Direção: Terence Fisher
Roteiro: John Elder (baseado
na obra de Guy Endore)
Produção: Anthony Hinds,
Anthony Nelson Keyes (Produtor Associado), Michael Carreras (Produtor
Executivo)
Elenco: Oliver
Reed, Clifford Evans, Yvonne Romain, Catherine Feller
Depois de Drácula, Frankenstein e
a Múmia à sua maneira, o estúdio inglês Hammer agora nos apresenta a sua versão
do monstro licantropo, adaptado do livro The Werelwolf of Paris, escrito
por Guy Endore: A Maldição do Lobisomem. Depois do sucesso de A Maldição de Frankenstein, O Vampiro da Noite e A Múmia, o britânico Terence Fisher mais uma vez senta
na cadeira de diretor para dar vida a outro monstro, e mais uma vez faz um
trabalho muito característico do estúdio inglês, como a famosa ambientação de
época, uso mais abundante de sangue e violência e exploração de decotes femininos
ousados e da sexualidade. E diferente de O Lobisomem, clássico da Universal dirigido por George
Waggner, aqui vemos uma história completamente diferente sobre a criação do
mito do homem lobo, se passando na Espanha do século retrasado. Para
conhecermos a história de Leon, o amaldiçoado da vez, a trama começa quando um
mendigo chega a cidade e ingenuamente vai até o castelo do Marquês Siniestro,
durante sua festa de casamento, para pedir comida. O pobre diabo é humilhado
durante os festejos e obrigado a dançar por troca de algumas pesetas, com o
qual o Marquês compra o mendigo como um animal de estimação para sua recém
esposa. Ao terminar o festejo, o déspota manda prender o mendigo no calabouço,
e o esquece por lá durante muitos e muitos anos, sendo alimentado pelo
carcereiro e sua filha, uma garota muda, que nutre uma certa simpatia misturada
com dó, pelo prisioneiro. Os anos se sucedem, a garota cresce e vira uma mulher
bonita com seios avantajados (interpretada por Yvonne Romain), e desperta a
atenção do vil Marquês que tenta abusar dela, mas ela foge, deixando-o
enfezado. Por ordem de Siniestro, é trancafiada no calabouço junto com o
mendigo, que já havia perdido completamente a sanidade e possuía uma aparência
inumana, com barba e cabelos compridos e pelos por todo o corpo. Claro que o
mendigo não sabia o que era uma mulher fazia muuuuito tempo e seu instinto
animal falou mais alto, estuprando a garota. Ao ser libertada do calabouço, a
filha do carcereiro, com sangue nos olhos, mata o Marquês e foge para a
floresta, sendo encontrada à beira da morte por Don Alfredo Carlido (Clifford
Evans), que leva a garota para sua casa, cuidando dela junto de sua governanta,
Teresa. Só que então descobrimos que a mulher está grávida, e do vilarejo que
Teresa vem, existe uma superstição de que quando um filho indesejado nasce na
noite de Natal, ao contrário de Cristo, a criança está fadada a se transformar
em um lobisomem. Ela até explica que as mulheres evitam os homens entre março e
abril só para não dar esse azar. Agora adivinhe a data em que o garoto nasce?
Na noite de Natal. Bingo! O jovem Leon desde criança já dá suas escapadas como
um pequeno lobo e mata os cordeiros e ovelhas da região, metendo medo nos
moradores. Mas a coisa complica de verdade quando ele fica mais velho. Já um
rapaz, e agora interpretado por um novo Oliver Reed, ele vai trabalhar em uma
vinícola e logo se engraça com a filha do patrão, Cristina Fernando, com quem
vive um romance proibido, já que ela está prometida para outro. Numa noite de
esbórnia com seu companheiro de trabalho, Leon descobre que é noite de lua
cheia e se transforma no lobisomem, espalhando o terror pelo vilarejo. Leon
fica inconsciente por um bom tempo e acaba preso, pois a polícia encontra suas
roupas na cena do assassinato de seu colega de trabalho. Só que mais uma vez é
noite de lua cheia e Leon sabe que se transformará na criatura bestial, quando
suplica que seja executado. Afinal só o amor verdadeiro de uma mulher e a
compreensão de todos poderia livrá-lo da maldição. Mas não dá outra, ninguém
acredita no desafortunado, ele é separado da sua amada, mais uma vez virando
lobo e fugindo da cela, deixando um rastro de terror até o clímax quando é
encurralado na torre da igreja, ao fugir da turba enfurecida. A primeira hora
do filme enrola bastante sem nos apresentar o monstro. Depois nas primeiras
mortes ele só é visto de relance, o que atenua seu clima de expectativa, que só
será saciada nos cinco minutos finais do filme. A transformação de Reed no
lobisomem utiliza já o famoso efeito de trucagem de câmera. Só que o monstro
transformado deixa a desejar, pois parece mais um macaco albino. Mas é um filme
correto e bem dirigido por Fisher no final das contas. Curiosidade que em Um
Lobisomem Americano em Londres, A Maldição do Lobisomem também é
citada, quando o personagem David Kessler, que vira lobisomem no filme, está na
cama com a enfermeira e pergunta se ela já assistiu O Lobisomem, e ela
pergunta: “Aquele com Oliver Reed?” e ele responde: “Não, com Lon Chaney Jr.”.
Claro que a enfermeira inglesa conhecia o filme da Hammer e não o americano! Não
confunda A Maldição do Lobisomem com um livro homônimo de amor
juvenil lançado recentemente, para adolescentes acéfalos, que mais uma vez
deturpa um sagrado e terrível monstro do cinema e da literatura. A escritora
merecia levar um tiro de bala de prata no peito!
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/22/143-a-maldicao-do-lobisomem-1961/
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