Direção: Freddie Francis
Roteiro: John
Elder
Produção: Anthony
Hinds
Elenco:
Peter Cushing, Peter Woodtrhorpe, Duncan Lamont, Sandor Elès, Katy Wild, Kiwi
Kingston
O Monstro de
Frankenstien é o terceiro filme da franquia da Hammer. Mas
apesar da pretensão, não adiciona nada de novo a história do monstro cadavérico
trazido à vida pelo famigerado Barão Frankenstein. Na verdade, é quase como se
fosse uma continuação direta do primeiro filme, A Maldição de Frankenstein, produzido em 1957. Os filmes da
franquia são conhecidos por não trazerem praticamente nenhuma cronologia com
relação aos seus antecessores. Se nos lembrarmos bem, A Vingança de Frankenstein, de 1959, termina com o Dr.
Frankenstein fazendo uma cirurgia plástica para conseguir fugir e ludibriar a
polícia e mudando-se para Londres com seu assistente, abrindo um novo
consultório e atendendo pacientes, claramente para dar continuidade em suas
malignas experiências. Então é como se os acontecimentos deste filme nunca
tivessem existido. Aqui, o Barão, mais uma vez habilmente interpretado por
Peter Cushing, com toda sua sutileza e requinte, continua seus horríveis
experimentos raptando cadáveres e testando os limites da vida e da morte,
acompanhado de Hans, seu assistente da vez. Expulsos do vilarejo onde residiam
pelo pároco local, e sem um puto no bolso, Frankenstein resolve voltar para
Carlstadt, em sua antiga residência para pegar obras de arte, tapeçaria e joias
que deixou por lá, a fim de vendê-los para levantar dinheiro para continuar as
experiências. Ao chegar lá, ele descobre que o Burgomestre havia roubado todos
os seus pertences, e exaltado após tentar reivindicar o que era seu, o Barão
Frankenstein é colocado para correr, perseguido por policiais, tendo que se
refugiar em uma caverna, onde encontra uma mendiga ruiva e muda, interpretada
por Katy Wild, que resolve ajudá-los. Eis que no interior desta caverna ele
reencontra sua primeira criação, congelada em uma geleira, bem aos moldes das
coincidências que rondava a família Frankenstein nos filmes da Universal na
década de 40. Antes disso, temos uma espécie de reboot na história em
um flashback do Dr. Frankenstein, contando novamente o processo de criação de
seu primeiro monstro, ignorando também A Maldição de Frankenstein, e o
monstro sendo abatido na floresta, já interpretado por Kiwi Kingston, um
lutador neozelandês que faz o papel neste longa, deixa de lado também a célebre
interpretação de Christopher Lee no primeiro filme da série. Kiwi na verdade
está mais próxima da criatura que Jack Pierce criou para Boris Karloff em Frankenstein de 1931. Com a cabeça quadrada, movimentos
mais duros e desengonçados, mas claro, com o upgrade do avanço das
técnicas de maquiagem, do sempre competente maquiador do estúdio britânico Roy
Ashton, deixando-o com uma aparência mais pútrida. Apesar dos esforços do
cientista louco, o monstro retorna à vida mas não consegue sair do seu estado
de transe. É aí que entra em cena o inescrupuloso Prof. Zoltan, um hipnotista
que se apresentava na feira em Carlstadt e foi escorraçado pelo Burgomestre por
não possuir licença para tal, que se alia à Frankenstein contra o antigo
inimigo e utiliza de uma sugestão hipnótica para dar um “choque” no cérebro da
criatura e o trazer a vida novamente. Porém, o ganancioso Zoltan faz com que o
monstrengo só aceite seus comandos, e chantageia Frankenstein, primeiramente
para dividir os louros do sucesso com ele, e depois para que a criatura execute
suas ordens, que envolve roubar e matar pessoas, deixando um rastro de terror
na cidade. O clímax do filme e o embate final entre criador e criatura acontece
nas dependências do antigo castelo de Frankenstein, e termina de forma muito
parecida também com a fita de James Whale da Universal, com um terrível
incêndio que, aparentemente, dá cabo do cientista e de seu monstro irracional e
putrefato. Uma curiosidade é que o longa deveria ter sido dirigido pelo
experiente Terence Fisher, que sofrera um acidente de carro pouco antes das
filmagens e o até então operador de câmera Freddie Francis ficou com a cadeira
de diretor, sendo que mais tarde, ficaria famoso por dirigir as antologias da
Amicus, estúdio rival da Hammer. O roteiro por sua vez é do produtor Anthony
Hinds, usando seu corriqueiro pseudônimo de John Elder. Resumindo: O
Monstro de Frankenstein é o filme da Hammer que mais se aproxima do
clássico original de 1931, mas traz elementos novos e curiosos, além de
personagens pitorescos que funcionam para dar uma sobrevida à franquia e tentar
continuar explorando a maldição do Barão Frankenstein e sua criação, que há
mais de três décadas, aterrorizavam as salas de cinema.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/05/30/176-o-monstro-de-frankenstein-1964/
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