domingo, 24 de maio de 2015

#157 1963 BANQUETE DE SANGUE (Blood Feast, EUA)


Direção: Herschell Gordon Lewis
Roteiro: A. Louise Downe, David F. Friedman e Herschell Gordon Lewis (não creditados)
Produção: David F. Friedman, Stanfor S. Kohlberg e Herschell Gordon Lewis (não creditados)
Elenco: Thomas Wood, Mal Arnold, Connie Manson, Lyn Bolton, Scott H. Hall

Além de Banquete de Sangue ser uma podreira sem tamanho, uma história ridícula e atores bisonhos, o que vale mesmo destacar é que esse foi o primeiro filme dirigido por H.G. Lewis, o pai do cinema gore. O primeiro a desbravar esse território tão adorado pelos fãs do horror hoje em dia, e colocar em cena muito sangue, mutilações e vários tipos de violência gráfica explícita. E só vermos a diferença gritante entre Banquete de Sangue com todos os demais filmes feitos até então. A fita abre já com uma loira entrando em uma banheira para tomar banho, com direito a peitinho de fora, e aparece um maluco psicopata arrancando o olho dela com um facão e depois cortando a perna da garota fora e colocando em um saco. E tudo isso de forma visceral, com um banho de guache vermelho imitando sangue, e uma trilha sonora de um tambor minimalista, misturado com sons fúnebres de órgãos e violinos (também executada por Lewis) que vai se repetir durante todo o filme. Apesar da precariedade já gritante na cena, que vai piorando conforme o tempo passe, o que vale mesmo é a ousadia, principalmente para a época. O assassino é na verdade Fuad Ramses, um antiquário psicopata, adorador da deusa egípcia Ishtar. Sua missão é reviver a deusa através de um cruel ritual de sangue, oferecendo-a vísceras e sangue de suas vítimas. Ramses é convidado pela socialite Dorothy Fremont a preparar um exótico jantar de aniversário para sua filha, Suzette, fã da cultura egípcia. Para a ocasião, ele vê a oportunidade perfeita para oferecer seu banquete à Ishtar e finalizar seu ritual. Enquanto isso Ramses vai cometendo todo tipo de assassinato escabroso, todos extremamente gráficos, com um zelo de produção do pior nível possível. Uma vítima tem seu cérebro removido enquanto namorava em uma praia deserta, outra tem a língua arrancada, outra o rosto violentamente desfigurado e mais uma chicoteada até a morte, para que seu sangue virgem seja oferecido à deusa. E depois, as partes que ele foi coletando até agora das garotas, vão todas para o forno, para que sejam servidas no derradeiro banquete. Com todas estas mortes horrendas ocorrendo, uma dupla de policias incompetentes ao extremo, formada pelo Detetive Pete Thornton (interpretado por William Kerwin, com o pseudônimo de Thomas Wood) e pelo Capitão Frank, não conseguem descobrir a menor pista de quem é o sádico assassino que está executando estas garotas. Os pontos vão começar a se ligar somente quando Pete e Suzette, que vivem um caso amoroso, participam de uma palestra sobre a história egípcia e conhecem através dela, o terrível banquete oferecido à Ishtar na antiguidade, o mesmo quem Ramses quer executar nos dias atuais. É durante o aniversário de Suzette, após ela quase ser assassinada, que a polícia finalmente consegue impedir que o psicopata faça mais uma vítima, impedindo Ramses na hora H e obrigando-o a fugir. Neste momento vale uma pérola disparada pela mãe de Suzette, isso após quase sua filha ser morta pelo assassino: “Acho que não teremos mais o jantar esta noite”. Impagável. Ramses começa a ser perseguido pela polícia, fugindo a pé em direção a um lixão e sem conseguir ser apanhado, e isso que ele é manco! Sério, acho que nunca vi policiais detetives tão estúpidos quanto esta dupla. Nem o FBI em The Following consegue ser tão incompetente. É então que para conseguir escapar, Ramses resolve se esconder na caçamba de um caminhão de lixo. 
ALERTA DE SPOILER (se é que você se importa mesmo em como vai terminar esse filme).
Claro que a ideia de gênio ia dar errado, e Ramses acaba sendo esmagado violentamente pelo triturador do caminhão. Ainda há tempo no finalzinho para o Detetive Thornton, que tem certa semelhança física com o ator Robert Patrick, o T-1000 do Exterminador do Futuro, explicar como ele conseguiu montar sua brilhante linha de raciocínio e descobrir que Ramses era o verdadeiro assassino. Tudo graças a seus conhecimento adquiridos nas palestras sobre o Egito, principalmente na fatídica aula sobre o banquete de Ishtar, e o livro “Antigos e Estranhos Rituais” encontrado na banheira lá da primeira vítima no começo. O filme é pobre, tosco, a atuação dos atores são as mais forçadas e exageradas possíveis, o roteiro é cheio de buracos… Mas isso não é nenhum demérito para Banquete de Sangue não, principalmente se você como eu, é fã desse tipo de bagaceira. É uma produção obscura, violenta, de humor negro, importante por ser percussora do gore, e ter colocado o nome de Herschell Gordon Lewis como um dos principais diretores do gênero, ao abrir caminho para o cinema explícito.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/05/08/157-banquete-de-sangue-1963/

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