Direção: David Schmoeller
Roteiro: David Schmoeller, J. Larry Carroll
Produção: J. Larry Carroll, Leonard Baker e Michael Wolf
(Produtores Associados), Charles Band (Produtor Executivo)
Elenco: Chuck Connors, Jocelyn Jones, Jon Van Ness, Robin Sherwood,
Tanya Roberts, Dawn Jeffory
Nos primórdios
do slasher, lá nos idos do final dos anos 70, eis que surge um
interessante e subestimado Armadilha Para Turistas, que pode parecer bastante clichê se
visto pelos olhos de um espectador atual, mas que funciona bem dentro do seu
propósito. O próprio Stephen King o classificou com “um clássico obscuro” em
seu livro Dança Macabra. Então, podemos confiar. Só para que esse leitor atual
entenda mais facilmente a tônica do filme,Armadilha Para Turistas é uma
mistura de O Massacre da
Serra Elétrica com A Casa de Cera (a nova versão, e
não o clássico com Vincent Price) e pitadas de Carrie – A
Estranha. Explico: ele pega os elementos do seminal filme de Tobe
Hooper, coloca dentro de um bizarro museu de manequins de beira de estrada e
ainda na receita do bolo adiciona um serial killer psicopata e com
poderes telecinéticos. A estrutura narrativa será clássica dos
filmes slasher, ajudando a manter o padrão que seria repetido à exaustão
durante toda a próxima década, até espremer o bagaço do subgênero: o carro com
um grupo de jovens quebra no meio de nada e eles vão parar no lugar errado,
pedindo ajuda para a pessoa errada. Simples assim. Depois da gênese em Noite de
Terror de Bob Clark e o sucesso estrondoso de Halloween – A Noite do Terror de John Carpenter, eis que
se viu aí um nicho para atrair os jovens para levar alguns sustos no cinema e
criar aí um hall de ilustres assassinos do cinema de terror. Pois
bem, seis jovens resolvem pegar a estrada e o carro de um deles fura o pneu no
meio do nada. Woody (Keith McDermott) sai em busca de um posto de gasolina para
tentar recauchutar o pneu. Aparentemente o posto está deserto, mas ao entrar,
ele descobre diversos manequins bizarros e de repente vários objetos são
jogados sobre ele, por alguma força misteriosa, até que ele é morto com um cano
de metal atravessando seu peito. Eileen (Robin Sherwood) estava no carro com
Woody e é alcançada por um grupo de mais três pessoas, que viajavam em carros
separados: Becky (Tanya Roberts), Jerry (Jon Van Ness), Tina (Dawn Jeffory) e
Molly (Jocelyn Jones). Eles resolvem procurar por Woody, mas adivinhem? O carro
deles também quebra no meio do deserto. Nisso eles avistam uma “armadilha para
turistas”, termo que se refere a atrações supervalorizadas que atraem turistas
desavisados que perdem tempo e dinheiro por lá. Essa armadilha é o museu de
manequins do simpático, porém esquisito, Sr. Slaussen (Chuck Connors), que se
mostra solicito em ajudar os jovens a arrumar seu carro. Daí já sabe né? Um por
um vai começar a desaparecer enquanto xeretam as redondezas até descobrirmos
uma trama insana de traição, vingança e assassinato na família de Slausser
(envolvendo seu irmão, que construía aqueles manequins e sua esposa) e uma
penca de problemas psicológicos oriundos disso. Agora pense: se um serial
killer já é dureza, com poderes telecinéticos ainda é apelação, tipo voadora e
rasteirinha no canto! E como se não bastasse isso, o sujeito é daqueles
realmente insanos, que gosta de torturas e jogos psicológicos, usando máscaras
de plástico parecendo um bizarro manequim vivo e gosta de dar movimento aos
bonecos inanimados (incluindo aí uma sinistra réplica da esposa que deixa
exposta em seu museu) usando seus poderes paranormais. Entre as mortes,
destaque para a coitada Tina que é sufocada com uma máscara de gesso aplicada pelo
assassino mascarado ainda com vida. Algumas comparações com O Massacre da
Serra Elétrica são inevitáveis, como o próprio assassino mascarado (que
ganhou o apelido de Plasterface – cara de gesso) e todo o ambiente do museu e
de sua casa, muito pelo fato da direção de arte do longa ser assinada por
Robert A. Burns, o mesmo que trabalhou no filme de Tobe Hooper. Ele foi o
responsável também pelos efeitos especiais, de maquiagem, a criação dos
manequins e também pelas suas assustadoras “atuações”. Destaque também para a
trilha sonora do italiano Pino Donaggio (que embolsou um sexto do orçamento
para tal), que mistura além da música de suspense habitual deste tipo de filme,
alguns elementos de molas e objetos de corda, que contribuiu com um ar ainda
mais estranho e sinistro para a produção. Armadilha para Turistas acabou
levando uma censura R do MPAA, o que atrapalhou demais seu sucesso comercial
que só foi ganhar seu verdadeiro status cult por conta das reprises
na televisão durante os anos 80 e 90 (inclusive aqui no Brasil). A dupla David
Schmoeller (diretor) e Charles Band (produtor executivo) voltariam a trabalhar
juntos novamente e brindariam os fãs do terror com outros clássicos, entre
eles Bonecos da Morte, lançado 10 anos depois e que daria origem a franquia
O Mestre dos Brinquedos.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/03/08/386-armadilha-para-turistas-1979/
Nenhum comentário:
Postar um comentário