Direção: Byron Haskin
Roteiro: Barré Lyndon
(baseado na obra de H.G. Wells)
Produção: George Paul, Frank
Freeman Jr. (Produtor Associado), Cecil B. DeMille (Produtor Executivo/não
creditado)
Elenco: Gene
Barry, Ann Robinson, Les Tremayne, Bob Cornithwaite, Sandro Giglio
A Guerra dos
Mundos original é o suprassumo dos clássicos de ficção
científica. Baseado
no livro de H.G. Wells escrito em 1898, ganhador do Oscar® de efeitos
especiais e indicado a outros dois, este é sem dúvida o mais importante filme
sobre invasão alienígena já feito até hoje e um dos melhores filmes de sci-fi de
todos os tempos. O produtor George Paul, com uma mãozinha de Cecil B. DeMille
como produtor executivo não creditado, e o diretor Byron Haskin trazem a
história definitiva sobre a assustadora invasão marciana em nosso planeta. Com
suas terríveis naves espaciais em formato de cisne, que misturam beleza e medo,
em uma sinfonia de destruição de escala sem precedentes no cinema, A
Guerra dos Mundos é responsável por definir diversos padrões e clichês
utilizados nos filmes de ficção científica até os dias de hoje. Fora o valor
sentimental e nostálgico que esse filme deve despertar em muito marmanjo por
aí. Eu mesmo me lembro de criança, assistindo esse clássico na televisão
junto do meu pai, sentados no sofá da sala, em uma das suas infindáveis
reprises nesses seus quase 60 anos de existência. E apesar de ser datado e do
visual dos alienígenas serem bastante toscos e até cômicos, A Guerra dos
Mundos não é um filme que envelheceu tão mal quanto tantos outros
produzidos na mesma época. As naves, criadas por Gordon Jennings, continuam sendo obras
fantásticas, hoje de um design vintage, e as cores vivas em Technicolor ajudam
muito também o fato do longa ter se tornado uma obra imortal. A história se
transporta da Londres que H.G. Wells publicou nas páginas de seu livro para a
Califórnia, abrindo com uma belíssima narração de Sir Cedric Hardwicke, já
plantando as primeiras sementes do pavor nos espectadores, contando sobre a
ganância do povo marciano em conquistar um novo planeta para si, e durante
muito tempo ficaram em silêncio apenas observando a terra e nos estudando, para
nos atacar indefesos e sem a menor chance de sobrevivência para a raça humana.
Em uma noite qualquer, o primeiro meteoro que camufla as naves destruidoras
chega à terra para dar início a uma invasão de escala global. O Dr. Clayton
Forrester (interpretado por Gene Barry, o Bat Masterson da série de TV) é o
mocinho do filme, um cientista brilhante que junto com a doce Sylvia Van Buren,
precisa ajudar o exército americano e outros cientistas a tentarem encontrar
uma forma de impedir a invasão alienígena e o extermínio humano em massa. Só que
nenhuma arma terrena é capaz de sequer fazer cosquinha na poderosa frota
extraterrestre. Nem mesmo a temida bomba atômica surte efeito após ser lançada
contra as naves. Fora que
o poderio militar marciano é infinitamente superior ao nosso, com suas rajadas
capazes de desintegrar pessoas e objetos e seus devastadores raios que explodem
tanques e cidades. Dois momentos chaves para mim representam distintos
sentimentos de terror nesse filme, que me levaram a coloca-lo nesta lista (além
do fato de ser uma história de invasão alienígena). O
primeiro é sem dúvida a aterradora sequência onde as naves atacam a fazenda
onde o Dr. Forrester e Sylvia estão escondidos, e os alienígenas começam uma
caçada humana, procurando-os pelos escombros. É um clima de tensão crescente,
de arrepiar os pelos da nuca, enquanto sorrateiramente um alienígena entra no
local para tentar encontrá-los. Como se não fosse o bastante, é a primeira vez que
vemos as criaturas fora da nave, com sua pele avermelhada, longos braços com
ventosas e seus olhos de três cores que esquadrinham todo o local a procura de
humanos para destruir. O segundo momento é quando as naves estão destruindo Los
Angeles e se forma um caos imensurável, com a população saqueando lojas e
casas, e dando o menor valor para a vida do próximo, procurando apenas garantir
a sua sobrevivência, atacando todo e qualquer civil ou militar que possua um
veículo. Isso pode ter condenado toda a humanidade, quando os equipamentos
criados pelos cientistas como última esperança para conter a invasão, são
destruídos pela turba enfurecida e irracional. O Dr. Forrester então, desesperado, atravessa a
cidade em ruínas enquanto os visitantes de Marte engendram a destruição final,
procurando por Sylvia em todas as igrejas da cidade. Aí infelizmente é enfiada
em nossa goela abaixo uma ladainha religiosa, com todos orando, ou rezando por
suas vidas, para que Deus misericordioso acabe com a guerra (outro subterfúgio
religioso fora usado anteriormente na figura do pastor Matthew Collings, tio de
Sylvia, quando ele diz que quer fazer contato com os marcianos porque se eles
são mais evoluídos que nós, estão mais próximos do Criador. Por isso
leva um raio desintegrador na fuça). Quando rezar é a última salvação, a prece
é atendida quando misteriosamente as naves perdem sua força e se estatelam no
chão. Um moribundo marciano tenta sair do seu interior esticando seu longo
braço com três dedos em forma de ventosas, mas acaba morrendo, vítima das
bactérias existentes no ar, as quais somos imunes, mas que se mostraram mortais
para os alienígenas depois de um tempo em nossa atmosfera. Ou como disse meu saudoso pai
para me explicar quando criança a derrota dos extraterrestres: “eles morreram
de gripe”. E claro que não se pode falar em A Guerra dos Mundos sem
lembrar de Orson Welles e de sua famosíssima transmissão radiofônica de
Halloween em 30 de outubro de 1938, quando o programa Merucry Theatre in the
Air, da CBS, levou ao ar a dramatização do livro de H.G. Wellse, e espalhou um
surto de histeria em massa pelos Estados Unidos. Com a
narração de Wells, ele contou em detalhes vívidos a invasão alienígena
começando por Nova Jersey e os ouvintes, que não prestaram atenção nos avisos
da rádio que alertava para o caráter ficcional da transmissão, entraram em
pânico achando que aquilo tudo era verdade e começaram a ligar para a rádio,
estações de TV, jornais, polícia e tudo mais, para relatar a invasão e
solicitar mais informações sobre o ataque de mentira. E vale terminar o texto espinafrando a refilmagem
de Steven Spielberg lançada em 2005, com o canastra Tom Cruise no papel
principal. Preocupado em mostrar a mais cruel das invasões, investindo milhões nos
espetaculares efeitos especiais dos alienígenas e seus terríveis Tripods (como
no livro original de Wells), o diretor entrega um filme regular, canhestro, com
atuações péssimas e um desenvolvimento dramático raso e desinteressante. Isso
sem contar aquele final à La Spielberg que é de dar nojo. Vi nos cinemas e
detestei do fundo da minha alma. A Guerra dos Mundos original, de 1953,
continua sendo imbatível.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2013/01/23/68-a-guerra-dos-mundos-1953/
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