Direção: Jack Clayton
Roteiro: William Archibald,
Truman Capote (baseado na obra de Henry James)
Elenco: Deborah Kerr, Martin
Stephens, Pamela Franklin, Megs Jenkins
Inglaterra do Século XIX. Um
casarão mal-assombrado no interior. Uma jovem governanta. Crianças. É essa
fórmula clássica do terror que Os Inocentes nos
traz. Dirigido magistralmente por Jack Clayton e com roteiro de William Archibald
e Truman Capote, baseado na clássica novela de horror de Henry James, A Volta
do Parafuso, o longa é a típica história de fantasmas que deixa margens para
interpretação: realmente há alguma presença na casa ou é tudo fruto da
imaginação da personagem principal? Na trama, a Srta. Giddens, interpretação
fora de série de Deborah Kerr, é contratada por um rico empresário de Londres
como governanta de uma imensa mansão no interior do Inglaterra, e um de seus
afazeres é cuidar de seus dois sobrinhos, Flora e Miles. Não demora para ela
perceber que há algo errado com as crianças, que agem de forma estranha e que
principalmente, há algo errado na casa, leia-se a presença de espíritos, nesse
caso do ex-senhorio e da antiga governanta, amantes, que morreram recentemente
e tinham uma estreita ligação com as crianças. A direção de Clayton é precisa,
segura, criando uma atmosfera aterrorizante filmado em cinemascope preto e
branco, com uma fotografia impecável e efeitos sonoros apavorantes. Uma cena
específica é de arrepiar, quando ela está nos corredores da casa apenas com um
castiçal na mão, e gritos, sussurros e risadas de criança tomam conta do
ambiente. É notável também a degradação psicológica da personagem principal,
que passa de altiva e alegre no começo da projeção, para uma mulher atormentada
e apavorada. A sequência final em que Kerr contracena com
Stephens (interpretado por Martin Stephens, ótimo, que já havia feito um
papel de criança sinistra em A Aldeia dos Amaldiçoados) é primorosa, com diálogos muito bem
construídos e ao terminar o filme, Clayton deixa tudo muito amarrado para que o
espectador fique com a pulga atrás da orelha, sem dar nenhuma explicação óbvia
e brincando entre o sobrenatural e a insanidade. O filme concorreu a dois
BAFTAs, o Oscar britânico e também à Palma de Ouro em Cannes em 1962. Filmes com espíritos, almas
penadas, casas mal assombradas e afins sempre foram meus preferidos dentro do
gênero. Os Inocentes é um dos melhores exemplares e precursor de
muitos outros, servindo claramente de inspiração para produções vindouras como Os
Outros e O Orfanato.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/21/142-os-inocentes-1961/
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