Direção: Karl
Freund
Roteiro: John
L. Balderston
Produção: Carl
Laemmle Jr.
Elenco: Boris
Karloff, Zita Johann, David Manners, Arthur Byron, Edward Van Sloan
Depois dos sucessos de Dráculça e
Frankenstein lançados no ano anterior, foi a vez da Universal eternizar o
seu próximo monstro que daria origem a mais uma franquia de filmes de terror
para o estúdio. E esse monstro seria A Múmia. Mais uma vez com o selo de produção de Carl Laemme Jr, A Múmia traz
novamente Boris Karloff como ator principal, vivendo o monstro egípcio em
carne, osso e ataduras. E o momento era propício para a Universal jogar luz
sobre esse tema, já que em 1932 fazia apenas 10 anos que o túmulo de Tutancâmon
havia sido descoberto e os jornais apareciam frequentemente repletos de
matérias sensacionalistas sobre a maldição da múmia a cada pessoa envolvida na
escavação que morria ou adoecia, sem nem levar em conta a óbvia quantidade
cavalar de bactérias com as quais eles haviam sido expostos ao desenterrar
aqueles corpos milenares. Enfim, Karloff mais uma vez de forma soberba dá vida
a Imhotep, uma sacerdote do Egito Antigo que amava Ankh-es-en-amon, uma
princesa filha do Faraó. Quando a garota morre, Imhotep na tentativa de
ressuscitá-la tenta praticar um encantamento proibido e é pego com a boca na
botija. Pelo sacrilégio, o Faraó manda mumificá-lo vivo, estado em que ele fica
pelos próximos 3700 anos, até ser descoberto e acidentalmente trazido de volta
à vida por um assistente do exímio egiptólogo Sir Joseph Whemple, durante uma
expedição arqueológica do museu britânico no local. Como resultado de trazer a
múmia de volta a vida, o assistente cai na mais completa insanidade (na mais
impressionante e assustadora cena do filme inteiro), a múmia desaparece sem
deixar rastros e Joseph abandona o Egito jurando nunca mais por os pés lá.
Passados 10 anos, seu filho, Frank, está liderando uma nova expedição quando
conhece Adarth Bey, que é Imhotep disfarçado (e também um anagrama em inglês
para Death by Ra – Morte por Rá), um misterioso sujeito que leva Frank até um
sítio arqueológico onde encontra o sarcófago de sua amada. Mas o que Imothep
quer na verdade é trazê-la de volta do sono eterno, mas para isso, deverá
trocá-la de corpo com Helen Grosvenor, descendente da Princesa Ankh-es-en-amon,
e por quem Frank se apaixona. Imothep usará todos seus poderes hipnóticos e
conhecimento místico para tentar envolver a garota, sacrificá-la e recuperar
seu amor milenar. Ou seja, na verdade a múmia é um monstro esfarrapado cheio
das boas intenções, que sofre por um rabo de saia e não vai medir esforços para
viver junto da sua alma gêmea novamente. Custe o que custar. Há vários pontos
positivos em A Múmia. Os três principais ficam por conta da interpretação
de Karloff, mostrando mais uma vez que é muito mais ator que seu colega / rival
de época, Bela Lugosi, como já havia feito anteriormente em Frankenstein;
a excelente direção de Karl Freund, primeiro filme como diretor do fotógrafo
alemão responsável por Metrópolis de Fritz Lang e sua composição de cena, jogo
de luz e sombra, capricho visual e tomadas com câmera em movimento, ousadia que
os outros filmes da Universal não tinham até então; e a maquiagem, mais uma vez
obra do gênio Jack Pierce, principalmente quando Imhotep aparece como um
monstro mofado. Mas há pontos negativos que realmente derrubam a produção, pois
filme tem uma história bem besta, é arrastado demais e a maldita da múmia NUNCA
aparece por inteiro, em ação. Quando você vê os primeiros dez minutos do filme,
fica impressionado e esfregando as mãos. A cena em que o assistente que
trouxe-a de volta a vida começa a rir de forma insana ao avistar a criatura se
mexendo, enquanto vemos apenas uma atadura se arrastando para fora da tela é
ímpar. E você passa o filme inteiro esperando Imothep voltar a ser essa múmia,
e nada… Fora o final apressado e a conclusão decepcionante do filme. Mas apesar
disso, ele tem o seu devido valor histórico. A Múmia é filme
obrigatório para os fãs de terror e principalmente para os aficionados pelo
ciclo de monstros da Universal. E claro, é melhor que qualquer um dos três
filmes da nova trilogia com Brendan Fraser, isso sem dúvida.
FONTE:
http://101horrormovies.com/
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