sábado, 14 de fevereiro de 2015

#050 1943 O FANTASMA DA ÓPERA (The Phantom of the Opera, EUA)


Direção: Arthur Lubin
Roteiro: Samuel Hoffenstein, Eric Taylor, John Jacoby (adaptação) (baseado na obra de Gaston Leroux)
Produção: George Waggner
Elenco: Claude Rains, Nelson Eddy, Edgar Barrier, Susanna Foster

O primeiro (e único) filme colorido do ciclo de monstros da Universal foi a nova adaptação de O Fantasma da Ópera, baseada na obra literária de Gaston Leroux, que já havia sido levado às telas anteriormente pelo mesmo estúdio em 1925, no clássico com Lon Chaney, dirigido por Rupert Julian. E antes que alguém me pergunte, a versão muda, em preto e branco, filmada há 20 anos quando essa versão aqui foi lançada, é infinitamente superior. Na verdade O Fantasma da Ópera de 1943 é um tanto quanto chato e presunçoso, tenho que ser honesto. Foi um filme pensado para ser uma superprodução de época, com todo o exagero de figurino e figurantes e principalmente com toda a ostentação da cor by Technicolor. Mas é um verdadeiro pé no saco ficar aguentando todas as cenas das óperas que eles resolveram colocar no filme. Tá, não gosto de ópera, não tenho toda essa erudição, mas sabe, uma coisa é você ir assistir a uma ópera, outra, é enxertarem pelo menos uma três ou quatro encenações intermináveis no meio de um suposto filme de terror. Enfim, devaneios à parte, essa versão de Arthur Lubin enche os olhos, mas o grande problema é que a aura gótica, o aspecto sombrio, de sofrimento, solidão e clausura que permeava tanto O Fantasma da Ópera de 1925 quanto o próprio personagem vivido por Chaney, aqui são completamente sobrepujados pela vivacidade das cores berrantes. A trama principal continua a mesma: Erique Claudin (interpretado por Claude “Homem Invisível” Rains), um virtuoso músico, violinista da Ópera de Paris está vivendo uma má fase. Apaixonado pela aspirante atriz Christine Dubois (a bela Susanna Foster), cujo coração é alvo da disputa entre o barítono Anatole Garror (vivido pelo ator e cantor galã Nelson Eddy) e o oficial de polícia Raoul D’Aubert (Edgar Barrier), além de nunca conseguir ter o amor da jovem, ele é demitido da orquestra da Ópera, vive falido (pois investiu todos os seus rendimentos em aulas de canto para Christine) e tem seu concerto, que seria a chave para seu sucesso, roubado. Tomado por um acesso de loucura, Erique estrangula um dos donos da casa de música que roubou sua obra, quando é atingido por ácido em seu rosto, que o deixa terrivelmente deformado, fazendo com que ele seja obrigado a usar para sempre aquela famosa máscara que cobre seu rosto. Louco, com um desejo incontido de vingança, Erique vai viver nos subsolo da Ópera de Paris e não mede esforços, nem que isso recorra a assassinato, para que Christine seja a principal estrela daqueles palcos, agindo soturnamente com sua capa e chapéu, sempre encoberto pelas sombras, o que lhe rendeu o apelido de fantasma. O fantasma é um personagem incrível, psicologicamente perturbado que poderia ter sido muito mais aproveitado, mas não. Até entende-se que em pleno ano de 1943, com o mundo vivendo os horrores da Segunda Guerra Mundial, a plateia não estava nem um pouco a fim de ver mais terror nas telas. Por isso a mudança de tom dessa versão de O Fantasma da Ópera foi orquestrada pela Universal, eliminando toda a complexidade, sofrimento e pavor que o personagem principal passa, atenuando a produção com um alívio cômico (principalmente vivido pelo triângulo amoroso entre Christine, Raoul e Garron) e com as tantas e tantas cenas de coreografia dos musicais. Até a famosa cena da queda do lustre, que deveria ser um dos pontos altos do filme, demora uma eternidade para acontecer, com Erique gastando uns bons 10 minutos para conseguir serrar o ilustre, apenas para que a apresentação da ópera em questão que está acontecendo no palco fique mais tempo no ar. Outra cena subaproveitada ao extremo é quando finalmente Christine é levada para as catacumbas do fantasma, e ela não parece nem um pouco aterrorizada e fascinada como no filme de Rupert Julien (ou no livro), e quando o verdadeiro rosto desfigurado do personagem é mostrado, não causa nem 1/3 do impacto de ver a maquiagem de Lon Chaney no original. Mas o dispendioso esforço da Universal deu frutos para o estúdio. O filme foi um sucesso de bilheteria, toda sua cor amenizou a escuridão da guerra e O Fantasma da Ópera faturou duas estatuetas do Oscar no ano seguinte: melhor fotografia e melhor direção de arte. Sinceramente, para mim Lon Chaney se revirou no túmulo.
FONTE: http://101horrormovies.com/2012/12/22/50-o-fantasma-da-opera-1943/




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