dos Amaldiçoados. Dirigido por Steve Sekely e Freddie
Francis (diretor de alguns filmes da Hammer e da Amicus, mas de forma não
creditada), com roteiro de Bernard Gordon e Phillip Yordan, O Terror Veio
do Espaço traz aquele famoso cenário pós apocalíptico de uma invasão
alienígenas, só que uma invasão bem mais inusitada do que estamos acostumadas,
perpetrada por uma raça de plantas carnívoras interplanetárias que chegou ao
nosso planeta e depois de um evento espacial mundial, tomou controle da Terra. O
evento em questão é uma chuva de meteoritos, que certa noite foi visível a olho
nu em todo o globo, mas que trouxe uma desastrosa consequência: todos aqueles
que a assistiram, ficaram imediatamente cegos. É mais ou menos como se O
Ensaio Sobre a Cegueira encontrasse Os Invasores de Corpos. E um adendo
é que aquele filme sem vergonha do M. Night Shyalaman, Fim dos Tempos,
obviamente foi chupinado também do argumento de O Dia das Trífides. Com a
humanidade em pânico, trens entrando em rota de colisão, aviões caindo do céu e
o caos tomando conta, as trífides, que são essas tais plantas, começam a
crescer livres e de forma desgovernada, saindo andando por aí de seus caules e
devorando os seres humanos. Pausa para falar sobre o visual dessas plantas. Eu
sei que era década de 60, é uma produção de baixo orçamento da BBC, mas pelo
amor… As plantas são ridículas. Naquele nível de que só dá para dar risadas das
mesmas. Obviamente algumas cenas foram rodadas com a técnica de suitmation,
e pode-se perceber que há um sujeito por baixo da roupa de borracha que mimetiza
o vegetal alienígena, andando desengonçado de forma bípede e com os braços
levantados representando seus troncos. É tosco! Bom, deste pandemônio todo
originado pela chuva de meteoros e o curto de cegueira, o oficial da marinha
Bill Masen, vivido por Howard Keel, é um dos poucos que ainda podem enxergar,
pois foi submetido a uma cirurgia nos olhos na noite do acontecido, não
presenciando o fenômeno. Ele se junta a pequena Susan, sobrevivente de um
desastre em um trem descarrilado, e deixam Londres em direção à França,
tentando descobrir alguma ajuda no continente. Lá eles conhecem também mais um
casal que possui a visão, Christine e o Sr. Cocker, que tem uma casa de campo
onde reúne alguns sobreviventes para poder prestar auxílio. Neste ínterim,
outros dois personagens chaves na trama é o casal de cientistas Tom e Karen
Goodwin, que vivem isolados em suas pesquisas em um farol no meio do oceano, e
também não testemunharam a chuva de meteoros. Isolados, com um relacionamento
desgastado entre ambos e o alcoolismo de Tom, eles precisam tentar
sobreviver à crise conjugal naquela rocha, e não serem devorados pelas
trífides que vão nascendo na encosta. Como todo bom filme pós-apocalíptico, não
são apenas as plantas extraterrestres que constituem perigo para nossos heróis.
Nunca podemos esquecer que a humanidade em situações como essa, sempre volta ao
seu estágio primitivo, quase animalesco, numa sociedade caótica sem leis, e vão
recorrer a saques, assassinatos e estupros. Mas nada que se compare as
terríveis trepadeiras que vão andando, balançando seus galhos por aí querendo
fazer um lanchinho de carne humana, isso sem contar sua intensa capacidade de
se reproduzir, afinal é só bater um ventinho e levar seu pólen para qualquer
lugar, e o mortal veneno que possui em suas seivas. A maior diferença entre o
filme e o livro é a origem das trífides. Enquanto aqui, como já disse, a origem
é extraterreste, no livro original de Wyndham, as plantas são meramente uma
alegoria comunista, tema comum em seus livros, onde segundo suspeitas do
próprio personagem principal, Bill Mansen, elas foram criadas através de
bioengenharia pelos soviéticos e depois acidentalmente soltas na natureza.
Especula-se também no livro que a chuva de meteoros também foi obra dos
vermelhos e companhia limitada. O desenvolver da trama de O Terror Veio do
Espaço é bastante compacta, tendo que colocar todos os desdobramentos do
apocalipse vegetal e as relações humanas e suas consequências, retiradas das
páginas do livro, em um filme de apenas 93 minutos. Então tudo fica bastante
corrido, mas com algumas interessantes situações ali pontuadas, que poderiam
ser melhores exploradas se a metragem fosse maior. Mesmo assim não deixa de ser
um clássico cultuado. Em 1981 a própria BBC produziu uma série em seis episódios
exibidas na televisão britânica, aí sim com os personagens e situações mais bem
trabalhadas, e recentemente em 2009, uma nova minissérie foi ao ar em dois
episódios, esta com elenco estrelado com Dougray Scott, Vanessa Redgrave, Eddie
Izzard e Brian Cox e recheada de efeitos especiais, lançada no Brasil pela
Paris Filmes com o nome de O Dia Final, na época em que eu trabalhava por
lá. Um detalhe pessoal curioso é que fui voto vencido dos departamentos de
marketing e comercial, para que o filme se chamasse O Dia das Trífides, tal
qual o livro.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/05/06/155-o-terror-veio-do-espaco-1962/
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