domingo, 24 de maio de 2015

#158 1963 O BEIJO DO VAMPIRO (The Kiss of the Vampire, Reino Unido)


Direção: Don Sharp
Roteiro: John Elder
Produção: Anthony Hinds
Elenco:Clifford Evans, Edward de Souza, Noel Willman, Jennifer Daniel, Barry Warren, Jacquie Wallis

O Beijo do Vampiro é a terceira empreitada da Hammer no universo vampiresco. Não confunda com aquela novela mequetrefe que passou na Globo há alguns anos. E se não fosse uma fita pertencente ao respeitado catálogo do estúdio britânico, seria um filme completamente esquecível e desnecessário. A Hammer parece ter levado algum tempo para perceber que seus filmes só iriam funcionar com Christopher Lee no papel de Drácula novamente, algo que só aconteceria seis anos depois. Anthony Hinds, produtor da Hammer e que roteirizou este longa sob o pseudônimo de John Elder, queria continuar na tentativa de fazer mais um filme de Drácula, sem o ator que imortalizou o personagem para o estúdio. O Beijo do Vampiro era para ser o terceiro filme da franquia,  mas outra vez o resultado ficou aquém do esperado, como aconteceu com As Noivas de Drácula, que pelo menos, ainda se prestava a ter Peter Cushing no elenco, refazendo o papel do Prof. Van Helsing. Porém o texto final acabou não fazendo nenhuma referencia ao conde, e partiu para uma direção que começou a ser abordada no longa anterior, tratando o vampirismo como uma doença social que atinge aqueles que buscam por um estilo de vida decadente, e obviamente, utilizando-se da superstição nos pequenos vilarejos para as criaturas das trevas fazerem suas vítimas e tocarem o terror no local. Aqui, o grande mestre vampiro é o Dr. Ravna (Noel Willman, uma espécie de Christopher Lee fajuto, que tem até certa semelhança física com o eterno Drácula), que mora em um suntuoso castelo na Bavária e tem uma legião de seguidores sanguessugas, além de seus próprios filhos. Os olhos e desejo de sangue de Ravna se voltam para a bela Marianne (Jennifer Daniel), recém casada com Gerald Harcourt (Edward de Souza), que estão em uma viagem de lua de mel e seu carro, uma das grandes novidades da época, fica sem combustível próximo a um vilarejo, o que os faz se hospedarem em um decadente hotel, gerenciados pelo feliz Bruno e pela amargurada Anna, sua esposa, que vive em luto pelo desaparecimento da filha, que foi morar no castelo com o Dr. Ravna, e claro, foi transformada em uma morta-viva. Ravna convida os dois pombinhos para um jantar em seu castelo, e depois de construir a base da amizade entre eles e seus filhos, usando um pouco do bom e velho poder hipnótico dos vampiros, desta vez na forma de uma música tocada no piano pelo seu filho Carl, os leva até uma extravagante festa à fantasia, para raptar Marianne e dar o beijo, que na mitologia vampírica, é sugar seu sangue para transformá-la em uma criatura notívaga. Neste momento somos apresentados a um detalhe bastante interessante, que é o pouco que se salva no filme e o diferencia dos demais do gênero que temos visto até então, e familiar se você joga ou jogou Vampiro – A Máscara alguma vez na vida. Ravna possui uma verdadeira seita vampiresca. Ele como grande líder, reúne todas essas criaturas sobre seu domínio em seu castelo, todos vestidos de branco, participando de sessões, bem como um culto de verdade. Outro ponto positivo do filme é que depois que Marianne é sequestrada e Gerald ter tomado um porre sem precedentes na noite da festa, ele acorda e é taxado de louco por todos, em um complô muito bem organizado, que alega que ele viajava sozinho e nunca houve uma Marianne, sua recém esposa, junto dele. Até Bruno, senhorio do hotel, está mancomunado, escondendo todas as roupas da garota. Mas claro que Gerald não vai se dar como louco, e procura ajuda no Professor Zimmer, estudante do oculto, caçador de vampiro e sósia de Zé do Caixão, que resolve utilizar-se da magia negra para conjurar um mal ainda maior, que seria responsável por derrotar Ravna e seus acólitos. Utilizando este ritual místico, Zimmer ordena que um bando de morcegos de plástico pendurados por barbantes, vindos do inferno, invada o castelo e ataque ferozmente todos os ali presentes, como se o Batman tivesse jogado um daqueles seus dispositivos sônicos no local que atrai os quirópteros. Finalzinho mais do que safado. Na verdade, esse encerramento seria originalmente usado no final de As Noivas de Drácula, mas Peter Cushing foi ferrenhamente contra, pois Van Helsing nunca iria recorrer a magia negra, o que faz um tremendo de um sentido. Por isso foi criado o tal Prof. Zimmer, obviamente sem o mesmo charme do doutor holandês, e assim essa conclusão pode ser utilizada em O Beijo do Vampiro. Que vale só pela curiosidade de ser mais um filme do gênero com o selo Hammer e toda sua alegoria costumeira.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/05/09/158-o-beijo-do-vampiro-1963/

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