Direção: Phil
Tucker
Roteiro: Wyott
Ordung
Produção: Phil
Tucker, Alan Winston (Produtor Associado), Al Zimbalist (Produtor Executivo)
Elenco: George
Nader, Claudia Barrett, Selena Royale, John Mylong, Gregory Moffett
Há uma
discussão acalorada entre os fãs dos filmes trash qual é o pior filme
do mundo. Os louros dessa aclamação dividem-se tanto entre Plano 9 do Espaço Sideral de Ed Wood, Manos: The
Hands of Fate de Harold P. Warren e Robot Monster de
Phil Tucker. Todos titãs do cinema bagaceira. Mas o meu preferido, questão pessoal, é essa
preciosidade aqui. Não me entenda mal. O filme é um espetáculo. Apesar dele ser trash e
ter essa pecha de um dos piores filmes de todos os tempos, para mim ele é muito
melhor que sei lá, Waterworld com Kevin Costner ou algum filme do Van
Damme, naipe A Colônia, que ele contracena com Denis Rodman. Robot
Monster é impagável. De seu começo ao fim. Desde os créditos iniciais em
uma abertura ridícula até sua conclusão, vamos ser brindados com um roteiro
estapafúrdio, atuações bisonhas, personagens construídos com a profundidade de
um pires, efeitos especiais enfadonhos, e claro, Ro-Man, o terrível alienígena
que condenou toda a humanidade à erradicação. Mas calma, vou chegar lá. No começo da fita o
pentelho Johnny está brincando próximo a uma caverna, onde encontra dois
arqueólogos, Roy e o Professor, que estão retirando pinturas rupestres das
paredes da caverna para levarem ao museu, enquanto o garoto fica ali enchendo o
saco. Logo sua mãe e avó o encontram e o levam de volta para um piquenique,
convidando os dois estudiosos. Com fogo no rabo, o garotinho escapa da festividade e corre de volta
para a caverna, quando de repente, não mais que de repente, uma tempestade
elétrica de raios e clarões começa a atingir o local e o menino cai
desacordado. Corte de cena, e em meio a uma cacofonia de barulhos de
eletricidade e o piscar intermitente da tela, do nada, aparecem dois répteis
gigantes se engalfinhando, um crocodilo com uma barbatana e sei lá, um monstro
de gila e depois dois triceratops de stop motion também brigando
feio. O que isso tem a ver com a continuidade do filme, só diretor e
roteirista sabem. Pois bem,
o garoto acorda tempos depois (detalhe primordial que ele desmaiou usando
calças compridas e acorda vestindo um shorts) e na caverna ele encontra uma
máquina que parece um tape de rolo que solta bolhas e uma outra que parece um
monitor. E então é que o terrível vilão nos é apresentado. Tente
segurar o riso, mas Ro-Man, o alienígena implacável é um monstrengo que usa uma
fantasia de gorila e um capacete de astronauta com duas longas antenas. Ele
então se comunica com o grande líder do seu planeta, que é exatamente igual ao
Ro-Man daqui, e confirma para o monarca que a população da terra foi reduzida a
zero, graças ao seu mortal raio calcinador (!!!!???). Mas os cálculos de Ro-Man estão
errados, pois ainda há sobreviventes no planeta, seis pessoas ao total, e eles
precisam ser exterminados. Ro-Man coitado, toma um baita de um esporro do chefe
porque matou bilhões de pessoas, mas deixou escapar esses seis vivos, e começa
a sofrer assédio moral do Ro-Man mor para que ele cumpra seu dever e destrua a
todos, senão a chapa vai esquentar para seu lado. E esses
seis são justamente a família de Johnny, que são os mesmos atores que vimos até
então só que com outros papeis. Conseguiu entender? Lógica para quê? É como se
fosse uma realidade paralela, onde Johnny e Alice (que outrora era sua mãe) são
irmãos, além da pequena Carla, e o Professor é pai de todos eles, junto com a
Mãe (esse é o nome da personagem, que era mãe de Alice e avó de Johnny). Roy,
continua sendo ajudante do Professor, mas agora um cientista e apaixonado por
Alice. Difícil
de entender né? Segue o jogo e brilhantemente descobrimos que a família não
sucumbiu ao raio calcinador por conta de um mecanismo que eles implantaram na
casa, que desviou os raios e impedem que o Ro-Man os encontre. Mesmo que
o local pareça ser relativamente perto da caverna que o gorila robô utiliza
como covil, já que várias vezes vemos o garoto indo e voltando de lá. Mas tudo
bem. Só que se você achava a história do mecanismo protege-los absurda, depois
a situação piora quando é revelado que o motivo deles não serem desintegrados
pelo raio mortal é porque o Professor e Roy desenvolveram uma vacina, que todos
tomaram, que criou anticorpos capaz de eliminar o efeito do raio. Sim, você leu
isso direito. Anticorpos,
agentes biológicos, transformaram a família em seres imunes ao calcinador,
deixando-os como os últimos sobreviventes da terra. Daí como se fosse
possível, Robot Monster segue ladeira abaixo, com uma trama que
deveria levar o Oscar de melhor roteiro original. Ro-Man
vai acabar se apaixonando por Alice, raptando-a no momento mais primoroso de
todos os curtos 66 minutos de duração. O pentelho do Johnny sai para azucrinar
o Ro-Man, quando Alice e Roy resolvem procurá-lo. Mas do nada, acredite se
quiser, eles resolvem parar no arbusto e consumar seu amor! Não, para tudo. E
como se isso não bastasse, eles voltam para casa e resolvem se casar, ela com a
roupa do corpo e grinalda e ele sem camisa, em uma cerimônia que se chora de
tanto dar risada. E então, olhe só isso, eles são dispensados para a lua de mel
e vão de novo para o meio do mato para o rala e rola, com se não tivesse um
alienígena em seu encalço querendo acabar com a vida deles. É simplesmente antológico. No
final das contas, a lua de mel saiu cara pois Ro-Man assassina Roy e rapta a
Alice, começando a manifestar um desejo sexual pela moça, contrariando as
ordens do grande líder de destruir todos os terráqueos. Isso não vai acabar bem
para o vilão, que por um breve momento quer viver como um humano, e sentir e
tudo mais, e acaba sendo destruído como um humano, pelos poderosos raios
interestelares do Ro-Man mor que viajam pela galáxia até chegarem na terra. Ah,
detalhe que esqueci de contar o verdadeiro motivo da destruição de toda a vida
na terra: é porque aqui era o único planeta habitado da galáxia além do planeta
do Ro-Man, e portanto o único que oferecia perigo, já que os humanos estavam se
tornando extremamente inteligentes e com suas armas nucleares e foguetes,
poderiam querer destruir o planeta deles. Então nada como atacar antes,
utilizando o bom e velho lema “atire antes e pergunte depois”. Depois de Ro-Man
ser destruído, mais um tanto de raio, luzes, estouros, estática, mais
dinossauros brigando, répteis se enrolando ferozmente e então, eis que Johnny
acorda de um sonho! Toda aquela papagaiada não passou de um sonho
do moleque. Ou não? Pois no
final vemos Ro-Man saindo da caverna e indo em direção da câmera, em uma cena
em looping repetida três vezes (!!!???). Fim. Robot
Monster é para ser visto e revisto. Um clássico inquestionável do mais
baixo que o cinema conseguiu chegar na história da sétima arte.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2013/01/28/72-robot-monster-1953/
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