Direção: Lambert Hillyer
Roteiro: John Colton, Howard
Higgn e Douglas Hodges (história original)
Produção: Edmund Grainger,
Fred S. Meyer (produtor executivo)
Elenco: Boris Karloff, Bela
Lugosi, Frances Drake, Frank Lawton, Violet Kemble Cooper
Mais um deleite para os fãs de
filmes de terror e ficção-científica, com a já clássica disputa entre Lugosi e
Karloff, outra vez um colírio para os nosso olhos. Dessa vez, em O Raio Invisível, os dois maiores astros do cinema de terror de seu tempo
são dois cientistas se engalfinhando, destilando diálogos e atuações
fantásticas e incendiando mais uma vez a eterna discussão do choque de egos
entre os dois e qual deles era o principal astro do gênero (eu continuo achando
Karloff muito mais ator que Lugosi). Além disso, O Raio Invisível nos
traz uma trama para lá de maluca, mostrando que na década de 30 os roteiristas
de Hollywood tinham umas ideias bem bizarras que desafiavam demais o intelecto
do espectador, e se você assisti-las hoje em dia, deve pensar o que diabos eles
estavam usando para pensar em coisas tão estapafúrdias. Nessa trama, Karloff é
o brilhante cientista Dr. Janos Rukh, que faz uma mirabolante descoberta,
através de um imenso telescópio, que na verdade é uma espécie de máquina do
tempo, onde consegue captar imagens do passado na Nebulosa de Andrômeda, que
ficam gravadas como um eco pelo tempo espaço contínuo e transmitir essa imagem
em uma gigante tela, descobrindo assim que há milhares de anos, um meteoro caiu
em algum lugar perdido da África, trazendo consigo uma poderosa nova forma de
matéria. Considerado como um rebelde e frequentemente desacreditado pela
sociedade científica britânica, o Dr. Rukh convida uma série de pessoas para
serem testemunhas dessa experiência, entre eles os renomados cientistas Sir
Francis Stevens e o Dr. Felix Benet (interpretado por Lugosi). Maravilhados com
a descoberta, os Drs. Stevens e Benet, que é um das maiores autoridades em
química orgânica e astro química do mundo, partem em uma expedição para a
África, junto com a infeliz esposa de Janos, Diane Rukh, e a esposa de Francis,
Arabella Stevens, além do jovem Ronald Drake, afim de encontrar esse meteoro
perdido. Rukh separa-se da expedição principal e encontra o local da queda,
auxiliado pelos nativos, e junto com ele, encontra também um elemento químico
desconhecido chamado Radium X, substância poderosíssima que ao mesmo tempo que
é capaz de ser usado para destruir, também pode ser utilizado para curar
diversos tipos de doença. Só que Rukh acaba sendo envenenado pela radiação do
novo elemento e adquire uma bizarra fosforescência que o faz brilhar no escuro,
e um toque mortal. O cientista recorre então a ajuda do Dr. Benet para
desenvolver um antídoto para controlar o excesso de radiação, a partir de uma
amostra do Radium X, e trazê-lo de volta ao normal. Porém esse antídoto não é
definitivo e deve ser usado constantemente. Mas nada poderia ser feito quanto a
um dos principais efeitos colaterais da exposição ao elemento. A mente de Rukh
começaria a ser afetada, levando-o a loucura. E não dá outra. Preocupados com o
poder do Radium X e com o novo sumiço de Rukh que voltou ao acampamento, os
Drs. Steves e Benet decidem que o elemento é perigoso demais para ficar nas
mãos de uma só pessoa, e resolvem voltar para Paris no intuito de apresenta-lo
em um congresso científico, creditando Rukh como o descobridor da substância. Só
que tomado pelo ódio e os efeitos nocivos da radiação, Rukh acredita estar
sendo roubado pelos outros cientistas, e como se não bastasse, sua esposa,
desprezada, o abandona, e casa-se com Drake (afinal, já diz o velho ditado, que
quem não dá assistência abre para a concorrência). É o suficiente para Rukh
começar seu maligno plano de vingança e utilizar o mortal poder do Radium X,
inclusive aquele em seu toque, para destruir todos os envolvidos, incluindo aí
o personagem de Lugosi e sua ex-esposa. Dirigido por Lambert Hillyer, o mesmo
de A Filha de Drácula, O Raio Invisível é um dos
percussores do cinema de ficção-científica que seria visto comumente em boa
parte da década de 50 e início da década de 60, além do personagem de Karloff
perdurar como grande influência para o arquétipo do cientista louco que perde a
cabeça graças as suas terríveis descobertas científicas, geralmente dotadas de
um destruidor poder mortal, e que de alguma forma, acabar tornando-se uma
ameaça para a sociedade, e até para o mundo, por que não? Nisso, Karloff e
Lugosi contracenam uma verdadeira antítese de papeis, um obcecado e cego pela
vingança, e o outro benevolente que nunca deixou de creditar Rukh pela
descoberta. Mas claro que o papel de Karloff é muito maior e ele é o verdadeiro
protagonista de O Raio Invisível, sendo Lugosi um coadjuvante de luxo. E
mais uma vez, ao meu ver, Boris engole Bela em cena. Com o sucesso de O
Raio Invisível, a Universal que não é boba nem nada, queria já aproveitar a
onda e fazer um filme parecido, com a dupla novamente, trocando um homem
radioativo por uma criatura elétrica, também vítima de uma experiência
científica, baseado na história The Electric Man. Porém o projeto foi
abortado quando a Universal começou a perceber o crescente desinteresse do
público no gênero, devido ao desgaste das produções já do final da década de
30. Mas esse projeto foi resgatado em 1940 e filmado com o título de Man
Made Monster, trazendo a dupla Lionel Atwill e Lon Chaney Jr. nos papeis que
seriam de Karloff e Lugosi.
FONTE:
http://101horrormovies.com/
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