Direção: Mark Pavia
Roteiro: Mark Pavia, Jack O’Donnell
(baseado no conto de Stephen King)
Produção: Mitchell Galin, Richard P.
Rubinstein; Alfredo Cuomo, Jack O`Donnell (Coprodutores); Neal Marshall Stevens
(Produtor Associado); David R. Kappes (Produtor Executivo)
Elenco:Miguel Ferrer, Julie
Entwise, Dan Monahan, Michael H. Moss, John Bennes, Beverly Skinner, Rob Wilds
Voo Noturno é
uma filme menor e até pouquíssimo conhecido no rol de adaptações das obras de
Stephen King. Mas, diabos, funciona muito bem, e acho até um pouco subestimado!
Ao assistir Voo Noturno,
baseado no conto “O Piloto da Noite”, publicado na coletânea “Pesadelos e
Paisagens Noturnas – Volume 1”, você se sente completamente familiarizado com a
narrativa e personagens típicos de uma história do Mestre do Terror, e tem a
cara daquelas produções B pelas quais infelizmente seu nome ficou mais
conhecido, só que a junção de alguns elementos conseguem afastá-lo das
costumeiras bombas que envolvem King na jogada. Começa com uma história das
mais insólitas apresentando um piloto de avião que é um vampiro (!!!???). Pois
é, isso sim é algo que eu nunca tinha visto antes! Richard Dees, papel de
Miguel Ferrer, um eterno coadjuvante que aqui tem a chance de ser um
protagonista – e já havia atuado em A
Dança da Morte, também de King, e fez a voz do pai de Jack
Torrance no rádio, na versão televisiva de O
Iluminado, é um repórter de um jornal sensacionalista
chamado Inside
View, que é tipo um Notícias Populares
sem ter o que por, nem tirar (exceto talvez os ensaios da Gata do NP). As
manchetes do jornal são sobre abduções alienígenas, assassinatos brutais, bebês
demoníacos, e por aí vai. Seu editor, Merton Morrison (Dan Monahan) lhe oferece
uma pauta onde deve investigar uma série de bizarros assassinatos, cometidos
por um serial killer apelidado
de “O Piloto da Noite”, que viaja em seu avião particular e tem assombrado
pequenos aeroportos no interior dos EUA. O mais engraçado é que ninguém nunca
consegue apanhá-lo, e todas as vítimas parecem mesmerizadas pela figura. Isso
sem contar que o sacana aproveita de seus poderes vampíricos de hipnose para
obriga-los a lavar seu avião, antes de virar o jantar. É mole? Dees
originalmente recusa a matéria, mas uma chantagem editorial, oferecendo-lhe uma
capa, faz com que o sujeito acabe mudando de ideia. Mas ele anda no limite do
estresse, pois devido a sua profissão, é testemunha ocular de todo tipo de
violência, bizarrice e anormalidade humana. Além disso, ele acaba entrando em
conflito com uma “foca” contratada pelo jornal, a jovem Katherine Blair (Julie
Entwise), que originalmente ficaria com a matéria, escorraçando-a. O próprio
editor acaba colocando os dois em rota de encontro ao instigar a nova repórter
a também ir atrás da história e conquistar seu espaço. Após algumas fotos,
entrevistas com testemunhas onde vai coletando informações das mais surreais
sobre os assassinatos, e recebendo constantes ameaças do assassino, que
descobre se chamar Dwight Renfield (homenagens à Drácula,
livro e filme da Universal: Dwight Frey é o nome do ator que interpretou
Renfield no clássico de 1931), Dees acaba trabalhando em conjunto com Blair, só
para mostrar de vez que é um escroto e deixa-la para trás ao descobrir uma
pista quente do próximo aeroporto onde o vilão estará e ficar com os louros da
reportagem só para ele. O que o filme enche de linguiça e vai se tornando
completamente dispensável, pronto para entrar naquela seara de filmes
desnecessários, que não são bons, mas também não são ruins, tipo A
Maldição, o terceiro ato é uma verdadeira menina dos olhos
para o fã do horror com um gore fest de
tirar o chapéu. Dees encontra dezenas de corpos mutilados e violentamente
dilacerados no pequeno aeroporto, confronta então a criatura, que possui um
visual vampiresco nada convencional, e acaba se dando MUITO mal, sempre
instigado por sua mórbida curiosidade de anos de profissão nefasta e
exploratória. Uma alucinação assustadora envolvendo zumbis/ vampiros, com toda
uma pegada gótica quase baviana (dada suas devidas proporções) e mais
derramamento desenfreado de sangue levam para o ápice que é seu final, com um
destino dos mais trágicos para Dees e uma crítica velada da forma como a
imprensa manipula a verdade em busca do sensacionalismo para aumentar suas vendas,
audiência, cliques e por aí vai. Esse momento “banho de sangue” foi cortesia de
gente que manja do riscado: a KNB Effects Group, a companhia de efeitos
especiais de Robert Kurtzman, Greg Nicotero e Howard Berger, hoje o maior nome
do FX do cinema de horror. O diretor estreante, Mike Pavia, também consegue
entregar um filme redondo, principalmente tendo em vista que ele tinha apenas
30 dias para completar as filmagens, um orçamento de um milhão de dólares, e
nunca dirigido nenhum longa metragem anteriormente, tendo sido escolhido a dedo
pelo próprio Stephen King, que gostara de seu curta de zumbis de 35 minutos,Drag, que você consegue ver aqui. E ele ainda entregou o filme um dia antes.
Deve ter ganhado a plaquinha de “funcionário do mês”, apesar de não ter
dirigido absolutamente mais nada depois. Voo Noturno está anos luz dos clássicos como O
Iluminado, Carrie
– A Estranha, Louca
Obsessão, Cemitério
Maldito e tantos outros. Porém faz um voo cruzeiro,
sem turbulências, mas também sem manobras ousadas, durante seus 94 minutos de
duração, e aterrissa em uma longa distancia de outras grandes porcarias
baseadas nos livros do mais famoso escritor do Maine. Que parágrafo infame que
ficou isso aqui…
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/07/15/686-voo-noturno-1997/
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