sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

#041 1936 O RAIO INVISÍVEL (The Invisible Ray, EUA)


Direção: Lambert Hillyer
Roteiro: John Colton, Howard Higgn e Douglas Hodges (história original)
Produção: Edmund Grainger, Fred S. Meyer (produtor executivo)
Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Frances Drake, Frank Lawton, Violet Kemble Cooper

Mais um deleite para os fãs de filmes de terror e ficção-científica, com a já clássica disputa entre Lugosi e Karloff, outra vez um colírio para os nosso olhos. Dessa vez, em O Raio Invisível, os dois maiores astros do cinema de terror de seu tempo são dois cientistas se engalfinhando, destilando diálogos e atuações fantásticas e incendiando mais uma vez a eterna discussão do choque de egos entre os dois e qual deles era o principal astro do gênero (eu continuo achando Karloff muito mais ator que Lugosi). Além disso, O Raio Invisível nos traz uma trama para lá de maluca, mostrando que na década de 30 os roteiristas de Hollywood tinham umas ideias bem bizarras que desafiavam demais o intelecto do espectador, e se você assisti-las hoje em dia, deve pensar o que diabos eles estavam usando para pensar em coisas tão estapafúrdias. Nessa trama, Karloff é o brilhante cientista Dr. Janos Rukh, que faz uma mirabolante descoberta, através de um imenso telescópio, que na verdade é uma espécie de máquina do tempo, onde consegue captar imagens do passado na Nebulosa de Andrômeda, que ficam gravadas como um eco pelo tempo espaço contínuo e transmitir essa imagem em uma gigante tela, descobrindo assim que há milhares de anos, um meteoro caiu em algum lugar perdido da África, trazendo consigo uma poderosa nova forma de matéria. Considerado como um rebelde e frequentemente desacreditado pela sociedade científica britânica, o Dr. Rukh convida uma série de pessoas para serem testemunhas dessa experiência, entre eles os renomados cientistas Sir Francis Stevens e o Dr. Felix Benet (interpretado por Lugosi). Maravilhados com a descoberta, os Drs. Stevens e Benet, que é um das maiores autoridades em química orgânica e astro química do mundo, partem em uma expedição para a África, junto com a infeliz esposa de Janos, Diane Rukh, e a esposa de Francis, Arabella Stevens, além do jovem Ronald Drake, afim de encontrar esse meteoro perdido. Rukh separa-se da expedição principal e encontra o local da queda, auxiliado pelos nativos, e junto com ele, encontra também um elemento químico desconhecido chamado Radium X, substância poderosíssima que ao mesmo tempo que é capaz de ser usado para destruir, também pode ser utilizado para curar diversos tipos de doença. Só que Rukh acaba sendo envenenado pela radiação do novo elemento e adquire uma bizarra fosforescência que o faz brilhar no escuro, e um toque mortal. O cientista recorre então a ajuda do Dr. Benet para desenvolver um antídoto para controlar o excesso de radiação, a partir de uma amostra do Radium X, e trazê-lo de volta ao normal. Porém esse antídoto não é definitivo e deve ser usado constantemente. Mas nada poderia ser feito quanto a um dos principais efeitos colaterais da exposição ao elemento. A mente de Rukh começaria a ser afetada, levando-o a loucura. E não dá outra. Preocupados com o poder do Radium X e com o novo sumiço de Rukh que voltou ao acampamento, os Drs. Steves e Benet decidem que o elemento é perigoso demais para ficar nas mãos de uma só pessoa, e resolvem voltar para Paris no intuito de apresenta-lo em um congresso científico, creditando Rukh como o descobridor da substância. Só que tomado pelo ódio e os efeitos nocivos da radiação, Rukh acredita estar sendo roubado pelos outros cientistas, e como se não bastasse, sua esposa, desprezada, o abandona, e casa-se com Drake (afinal, já diz o velho ditado, que quem não dá assistência abre para a concorrência). É o suficiente para Rukh começar seu maligno plano de vingança e utilizar o mortal poder do Radium X, inclusive aquele em seu toque, para destruir todos os envolvidos, incluindo aí o personagem de Lugosi e sua ex-esposa. Dirigido por Lambert Hillyer, o mesmo de A Filha de Drácula, O Raio Invisível é um dos percussores do cinema de ficção-científica que seria visto comumente em boa parte da década de 50 e início da década de 60, além do personagem de Karloff perdurar como grande influência para o arquétipo do cientista louco que perde a cabeça graças as suas terríveis descobertas científicas, geralmente dotadas de um destruidor poder mortal, e que de alguma forma, acabar tornando-se uma ameaça para a sociedade, e até para o mundo, por que não? Nisso, Karloff e Lugosi contracenam uma verdadeira antítese de papeis, um obcecado e cego pela vingança, e o outro benevolente que nunca deixou de creditar Rukh pela descoberta. Mas claro que o papel de Karloff é muito maior e ele é o verdadeiro protagonista de O Raio Invisível, sendo Lugosi um coadjuvante de luxo. E mais uma vez, ao meu ver, Boris engole Bela em cena. Com o sucesso de O Raio Invisível, a Universal que não é boba nem nada, queria já aproveitar a onda e fazer um filme parecido, com a dupla novamente, trocando um homem radioativo por uma criatura elétrica, também vítima de uma experiência científica, baseado na história The Electric Man. Porém o projeto foi abortado quando a Universal começou a perceber o crescente desinteresse do público no gênero, devido ao desgaste das produções já do final da década de 30. Mas esse projeto foi resgatado em 1940 e filmado com o título de Man Made Monster, trazendo a dupla Lionel Atwill e Lon Chaney Jr. nos papeis que seriam de Karloff e Lugosi.

FONTE: http://101horrormovies.com/

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