Direção: Ronny Yu
Roteiro: Don Mancini
Produção: Grace Gilroy, David
Kirschner (Produtores); Laura Moskowitz (Coprodutor); Don Mancini, Corey
Sienega (Produtor Executivo)
Elenco: Jennifer Tilly, Brad
Dourif, Katherine Heigl, Nick Stabile, Alexis Arquette, Gordon Michael
Woolvett, John Ritter, Lawrence Dane
Mas se os slashers movies estavam
de volta com tudo, e até o Michael Myers fora revivido, porque não trazer
Chucky de volta? Partindo dessa ideia, Don Manici resolveu reviver sua criação
de plástico tão famosa. Diferente de todas as outras cineséries, como Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo, O Massacre da Serra Elétrica ou Halloween, a franquia derivada
de Brinquedo Assassino sempre teve
seu idealizador por trás, escrevendo, dirigindo ou produzindo os longas. Só que
dessa vez ele resolveu mudar completamente o tom da brincadeira e em A Noiva de
Chucky finalmente se deu conta que um boneco
possuído pelo espírito de um macumbeiro que mata a galera, não deveria ser
levado a sério. Tá beleza, o primeiro filme meteu medo em muita gente, fez os
pais de uma molecada ter de jogar bonecos de seus filhos na lata do lixo, criou
mais um eterno movie maniac, mas
isso foi no ano de 1988, funcionava ali naquele contexto. Dez anos depois,
impossível se querer fazer um filme sério, ainda mais com um personagem tão
ácido e escrachado como o Chucky, e tendo em vista a bela da porcaria que foram
as duas sequências. Então Manici em decisão acertadíssima construiu seu A
Noiva de Chucky como uma paródia de si mesmo, dos filmes slashers, dos estereótipos dos anos 80 e dos anos 90, um
homenagem ao clássico A Noiva de
Frankenstein, e voilá, está
aí o melhor filme de Chucky desde que Tom Holland colocaria Charles Lee Ray
atrás do insuportável Andy Barclay uma década antes. Tem gente que malha essa
quarta parte mais que Judas em Sábado de Aleluia, assim como sua
sequência, O Filho de Chucky, dizendo que ele perdeu a essência,
que os outros filmes eram de suspense e assustadores, blá, blá, blá. Sério mesmo? Era assustadores quando você era um
pivete né? Já os assistiu novamente? Pelo menos em A Noiva de Chucky rola
um escracho geral, Brad Dourif adiadíssimo como Chucky, Jennifer Tilly canastra
pra cacete, aqueles dois bonecões horríveis, sacadas incrivelmente perspicazes
e tudo mais. E outra, pegue o execrável A Maldição de
Chucky, no qual Mancini tentou retomar a suposta “seriedade” e me responda
se é bom. Começa com uma bela homenagem quando um policial invade um depósito
de provas para roubar o famigerado boneco Bonzinho e lá dentro temos uma
máscara de hóquei, uma serra elétrica, a máscara do Michael Myers, e a luva do
Freddy Krueger. A encomenda foi
feita por Tiffany, a personagem de Jennifer Tilly, ex- de Charles Lee Ray, que
em um ritual de magia negra traz o boneco de volta à vida. Sua primeira vítima
é uma paródia de Marilyn Manson, que tem seu piercing no lábio arrancado e
sufocado por uma almofada. Detalhe na cena o noticiário na TV mostrando
o corpo quando é encontrado, e uma foto do sujeito todo maquiado como gótico
infernal trash metal
malvado e ao lado outra com sua verdadeira aparência nerd, fazendo piada com aquela lenda que Manson era na
verdade o Paul de Anos Incríveis. Mas acontece que Tiffany se
lembra do canalha, chauvinista, porco, machista e escroto que ele era, e como
ele havia a enganado e não pretendia a pedir em casamento, e o deixa preso em
um chiqueirinho, comprando uma boneca de noiva para fazer companhia a ele. Puto
da vida, Chucky escapa e acaba eletrocutando a vixen na
banheira, jogando uma televisão onde era exibido A Noiva de Frankenstein
da Universal. O psicopata então usa seu conhecimento em magia negra e
transfere a alma da moça para a boneca em vingança. Para que eles possam voltar
à forma humana, Chucky precisa de um amuleto que fora enterrado junto com o
corpo de Charles Lee Ray (detalhe: ele nunca precisou desse amuleto em nenhum
dos outros filmes) e Tiffany contrata seu vizinho, Jesse (Nick Stabile) para
levá-los até o cemitério em Nova Jersey. Só que Jesse é perdidamente apaixonado por Jade
(Katherine Heigl) que mora com um tio linha dura, o chefe de polícia Warren
Kincaid (John Ritter) que restringe sua liberdade. O
casal de pombinhos resolve fugir para poderem se casar, sem imaginar que estão
levando os dois maníacos de plástico de carona.Daí é aquela velha história. Começa a contagem de cadáveres com mortes das mais
elaboradas e sangrentas pelo padrão que víamos nos novos slasher movies da época, Chucky tentando se adaptar aos anos
90, pois está fora de moda e há dez anos destruído (meio que mandando a cronologia
dos outros filmes às favas) e um monte de situações esdrúxulas que finalmente
resolve fazer piada de si mesmo enquanto levava-se extremamente a sério nos
filmes anteriores, como, por exemplo, o sexo entre bonecos e a pergunta de
Tiffany se ele tem camisinha, e ele responde que é TODO feito de borracha. Gênio!
Outra dessas tiradas sensacionais é quando Kincaid está inspecionando a van, e
Chucky quer mata-lo, pegando um martelo, e Tiffany lhe diz que é muito
previsível, afinal essa foi a arma com que ele fez sua primeira vítima lá
em Brinquedo Assassino. Ao
invés disso, inspirado no improviso de Martha Stewart, a musa de Tiffany, eles
preparam uma armadilha que enchem o rosto do policial de pregos, que fica
igualzinho ao Pinhead, e ao encará-lo, Chucky emenda: “Por que isso me parece
tão familiar?”. Isso sem contar que num bate-papo casual com
Tiffany, para explicar tudo que havia acontecido com ele, solta a pérola: “se
isso fosse uma sequência, seria preciso dois ou três filmes para isso”. Eu
respeito quem torça o nariz para A Noiva de Chucky, mas eu tenho aí
em cima meus argumentos a favor da fita. Afinal, é um boneco que mata gente e faz
piada, pelo amor! E acertadamente seguiram nessa toada no quinto filme, uma vez
que num daqueles absurdos toscos hilários, Tiffany fica grávida e dá a luz a um
brinquedinho assassino no final deste aqui.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/07/22/690-a-noiva-de-chucky-1998/
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