Direção: Lew Landers
Roteiro: David Boehm
(inspirado na obra de Edgar Allan Poe)
Produção: Stanley
Bergerman, David Diamond
Elenco: Bela
Lugosi, Boris Karloff, Lester Matthews, Irene Ware, Samuel S. Hinds
Depois de O Gato Preto,
mais uma vez a dupla Bela Lugosi e Boris Karloff voltam a contracenar juntos em
uma adaptação de um conto de Edgar Allan Poe, dessa vez O Corvo.
Só que mais uma vez é um conto de Poe, pero no mucho. A única conexão é
apenas a sugestão do mais famoso poema de Poe no título, para atrair mais
espectadores e tentar repetir o sucesso que O Gato Preto tinha
conquistado no ano anterior. Lugosi encabeça o elenco no papel de Richard
Vollin, um brilhante médico cirurgião, aficionado por Edgar Allan Poe e que um
de seus passatempos, veja só que saudável, é construir no porão de seu casarão
réplicas das máquinas de tortura descritas pelo escritor americano, como em O
Poço e o Pêndulo, por exemplo. A bela e jovem Jean Thatcher, filha do juiz
Thatcher, sofre um terrível acidente de carro logo no comecinho da película e
está entra a vida e a morte, quando o juiz e seu noivo, o Dr. Jerry Halden,
imploram ao Dr. Vollin para que salve sua vida, já que ele seria o único com a
habilidade necessária para tal. Após relutar muito, o Dr. Vollin acaba
realizando a operação com sucesso, só que como efeito colateral, ele se apaixona
perdidamente pela moça. Mas o velho juiz não gosta nada da ideia do doutor se
engraçando por sua filha, até por ela já estar com a mão prometida, e pede para
que ele se afaste dela. Pronto, isso é o suficiente para o personagem de Lugosi
entrar em parafuso e começar a arquitetar um doentio plano de vingança,
inspirado na obra de Poe. Para isso, ele acaba se aproveitando de um criminoso
fugitivo feio para danar, chamado Edmond Bateman (interpretado por Karloff) que
o procura desesperadamente para modificar o seu rosto. O maligno doutor engana
o pobre diabo e desfigura o lado direito de sua face (mais uma vez, excelente
trabalho da equipe de Jack Pierce), obrigando-o a fazer seu serviço sujo em
troca de uma falsa promessa de restaurar sua aparência. A vilania final
pretende vir à tona quando Vollin convida Jean, Dr. Halden, o juiz Tatcher e
outros convidados a dormir na sua casa em uma noite de tempestade, e assim ele
poder dar cabo de Thatcher e dos pombinhos, colocando sua coleção macabra do
porão para funcionar. A atuação de Lugosi é um prato cheio, como sempre
exagerada e caricata, com aquele seu característico sotaque. Um deleite para os
fãs do ator. Só que Karloff mais uma vez rouba a cena e engole Lugosi no embate
entre os personagens, assim como fez em O Gato Preto. E esse embate de
egos transbordava por de trás das câmeras, já que Lugosi nunca conviveu bem com
o sucesso de Karloff, e ainda guardava aquele rancor por ter recusado o papel
do monstro em Frankenstein e ter feito uma das maiores ca... da sua
vida. Por sinal, Karloff recebeu um cachê maior que do húngaro nesse filme,
mesmo não sendo o protagonista e aparecendo menos tempo no vídeo. Isso serviu
para emputecer ainda mais Lugosi. Ou seja, sempre que vemos os dois em um mesmo
filme, pode-se preparar porque é um duelo de titãs, e um sempre vai querer
fazer um papel mais impactante e melhor interpretação que o outro. E quem ganha
somos nós, fãs do horror. Como é o caso em O Corvo.
FONTE:
http://101horrormovies.com/
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