Direção: Don
Sharp
Roteiro: John
Elder
Produção: Anthony
Hinds
Elenco:Clifford
Evans, Edward de Souza, Noel Willman, Jennifer Daniel, Barry Warren, Jacquie
Wallis
O Beijo do
Vampiro é a terceira empreitada da Hammer no universo
vampiresco. Não confunda com aquela novela mequetrefe que passou na Globo há
alguns anos. E se não fosse uma fita pertencente ao respeitado catálogo do
estúdio britânico, seria um filme completamente esquecível e desnecessário. A
Hammer parece ter levado algum tempo para perceber que seus filmes só iriam
funcionar com Christopher Lee no papel de Drácula novamente, algo que só
aconteceria seis anos depois. Anthony Hinds, produtor da Hammer e que
roteirizou este longa sob o pseudônimo de John Elder, queria continuar na
tentativa de fazer mais um filme de Drácula, sem o ator que imortalizou o
personagem para o estúdio. O Beijo do Vampiro era para ser o terceiro
filme da franquia, mas outra vez o resultado ficou aquém do esperado,
como aconteceu com As Noivas de Drácula, que pelo menos, ainda se prestava a ter
Peter Cushing no elenco, refazendo o papel do Prof. Van Helsing. Porém o texto final acabou não
fazendo nenhuma referencia ao conde, e partiu para uma direção que começou a
ser abordada no longa anterior, tratando o vampirismo como uma doença social
que atinge aqueles que buscam por um estilo de vida decadente, e obviamente,
utilizando-se da superstição nos pequenos vilarejos para as criaturas das
trevas fazerem suas vítimas e tocarem o terror no local. Aqui, o grande mestre
vampiro é o Dr. Ravna (Noel Willman, uma espécie de Christopher Lee fajuto, que
tem até certa semelhança física com o eterno Drácula), que mora em um suntuoso
castelo na Bavária e tem uma legião de seguidores sanguessugas, além de seus
próprios filhos. Os olhos e desejo de sangue de Ravna se voltam para a bela
Marianne (Jennifer Daniel), recém casada com Gerald Harcourt (Edward de Souza),
que estão em uma viagem de lua de mel e seu carro, uma das grandes novidades da
época, fica sem combustível próximo a um vilarejo, o que os faz se hospedarem
em um decadente hotel, gerenciados pelo feliz Bruno e pela amargurada Anna, sua
esposa, que vive em luto pelo desaparecimento da filha, que foi morar no
castelo com o Dr. Ravna, e claro, foi transformada em uma morta-viva. Ravna
convida os dois pombinhos para um jantar em seu castelo, e depois de construir
a base da amizade entre eles e seus filhos, usando um pouco do bom e velho
poder hipnótico dos vampiros, desta vez na forma de uma música tocada no piano
pelo seu filho Carl, os leva até uma extravagante festa à fantasia, para raptar
Marianne e dar o beijo, que na mitologia vampírica, é sugar seu sangue para
transformá-la em uma criatura notívaga. Neste momento somos apresentados a um
detalhe bastante interessante, que é o pouco que se salva no filme e o
diferencia dos demais do gênero que temos visto até então, e familiar se você
joga ou jogou Vampiro – A Máscara alguma vez na vida. Ravna possui uma
verdadeira seita vampiresca. Ele como grande líder, reúne todas essas criaturas
sobre seu domínio em seu castelo, todos vestidos de branco, participando de
sessões, bem como um culto de verdade. Outro ponto positivo do filme é que
depois que Marianne é sequestrada e Gerald ter tomado um porre sem precedentes
na noite da festa, ele acorda e é taxado de louco por todos, em um complô muito
bem organizado, que alega que ele viajava sozinho e nunca houve uma Marianne,
sua recém esposa, junto dele. Até Bruno, senhorio do hotel, está mancomunado,
escondendo todas as roupas da garota. Mas claro que Gerald não vai se dar como
louco, e procura ajuda no Professor Zimmer, estudante do oculto, caçador de
vampiro e sósia de Zé do Caixão, que resolve utilizar-se da magia negra para
conjurar um mal ainda maior, que seria responsável por derrotar Ravna e seus
acólitos. Utilizando este ritual místico, Zimmer ordena que um bando de
morcegos de plástico pendurados por barbantes, vindos do inferno, invada o
castelo e ataque ferozmente todos os ali presentes, como se o Batman tivesse
jogado um daqueles seus dispositivos sônicos no local que atrai os quirópteros.
Finalzinho mais do que safado. Na verdade, esse encerramento seria
originalmente usado no final de As Noivas de Drácula, mas Peter Cushing
foi ferrenhamente contra, pois Van Helsing nunca iria recorrer a magia negra, o
que faz um tremendo de um sentido. Por isso foi criado o tal Prof. Zimmer,
obviamente sem o mesmo charme do doutor holandês, e assim essa conclusão pode
ser utilizada em O Beijo do Vampiro. Que vale só pela curiosidade de ser
mais um filme do gênero com o selo Hammer e toda sua alegoria costumeira.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/05/09/158-o-beijo-do-vampiro-1963/
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