Direção: Herschell Gordon
Lewis
Roteiro: A. Louise Downe,
David F. Friedman e Herschell Gordon Lewis (não creditados)
Produção: David
F. Friedman, Stanfor S. Kohlberg e Herschell Gordon Lewis (não creditados)
Elenco: Thomas
Wood, Mal Arnold, Connie Manson, Lyn Bolton, Scott H. Hall
Além de Banquete de
Sangue ser uma podreira sem tamanho, uma história ridícula e
atores bisonhos, o que vale mesmo destacar é que esse foi o primeiro filme
dirigido por H.G. Lewis, o pai do cinema gore. O primeiro a desbravar esse
território tão adorado pelos fãs do horror hoje em dia, e colocar em cena muito
sangue, mutilações e vários tipos de violência gráfica explícita. E só vermos a
diferença gritante entre Banquete de Sangue com todos os demais
filmes feitos até então. A fita abre já com uma loira entrando em uma banheira
para tomar banho, com direito a peitinho de fora, e aparece um maluco psicopata
arrancando o olho dela com um facão e depois cortando a perna da garota fora e
colocando em um saco. E tudo isso de forma visceral, com um banho de guache
vermelho imitando sangue, e uma trilha sonora de um tambor minimalista,
misturado com sons fúnebres de órgãos e violinos (também executada por Lewis)
que vai se repetir durante todo o filme. Apesar da precariedade já gritante na
cena, que vai piorando conforme o tempo passe, o que vale mesmo é a ousadia,
principalmente para a época. O assassino é na verdade Fuad Ramses, um
antiquário psicopata, adorador da deusa egípcia Ishtar. Sua missão é reviver a
deusa através de um cruel ritual de sangue, oferecendo-a vísceras e sangue de
suas vítimas. Ramses é convidado pela socialite Dorothy Fremont a preparar um
exótico jantar de aniversário para sua filha, Suzette, fã da cultura egípcia.
Para a ocasião, ele vê a oportunidade perfeita para oferecer seu banquete à
Ishtar e finalizar seu ritual. Enquanto isso Ramses vai cometendo todo tipo de
assassinato escabroso, todos extremamente gráficos, com um zelo de produção do
pior nível possível. Uma vítima tem seu cérebro removido enquanto namorava em
uma praia deserta, outra tem a língua arrancada, outra o rosto violentamente
desfigurado e mais uma chicoteada até a morte, para que seu sangue virgem seja
oferecido à deusa. E depois, as partes que ele foi coletando até agora das
garotas, vão todas para o forno, para que sejam servidas no derradeiro
banquete. Com todas estas mortes horrendas ocorrendo, uma dupla de policias
incompetentes ao extremo, formada pelo Detetive Pete Thornton (interpretado por
William Kerwin, com o pseudônimo de Thomas Wood) e pelo Capitão Frank, não
conseguem descobrir a menor pista de quem é o sádico assassino que está
executando estas garotas. Os pontos vão começar a se ligar somente quando Pete
e Suzette, que vivem um caso amoroso, participam de uma palestra sobre a
história egípcia e conhecem através dela, o terrível banquete oferecido à
Ishtar na antiguidade, o mesmo quem Ramses quer executar nos dias atuais. É
durante o aniversário de Suzette, após ela quase ser assassinada, que a polícia
finalmente consegue impedir que o psicopata faça mais uma vítima, impedindo
Ramses na hora H e obrigando-o a fugir. Neste momento vale uma pérola disparada
pela mãe de Suzette, isso após quase sua filha ser morta pelo assassino: “Acho
que não teremos mais o jantar esta noite”. Impagável. Ramses começa a ser
perseguido pela polícia, fugindo a pé em direção a um lixão e sem conseguir ser
apanhado, e isso que ele é manco! Sério, acho que nunca vi policiais detetives
tão estúpidos quanto esta dupla. Nem o FBI em The Following consegue ser tão
incompetente. É então que para conseguir escapar, Ramses resolve se esconder na
caçamba de um caminhão de lixo.
ALERTA DE SPOILER (se é que você se importa mesmo em como vai
terminar esse filme).
Claro que a ideia de gênio ia dar
errado, e Ramses acaba sendo esmagado violentamente pelo triturador do
caminhão. Ainda há tempo no finalzinho para o Detetive Thornton, que tem certa
semelhança física com o ator Robert Patrick, o T-1000 do Exterminador do
Futuro, explicar como ele conseguiu montar sua brilhante linha de raciocínio e
descobrir que Ramses era o verdadeiro assassino. Tudo graças a seus
conhecimento adquiridos nas palestras sobre o Egito, principalmente na fatídica
aula sobre o banquete de Ishtar, e o livro “Antigos e Estranhos Rituais”
encontrado na banheira lá da primeira vítima no começo. O filme é pobre, tosco,
a atuação dos atores são as mais forçadas e exageradas possíveis, o roteiro é
cheio de buracos… Mas isso não é nenhum demérito para Banquete de Sangue não,
principalmente se você como eu, é fã desse tipo de bagaceira. É uma produção
obscura, violenta, de humor negro, importante por ser percussora do gore,
e ter colocado o nome de Herschell Gordon Lewis como um dos principais
diretores do gênero, ao abrir caminho para o cinema explícito.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/05/08/157-banquete-de-sangue-1963/
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