sábado, 9 de maio de 2015

#142 1961 OS INOCENTES (The Innocents, EUA, Reino Unido)


Direção: Jack Clayton
Roteiro: William Archibald, Truman Capote (baseado na obra de Henry James)
Elenco: Deborah Kerr, Martin Stephens, Pamela Franklin, Megs Jenkins

Inglaterra do Século XIX. Um casarão mal-assombrado no interior. Uma jovem governanta. Crianças. É essa fórmula clássica do terror que Os Inocentes nos traz. Dirigido magistralmente por Jack Clayton e com roteiro de William Archibald e Truman Capote, baseado na clássica novela de horror de Henry James, A Volta do Parafuso, o longa é a típica história de fantasmas que deixa margens para interpretação: realmente há alguma presença na casa ou é tudo fruto da imaginação da personagem principal? Na trama, a Srta. Giddens, interpretação fora de série de Deborah Kerr, é contratada por um rico empresário de Londres como governanta de uma imensa mansão no interior do Inglaterra, e um de seus afazeres é cuidar de seus dois sobrinhos, Flora e Miles. Não demora para ela perceber que há algo errado com as crianças, que agem de forma estranha e que principalmente, há algo errado na casa, leia-se a presença de espíritos, nesse caso do ex-senhorio e da antiga governanta, amantes, que morreram recentemente e tinham uma estreita ligação com as crianças. A direção de Clayton é precisa, segura, criando uma atmosfera aterrorizante filmado em cinemascope preto e branco, com uma fotografia impecável e efeitos sonoros apavorantes. Uma cena específica é de arrepiar, quando ela está nos corredores da casa apenas com um castiçal na mão, e gritos, sussurros e risadas de criança tomam conta do ambiente. É notável também a degradação psicológica da personagem principal, que passa de altiva e alegre no começo da projeção, para uma mulher atormentada e apavorada. A sequência final em que Kerr contracena com Stephens (interpretado por Martin Stephens, ótimo, que já havia feito um papel de criança sinistra em A Aldeia dos Amaldiçoados) é primorosa, com diálogos muito bem construídos e ao terminar o filme, Clayton deixa tudo muito amarrado para que o espectador fique com a pulga atrás da orelha, sem dar nenhuma explicação óbvia e brincando entre o sobrenatural e a insanidade. O filme concorreu a dois BAFTAs, o Oscar britânico e também à Palma de Ouro em Cannes em 1962. Filmes com espíritos, almas penadas, casas mal assombradas e afins sempre foram meus preferidos dentro do gênero. Os Inocentes é um dos melhores exemplares e precursor de muitos outros, servindo claramente de inspiração para produções vindouras como Os Outros e O Orfanato.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/21/142-os-inocentes-1961/


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