quinta-feira, 1 de setembro de 2016

#386 1979 ARMADILHA PARA TURISTAS (Tourist Trap, EUA)


Direção: David Schmoeller
Roteiro: David Schmoeller, J. Larry Carroll
Produção: J. Larry Carroll, Leonard Baker e Michael Wolf (Produtores Associados), Charles Band (Produtor Executivo)
Elenco: Chuck Connors, Jocelyn Jones, Jon Van Ness, Robin Sherwood, Tanya Roberts, Dawn Jeffory

Nos primórdios do slasher, lá nos idos do final dos anos 70, eis que surge um interessante e subestimado Armadilha Para Turistas, que pode parecer bastante clichê se visto pelos olhos de um espectador atual, mas que funciona bem dentro do seu propósito. O próprio Stephen King o classificou com “um clássico obscuro” em seu livro Dança Macabra. Então, podemos confiar. Só para que esse leitor atual entenda mais facilmente a tônica do filme,Armadilha Para Turistas é uma mistura de O Massacre da Serra Elétrica com A Casa de Cera (a nova versão, e não o clássico com Vincent Price) e pitadas de Carrie – A Estranha. Explico: ele pega os elementos do seminal filme de Tobe Hooper, coloca dentro de um bizarro museu de manequins de beira de estrada e ainda na receita do bolo adiciona um serial killer psicopata e com poderes telecinéticos. A estrutura narrativa será clássica dos filmes slasher, ajudando a manter o padrão que seria repetido à exaustão durante toda a próxima década, até espremer o bagaço do subgênero: o carro com um grupo de jovens quebra no meio de nada e eles vão parar no lugar errado, pedindo ajuda para a pessoa errada. Simples assim. Depois da gênese em Noite de Terror de Bob Clark e o sucesso estrondoso de Halloween – A Noite do Terror de John Carpenter, eis que se viu aí um nicho para atrair os jovens para levar alguns sustos no cinema e criar aí um hall de ilustres assassinos do cinema de terror. Pois bem, seis jovens resolvem pegar a estrada e o carro de um deles fura o pneu no meio do nada. Woody (Keith McDermott) sai em busca de um posto de gasolina para tentar recauchutar o pneu. Aparentemente o posto está deserto, mas ao entrar, ele descobre diversos manequins bizarros e de repente vários objetos são jogados sobre ele, por alguma força misteriosa, até que ele é morto com um cano de metal atravessando seu peito. Eileen (Robin Sherwood) estava no carro com Woody e é alcançada por um grupo de mais três pessoas, que viajavam em carros separados: Becky (Tanya Roberts), Jerry (Jon Van Ness), Tina (Dawn Jeffory) e Molly (Jocelyn Jones). Eles resolvem procurar por Woody, mas adivinhem? O carro deles também quebra no meio do deserto. Nisso eles avistam uma “armadilha para turistas”, termo que se refere a atrações supervalorizadas que atraem turistas desavisados que perdem tempo e dinheiro por lá. Essa armadilha é o museu de manequins do simpático, porém esquisito, Sr. Slaussen (Chuck Connors), que se mostra solicito em ajudar os jovens a arrumar seu carro. Daí já sabe né? Um por um vai começar a desaparecer enquanto xeretam as redondezas até descobrirmos uma trama insana de traição, vingança e assassinato na família de Slausser (envolvendo seu irmão, que construía aqueles manequins e sua esposa) e uma penca de problemas psicológicos oriundos disso. Agora pense: se um serial killer já é dureza, com poderes telecinéticos ainda é apelação, tipo voadora e rasteirinha no canto! E como se não bastasse isso, o sujeito é daqueles realmente insanos, que gosta de torturas e jogos psicológicos, usando máscaras de plástico parecendo um bizarro manequim vivo e gosta de dar movimento aos bonecos inanimados (incluindo aí uma sinistra réplica da esposa que deixa exposta em seu museu) usando seus poderes paranormais. Entre as mortes, destaque para a coitada Tina que é sufocada com uma máscara de gesso aplicada pelo assassino mascarado ainda com vida. Algumas comparações com O Massacre da Serra Elétrica são inevitáveis, como o próprio assassino mascarado (que ganhou o apelido de Plasterface – cara de gesso) e todo o ambiente do museu e de sua casa, muito pelo fato da direção de arte do longa ser assinada por Robert A. Burns, o mesmo que trabalhou no filme de Tobe Hooper. Ele foi o responsável também pelos efeitos especiais, de maquiagem, a criação dos manequins e também pelas suas assustadoras “atuações”. Destaque também para a trilha sonora do italiano Pino Donaggio (que embolsou um sexto do orçamento para tal), que mistura além da música de suspense habitual deste tipo de filme, alguns elementos de molas e objetos de corda, que contribuiu com um ar ainda mais estranho e sinistro para a produção. Armadilha para Turistas acabou levando uma censura R do MPAA, o que atrapalhou demais seu sucesso comercial que só foi ganhar seu verdadeiro status cult por conta das reprises na televisão durante os anos 80 e 90 (inclusive aqui no Brasil). A dupla David Schmoeller (diretor) e Charles Band (produtor executivo) voltariam a trabalhar juntos novamente e brindariam os fãs do terror com outros clássicos, entre eles Bonecos da Morte, lançado 10 anos depois e que daria origem a franquia O Mestre dos Brinquedos.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/03/08/386-armadilha-para-turistas-1979/

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