sexta-feira, 9 de setembro de 2016

#696 1999 A CASA DA COLINA (House on Haunted Hill, EUA)


Direção: William Malone
Roteiro: Dick Beebe
Produção: Gilbert Adler, Joel Silver, Robert Zemeckis; Terry Castle (Coprodutora); Ed Tapia (Produtor Associado); Dan Cracchiolo, Steve Richards (Produtores Executivos)
Elenco: Geoffrey Rush, Famke Janseen, Taye Diggs, Peter Gallagher, Chris Kattan, Ali Larter, Bridgette Wilson-Sampras, Jeffrey Combs

Joey Silver e Robert Zemeckis resolveram fundar lá no final dos anos 90 a produtora Dark Castle Entertainment, para realizar filmes de terror para a Warners Bros. A ideia, louvável a princípio, era refilmar alguns clássicos do gênero, principalmente os longas de William Castle, um dos diretores mais inventivos e marqueteiros que já pisaram em Hollywood. A primeira empreitada da Dark Castle foi o remake de A Casa dos Maus Espíritos, dirigido por Castle e com o eterno Vincent Price no elenco, que é um filme bem simples e até ingênuo, visto nos padrões de hoje e assusta em nível -10, mas que olhe, é muito melhor do que A Casa da Colina em níveis de grandeza, viu. E sabe o que é pior? O filme dirigido por William Malone poderia ser muito melhor do que ele se apresenta. Claro que a ideia nunca foi fazer algo simples, atmosférico e soturno. Tudo penderia para o exagero, como uma superprodução de terror de uma major hollywoodiana, e seguindo um infeliz caminho que vinha se tornando tendência e seguiria aí durante os próximos anos. Mas misturado num bando de clichês, atores péssimos (tirando Geoffrey Rush, é claro), uma direção de arte e design de produção que caminha no tênue limite entre o foda e o deplorável, existe ali uma história que poderia render muito (um hospício abandonado, isso por si só já deveria inspirar pesadelos assustadores) e diversos arroubos de criatividade e narrativa com algumas cenas evocando os “maus espíritos” que ali vivem, misturando truques óticos, efeitos especiais e tons de sépia, que diabos, é dos mais tétricos e parecem ter saído diretamente de Silent Hill. Mas não né, para que explorar isso? Vamos fazer um carnaval alegórico completamente caricato e torrar a grana com breguices e uma RI-DÍ-CU-LA manifestação física de um espectro negro esvoaçante no final, feito com um CGI tosco e que derruba toda mínima e qualquer credibilidade criada até então por todos os envolvidos, sem contar aquele finalzinho chulé. Isso é o cinema de terror dos grandes estúdios! A trama, escrita por Dick Bebbe, é levemente inspirada no roteiro original de Rob Whitte de 1959, onde um excêntrico empresário, Stephen Price (vivido por um Geoffrey Rush fisicamente idêntico a Vincent Price) vive às turras com sua esposa, Evelyn (Famke Janssen), num relacionamento nada saudável de avareza, inveja, traição e ódio, e convida cinco estranhos díspares para a festa de aniversário da patroa, no malfadado Hospital Vannacutt, um hospício dos anos 30 onde seu dono, Dr. Richard Benjamin Vannacutt (papel de Jeffrey Combs), realizava experiências torturantes em seus pacientes, até que uma rebelião terminou na morte de todos ali dentro e claro, o local passou a ter pecha de mal assombrado. Só que nenhum dos cinco eram aqueles convidados por Price, pois o computador alterou sozinho os nomes antes dos convites serem enviados por e-mail, e cinco pessoas nada a ver com o combinado aparecem por lá, sendo que mais tarde vamos descobrir que são todos descendentes da terrível staff médica do Dr. Vannacutt. E ainda há um prêmio especial para quem conseguir passar uma noite no insólito local: um milhão de dólares. Caso alguém morra no processo, sua parte da grana será dividida entre o resto. Pois bem, acontece que a casa é a maldade pura, tranca todos os convidados ali dentro e passa a abater um a um como moscas, além, claro, de rolar algumas mentiras, chantagens e conspirações internas tanto da parte de Price, quanto de sua esposa. Fato é que A Casa da Colina tem toda uma pegada do desenho de Scooby-Doo, ou um episódio ruim de Contos da Cripta estilizado (talvez por Malone ter dirigido alguns episódios da série) e peca exatamente por seu exagero, por seu montante de dinheiro gasto, e pelo nome de dois pistolões como Silver e Zemeckis na produção, pois acredito que se o longa não tivesse um puto, como foi o caso de A Casa dos Maus Espíritos ou tantos outros filmes de terror independentes, teríamos um resultado muito melhor, explorando mesmo o terror, o suspense, o medo, as situações insólitas, e não aquela patifaria toda. Bom, depois de A Casa da Colina, que acabou faturando 40 milhões de dólares só na bilheteria doméstica, pouco mais da metade de seu custo, a Dark Castle continuou sua toada de fazer PÉSSIMOS filmes de terror, todos nessa proposta de abusar do CGI e de um orçamento maior e fazer carnavais de terror ao invés de filme decente, produzindo bombas como o remake de 13 Fantasmas (outra obra de Castle) e do mediano A Casa de Cera (outro filme originalmente com Vincent Price), e originais esquecíveis como O Navio FantasmaNa Companhia do MedoA Colheita do Mal e A Orfã.
FONTE: http://101horrormovies.com/2015/08/04/696-a-casa-da-colina-1999/

Nenhum comentário:

Postar um comentário