Direção: William
Malone
Roteiro: Dick
Beebe
Produção: Gilbert
Adler, Joel Silver, Robert Zemeckis; Terry Castle (Coprodutora); Ed Tapia
(Produtor Associado); Dan Cracchiolo, Steve Richards (Produtores Executivos)
Elenco: Geoffrey
Rush, Famke Janseen, Taye Diggs, Peter Gallagher, Chris Kattan, Ali Larter,
Bridgette Wilson-Sampras, Jeffrey Combs
Joey
Silver e Robert Zemeckis resolveram fundar lá no final dos anos 90 a produtora
Dark Castle Entertainment, para realizar filmes de terror para a Warners Bros.
A ideia, louvável a princípio, era refilmar alguns clássicos do gênero,
principalmente os longas de William Castle, um dos diretores mais inventivos e
marqueteiros que já pisaram em Hollywood. A primeira empreitada da Dark Castle
foi o remake de A Casa dos Maus Espíritos,
dirigido por Castle e com o eterno Vincent Price no elenco, que é um filme bem
simples e até ingênuo, visto nos padrões de hoje e assusta em nível -10, mas
que olhe, é muito melhor do que A Casa da Colina em níveis de
grandeza, viu. E sabe o que é pior? O filme dirigido por William Malone poderia
ser muito melhor do que ele se apresenta. Claro que a ideia nunca foi fazer
algo simples, atmosférico e soturno. Tudo penderia para o exagero, como uma
superprodução de terror de uma major hollywoodiana,
e seguindo um infeliz caminho que vinha se tornando tendência e seguiria aí
durante os próximos anos. Mas misturado num bando de clichês, atores péssimos
(tirando Geoffrey Rush, é claro), uma direção de arte e design de produção que
caminha no tênue limite entre o foda e o deplorável, existe ali uma história
que poderia render muito (um hospício abandonado, isso por si só já deveria
inspirar pesadelos assustadores) e diversos arroubos de criatividade e
narrativa com algumas cenas evocando os “maus espíritos” que ali vivem,
misturando truques óticos, efeitos especiais e tons de sépia, que diabos, é dos
mais tétricos e parecem ter saído diretamente de Silent Hill. Mas não né, para
que explorar isso? Vamos fazer um carnaval alegórico completamente caricato e
torrar a grana com breguices e uma RI-DÍ-CU-LA manifestação física de um
espectro negro esvoaçante no final, feito com um CGI tosco e que derruba toda
mínima e qualquer credibilidade criada até então por todos os envolvidos, sem
contar aquele finalzinho chulé. Isso é o cinema de terror dos grandes estúdios!
A trama, escrita por Dick Bebbe, é levemente inspirada no roteiro original de
Rob Whitte de 1959, onde um excêntrico empresário, Stephen Price (vivido por um
Geoffrey Rush fisicamente idêntico a Vincent Price) vive às turras com sua
esposa, Evelyn (Famke Janssen), num relacionamento nada saudável de avareza,
inveja, traição e ódio, e convida cinco estranhos díspares para a festa de
aniversário da patroa, no malfadado Hospital Vannacutt, um hospício dos anos 30
onde seu dono, Dr. Richard Benjamin Vannacutt (papel de Jeffrey Combs),
realizava experiências torturantes em seus pacientes, até que uma rebelião
terminou na morte de todos ali dentro e claro, o local passou a ter pecha de
mal assombrado. Só que nenhum dos cinco eram aqueles convidados por Price, pois
o computador alterou sozinho os nomes antes dos convites serem enviados por
e-mail, e cinco pessoas nada a ver com o combinado aparecem por lá, sendo que
mais tarde vamos descobrir que são todos descendentes da terrível staff médica do Dr. Vannacutt. E
ainda há um prêmio especial para quem conseguir passar uma noite no insólito
local: um milhão de dólares. Caso alguém morra no processo, sua parte da grana
será dividida entre o resto. Pois bem, acontece que a casa é a maldade pura,
tranca todos os convidados ali dentro e passa a abater um a um como moscas,
além, claro, de rolar algumas mentiras, chantagens e conspirações internas
tanto da parte de Price, quanto de sua esposa. Fato é que A Casa da Colina tem toda uma pegada do desenho de
Scooby-Doo, ou um episódio ruim de Contos da Cripta estilizado (talvez por
Malone ter dirigido alguns episódios da série) e peca exatamente por seu
exagero, por seu montante de dinheiro gasto, e pelo nome de dois pistolões como
Silver e Zemeckis na produção, pois acredito que se o longa não tivesse um
puto, como foi o caso de A Casa dos Maus Espíritos ou
tantos outros filmes de terror independentes, teríamos um resultado muito
melhor, explorando mesmo o terror, o suspense, o medo, as situações insólitas,
e não aquela patifaria toda. Bom, depois de A Casa da
Colina, que acabou faturando 40 milhões de dólares só na
bilheteria doméstica, pouco mais da metade de seu custo, a Dark Castle
continuou sua toada de fazer PÉSSIMOS filmes de terror, todos nessa proposta de
abusar do CGI e de um orçamento maior e fazer carnavais de terror ao invés de
filme decente, produzindo bombas como o remake de 13 Fantasmas (outra obra de Castle) e do mediano A Casa de Cera (outro filme originalmente com Vincent Price),
e originais esquecíveis como O Navio Fantasma, Na Companhia do Medo, A
Colheita do Mal e A Orfã.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/08/04/696-a-casa-da-colina-1999/
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