Direção: Tom Holland
Roteiro: Don
Mancini, John Lafia, Tom Holland
Produção:David
Kirschner, Lauro Moskowitz ((Produtora Associada), Elliot Geisinger
(Co-Produtor Executivo), Barrie M. Osborne (Produtor Executivo)
Elenco: Catherine
Hicks, Chris Sarandon, Alex Vincent, Brad Dourif
Ah, os anos 80… A charrete que
perdeu o condutor. Só mesmo nessa saudosa e frutífera década para o cinema de
terror, que um filme como Brinquedo Assassino poderia ter feito tanto sucesso, e mais
que isso, ter gerado uma franquia e colocado mais um personagem clássico na
calçada da fama do horror: o boneco Chucky. É engraçado analisar um filme
desses depois de tanto tempo, quando já se está com trinta anos nas costas, e
parar para pensar: como diabos uma geração inteira ficou com medo daquele
boneco feio para cacete, e como aquele filme tosco conseguiu se tornar tão
querido por nós? Talvez porque naquela altura do campeonato, no final dos anos
80, realmente era assustadora a ideia de um brinquedo estar possuído com a alma
de um assassino psicopata e tentar matar seu dono, que é um simples garotinho
inocente. Afinal, quem lembra da lenda urbana do boneco do Fofão com um punhal
em seu interior? Hein? A história de Chucky nada mais é que um slasher movie com
pitadas sobrenaturais. Charles Lee Ray (Brad Dourif, que emprestaria sua voz ao
boneco em todas as continuações que vieram depois) é um
serial killer que anda assustando a cidade de Chicago com suas mortes
violentas. O filme começa com o detetive da divisão de homicídios Mike Norris
(Chris Sarandon, o vampiro bonitão de A Hora do Espanto)
perseguindo Lee Ray, ferindo-o e encurralando-o em uma loja de brinquedos. À
beira da morte, sem lhe restar muito escolha, Charles que era um praticante de
magia negra, transfere sua alma para o boneco, não antes de jurar de morte
aqueles que lhe traíram, como seu comparsa, e o próprio policial. Acontece que
esse boneco é um boneco Bonzinho (excelente trocadilho!), que mais parece com o
anão Ferrugem, e é um personagem de uma famosa série de desenhos da TV que a
criançada adorava naqueles dias. E Andy Barclay (Alex Vincent), menino órfão
que mora com a mãe viúva Karen Barclay (Katherine Hicks), quer porque quer de
qualquer jeito um desses bonecos. Como ele é muito caro, custa 100 paus, a mãe
dele não consegue comprar, o que acaba frustrando seu aniversário. Mas eis que
ela descobre um mendigo, no fundo da loja onde trabalha, que encontrou um
desses bonecões e vende a ela por menos da metade do preço de loja. E esse é o
boneco com a alma de Charles, o Chucky para os íntimos (já que Chucky é um
diminutivo para Charles nos EUA). Logo o boneco vivo começa a sua vingança e
escolhe uma série de vítimas para praticar seus atos horrendos, sendo que a
culpa acaba caindo na criança, afinal ninguém acredita nele quando diz que
Chucky conversa com ele. Isso se chama esquizofrenia. Mas a mãe de Andy acaba
descobrindo que o brinquedo tem vontade própria, quando percebe que ele está
funcionando sem as baterias. Há de se tirar o chapéu para Chucky. Ele é um
personagem com uma baita personalidade forte e humor ácido. É uma mistura de
plástico entre Jason Voohrees e Freddy Krueger. Afinal ele é a única coisa que
salva o filme, e os efeitos animatrônicos do boneco são bastante decentes e
realistas (foram usados nove bonecos diferentes, além de uma criança). A dupla
de atores, Sarandon e Catherine Hicks estão péssimos, sem a menor sinergia, o
roteiro é raso demais e aquele garoto então, o Andy, interpretado por Alex
Vincent, é IN-SU-POR-TÁ-VEL!!! Aquele jeito meloso como ele fala, Deus… Dá
vontade de vê-lo morto logo no primeiro ato. Por isso você torce para o boneco,
e por isso ele fez tanto sucesso ao longo dos anos. Era sempre o melhor que se
tirava de proveito em todos os filmes da série. Tom Holland, que já havia
anteriormente feito um filme de terror divertido, A Hora do Espanto, dessa vez até tenta se levar a sério demais, e
acha que realmente está entregando um filme assustador de humor negro. Não,
amigo. Você não está. Mas que o filme desperta um baita saudosismo, ah isso
desperta. Pura questão emocional. Assista ele novamente depois de velho e você
vai entender o que estou falando. E vai, ele tem seu mérito de imortalizar mais
um personagem de terror. Afinal, hoje em dia todo mundo conhece o boneco Chucky
e na época ele realmente tirou o sono da molecada e foi responsável por vários
bonecões assustadores irem parar na lata do lixo. O segundo e o terceiro filme
são bombas históricas. Por continuar tentando se levar a sério demais. E eis
que surgem os dois melhores filmes da franquia: A Noiva de Chucky e O
Filho de Chucky, parodiando as intermináveis sequências dos filmes de
monstro da Universal da década de 30. De uma vez por todas o filme assume seu
viés cômico, porque nada mais resta na ideia de um boneco assassino possuído
pelo espírito de um macumbeiro, e deixa de lado a eterna busca em encontrar uma
vítima para transportar sua alma de volta, e cai no escracho de uma vez por
todas. Ainda recentemente, Don Mancini, o criador do boneco lançou direto para
DVD um reboot/remake/sequência/whatever da série, tentando recuperar essa aura
de filme “sério” em A Maldição de
Chucky, de 2013, que é uma verdadeira porcaria.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/10/22/549-brinquedo-assassino-1988/
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