Direção: Don Mancini
Roteiro: Don Mancini
Produção: David Kirschner, Corey Sienega; Guy J. Louthan, Laura Moskowitz, Vlad
Paunescu (Coprodutor); Guy J. Louthan (Produtor Executivo)
Elenco: Brad Dourif, Jennifer Tilly, Billy Boyd,
Redman, Hannah Spearritt, John Waters
Na boa, haters gonna hate, mas O Filho de Chucky é o
melhor da série do boneco assassino. Eu já elogiei diversas outras vezes aqui
como Don Mancini, criador do serial
killer de plástico mais infame do cinema de terror, acertou em
mudar o tom em A Noiva de Chucky, deixando de se
levar a sério e entregar filmes fracos e péssimos (leia-se parte 2 e 3), e
partir de vez para a zueira sem limites. Gente, estamos falando de UM FUCKIN’
BONECO QUE MATA POSSUÍDO PELO ESPÍRITO DE UM MACUMBEIRO! Tudo bem que quando Brinquedo Assassino foi lançado
lá em 1989, vivíamos a galhofa e o exagero daquela década, e temos uma conta de
MUITO saudosismo com o filme. Mas tu já o assististe depois de velho, né? E
ainda mantem a mesma opinião de quando pivete? Creio que não. O Filho de
Chucky é SIMPLESMENTE sensacional. Você pode até vociferar contra
minhas próximas gerações, deixar de ler o blog e os cambau, mas é inegável o
quanto eles acertaram na mão, principalmente para um quinto filme de uma
franquia. O absurdo come solto, e nada melhor do que não se levar a sério em
nenhum centímetro de película gasto, e ainda sacanear a si mesmos, os atores
envolvidos no filme (a autoparódia de Jennifer Tilly – incluindo seu filme de
maior sucesso, Ligadas pelo Desejo, dos irmãos Wachowsky – é das mais
mordazes EVER) e a própria indústria de Hollywood. E fazer uma homenagem velada
ao cinema de horror. E o nonsense come solto, como manda o figurino. Chucky
(mais uma vez impagável com a voz de Brad Dourif) e Tiffany tiveram um FILHO!
Quão bizarro é isso? E não é um filho comum, é um boneco hermafrodita, que não
sabe se é menino ou menina (e os pais ficam brigando por conta de seu gênero) e
que depois vira uma TRAVA LHOKA! Detalhe, com a cara do Ziggy Stardust e
chamado de Glen/ Glenda (voz de Billy Boyd), obviamente por conta do filme de
Ed Wood, em que ele interpreta um crossdresser, algo que ele era na vida real. Convenhamos
também que a cena de abertura de O Filho de Chucky é demais!
Filmado em POV, pelo ponto de vista de Glen/Glenda, que remete tanto a Psicose, na cena do chuveiro, quanto, e principalmente,Halloween – A Noite do Terror de
John Carpenter. E as mortes são das melhores da franquia, sangrentas e
inventivas, fazendo o gore rolar
solto. Destaque para Tony Gardner, famoso maquiador que fez escola com Rick
Baker, papel dele mesmo, e tendo a cabeça decepada pelo casal de bonecos
psicopatas; participação mais que especial de John Water, vivendo um paparazzo
que tem metade do rosto corroído por ácido; e o rapper Redman, cujo plano é
fazer um filme bíblico épico sobre José e Maria (com Tilly almejando o papel de
VIRGEM MARIA, nada menos que genial) e tem seu bucho aberto com uma faca por
Tiffany e seu intestino colocado para fora. E também vale e MUITO pela piada
com Britney Spears, que tem seu carro jogado ribanceira abaixo por Chucky. Que
detalhe, NÃO é a cantora, por mais que se pareça MUITO, e os produtores foram
obrigados a colocar nos comerciais de TV o nada usual aviso de que ela NÃO
PARTICIPAVA DO FILME! E quer saber o que mais? Além de brincar com a
metalinguagem e fazer troça com a indústria cinematográfica, O Filho de
Chucky critica de forma mordaz a questão do gênero, ao direito da
escolha e aos muitos daddy e mummy issues que isso pode
provocar na cabeça dos filhos, principalmente vindo de famílias disfuncionais,
travestido aqui de dois bonecos de plástico possuídos pelo espírito de dois
psicopatas. E para os detratores de plantão, só ver o quão BOÇAL é A
Maldição de Chucky, quando Mancini resolveu tentar voltar a fazer um “filme
de terror” sério para a versão de plástico de Charles Lee Ray. E tenho dito.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/12/09/767-o-filho-de-chucky-2004/
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