terça-feira, 30 de junho de 2015

#549 1988 O BRINQUEDO ASSASSINO (Child’s Play EUA)


Direção: Tom Holland
Roteiro: Don Mancini, John Lafia, Tom Holland
Produção:David Kirschner, Lauro Moskowitz ((Produtora Associada), Elliot Geisinger (Co-Produtor Executivo), Barrie M. Osborne (Produtor Executivo)
Elenco: Catherine Hicks, Chris Sarandon, Alex Vincent, Brad Dourif

Ah, os anos 80… A charrete que perdeu o condutor. Só mesmo nessa saudosa e frutífera década para o cinema de terror, que um filme como Brinquedo Assassino poderia ter feito tanto sucesso, e mais que isso, ter gerado uma franquia e colocado mais um personagem clássico na calçada da fama do horror: o boneco Chucky. É engraçado analisar um filme desses depois de tanto tempo, quando já se está com trinta anos nas costas, e parar para pensar: como diabos uma geração inteira ficou com medo daquele boneco feio para cacete, e como aquele filme tosco conseguiu se tornar tão querido por nós? Talvez porque naquela altura do campeonato, no final dos anos 80, realmente era assustadora a ideia de um brinquedo estar possuído com a alma de um assassino psicopata e tentar matar seu dono, que é um simples garotinho inocente. Afinal, quem lembra da lenda urbana do boneco do Fofão com um punhal em seu interior? Hein? A história de Chucky nada mais é que um slasher movie com pitadas sobrenaturais. Charles Lee Ray (Brad Dourif, que emprestaria sua voz ao boneco em todas as continuações que vieram depois) é um serial killer que anda assustando a cidade de Chicago com suas mortes violentas. O filme começa com o detetive da divisão de homicídios Mike Norris (Chris Sarandon, o vampiro bonitão de A Hora do Espanto) perseguindo Lee Ray, ferindo-o e encurralando-o em uma loja de brinquedos. À beira da morte, sem lhe restar muito escolha, Charles que era um praticante de magia negra, transfere sua alma para o boneco, não antes de jurar de morte aqueles que lhe traíram, como seu comparsa, e o próprio policial. Acontece que esse boneco é um boneco Bonzinho (excelente trocadilho!), que mais parece com o anão Ferrugem, e é um personagem de uma famosa série de desenhos da TV que a criançada adorava naqueles dias. E Andy Barclay (Alex Vincent), menino órfão que mora com a mãe viúva Karen Barclay (Katherine Hicks), quer porque quer de qualquer jeito um desses bonecos. Como ele é muito caro, custa 100 paus, a mãe dele não consegue comprar, o que acaba frustrando seu aniversário. Mas eis que ela descobre um mendigo, no fundo da loja onde trabalha, que encontrou um desses bonecões e vende a ela por menos da metade do preço de loja. E esse é o boneco com a alma de Charles, o Chucky para os íntimos (já que Chucky é um diminutivo para Charles nos EUA). Logo o boneco vivo começa a sua vingança e escolhe uma série de vítimas para praticar seus atos horrendos, sendo que a culpa acaba caindo na criança, afinal ninguém acredita nele quando diz que Chucky conversa com ele. Isso se chama esquizofrenia. Mas a mãe de Andy acaba descobrindo que o brinquedo tem vontade própria, quando percebe que ele está funcionando sem as baterias. Há de se tirar o chapéu para Chucky. Ele é um personagem com uma baita personalidade forte e humor ácido. É uma mistura de plástico entre Jason Voohrees e Freddy Krueger. Afinal ele é a única coisa que salva o filme, e os efeitos animatrônicos do boneco são bastante decentes e realistas (foram usados nove bonecos diferentes, além de uma criança). A dupla de atores, Sarandon e Catherine Hicks estão péssimos, sem a menor sinergia, o roteiro é raso demais e aquele garoto então, o Andy, interpretado por Alex Vincent, é IN-SU-POR-TÁ-VEL!!! Aquele jeito meloso como ele fala, Deus… Dá vontade de vê-lo morto logo no primeiro ato. Por isso você torce para o boneco, e por isso ele fez tanto sucesso ao longo dos anos. Era sempre o melhor que se tirava de proveito em todos os filmes da série. Tom Holland, que já havia anteriormente feito um filme de terror divertido, A Hora do Espanto, dessa vez até tenta se levar a sério demais, e acha que realmente está entregando um filme assustador de humor negro. Não, amigo. Você não está. Mas que o filme desperta um baita saudosismo, ah isso desperta. Pura questão emocional. Assista ele novamente depois de velho e você vai entender o que estou falando. E vai, ele tem seu mérito de imortalizar mais um personagem de terror. Afinal, hoje em dia todo mundo conhece o boneco Chucky e na época ele realmente tirou o sono da molecada e foi responsável por vários bonecões assustadores irem parar na lata do lixo. O segundo e o terceiro filme são bombas históricas. Por continuar tentando se levar a sério demais. E eis que surgem os dois melhores filmes da franquia: A Noiva de Chucky e O Filho de Chucky, parodiando as intermináveis sequências dos filmes de monstro da Universal da década de 30. De uma vez por todas o filme assume seu viés cômico, porque nada mais resta na ideia de um boneco assassino possuído pelo espírito de um macumbeiro, e deixa de lado a eterna busca em encontrar uma vítima para transportar sua alma de volta, e cai no escracho de uma vez por todas. Ainda recentemente, Don Mancini, o criador do boneco lançou direto para DVD um reboot/remake/sequência/whatever da série, tentando recuperar essa aura de filme “sério” em A Maldição de Chucky, de 2013, que é uma verdadeira porcaria.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/10/22/549-brinquedo-assassino-1988/

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