sábado, 16 de maio de 2015

#149 1962 A FILHA DE SATÃ (Night of the Eagle / Burn Witch, Burn, Reino Unido)


Direção: Sidney Hayers
Roteiro: Charles Beaumont, Richard Matheson (baseado no livro de Fritz Leiber)
Produção: Samuel Z. Arkoff, Albert Fennel, Leslie Parkyn e Julian Wintle (Produtores Executivos)
Elenco: Peter Wyngarde, Janet Blair, Margaret Johnston, Anthony Nicholls, Colin Gordon

Queime bruxa, queime! Mais um clássico dos filmes de bruxa e que envolve rituais e seitas, A Filha de Satã tem esse título marqueteiro apenas para enganar os desavisados. Aqui não há nada relacionado ao coisa ruim, e sim bruxaria da brava, misturando vodu e coisas do tipo. A tradução literal do título original seria A Noite da Águia (fraquinho, também, cá entre nós) e tem também o sensacional nome americano, com o qual eu abri meu texto. Dirigido pelo hábil artesão Sidney Hayers (o mesmo de Circo dos Horrores), levado ao mercado americano pelo incansável produtor Samuel Z. Arkoff, a trama de A Filha de Satã é inspirada no livro Conjure Wife, publicado em 1943, escrito por Fritz Leiber. Responsável por transportar as páginas do livro para a telefona foi tarefa dos competentes roteiristas Charles Beaumont e Richard Matheson, familiarizados em adaptar contos de terror para as telas, principalmente, por terem sido dois dos principais responsáveis pelos roteiros dos filmes do ciclo Edgar Allan Poe dirigido por Roger Corman durante a década. Aqui, o cético e bem sucedido professor Norman Taylor (Peter Wyngard) leva uma vida invejável profissionalmente e está preste a receber uma importante promoção na universidade que leciona. O campo de estudo de suas aulas de psicologia é exatamente desmistificar superstições. Porém, certo dia, ele acaba descobrindo que sua esposa Tansy (Janet Blair) é praticante de bruxaria, que aprendeu ao conhecer um feiticeiro em uma viagem do casal à Jamaica. Pronto, daí o professor surta de vez, achando aquilo completamente ridículo e desmiolado, e briga com Tansy até que ela abandone aquela prática e se livre de todos os seus feitiços e patuás, mesmo ela relutando, dizendo que com eles, cria um ciclo de proteção para o marido contra tudo que há de mal. Mas como bem sabemos no gênero, Taylor não deveria ter duvidado e mexido com tal poder, e daí para frente, as coisas começam a dar terrivelmente errado imediatamente: sua melhor aluna o acusa de estupro, seu namorado o agride, e uma ameaça invisível, sobrenatural, demoníaca, tenta invadir sua casa. Além disso, Tansy começa a ser guiada por uma terrível força controladora, que primeiro faz com que ela tente se afogar, em sacrifício para que seu marido não sofra mais nenhum mal. Salva na hora H por Taylor, ela ainda tenta esfaqueá-lo mais tarde, mas também é impedida e trancada em um quarto. Todos esses acontecimentos sem explicação acabam fornecendo ao marido todo tipo de motivação para que ele passe a acreditar em bruxarias daqui para frente.
ALERTA DE SPOILER. Pule para o último parágrafo ou leia por sua conta e risco.
É então que o sujeito descobre que uma colega de universidade, a secretária Flora Carr (Margaret Johnston) é a bruxa mor que está conjurando forças das trevas para acabar com Norman, já que sua carreira passou a ser ameaçada e interrompida com o crescimento profissional do professor na universidade. Primeiro ela usa seu poder de magia negra, queimando um castelo de cartas, e com isso colocando fogo na casa de Norman, onde Tansy está trancada. Depois , reproduzindo uma gravação ritualística que ela coloca nos alto falantes do campus, dá vida à águia de pedra, símbolo da universidade, que ficava em um pedestal na entrada do prédio, para perseguir e matar Norman, que só é salvo pelo seu colega, marido de Flora, que desliga a fita, o que faz com que a águia desapareça. Tansy também consegue escapar da casa em chamas, e para a bruxa maligna, o terrível destino consiste na pesada estátua da águia cair em cima dela enquanto andava pelo campus, morrendo de forma instantânea. A Filha de Satã é um thriller sobrenatural interessante, que mescla vários elementos do gênero usado até então, com uma tensão crescente em uma excelente fotografia sem desperdiçar nenhum frame, que segue bastante o conceito de se concentrar na atmosfera e na sugestão do que no terror implícito, ressuscitando a forma como Val Lewton conduzia as produções para a RKO Radio Pictures durante a década de 40. Além disso, há toda uma picuinha social que envolve a dança de cadeiras e escala hierárquica dentro de um campus. Curioso que em seu lançamento nos EUA, o filme era acessível para menores de 13 anos, enquanto na terra da Rainha, foi aplicada uma censura X, apenas para adultos. Na versão americana, como gimmick, foi incluída uma narração inicial de Paul Frees, entoando um feitiço para proteger a audiência do mal.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/29/149-a-filha-de-sata-1962/




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