Direção: Robert Rodriguez
Roteiro: Kevin Williamson; David
Wetcher, Bruce Kimmel (história)
Produção: Elizabeth Avellan, Robert
Rodriguez (não creditado); Tamara Smith-Zimmerman (Produtora Associada); Bob Weinstein,
Harvey Weinstein (Produtores Executivos)
Elenco: Jordana Brewster,
Clea DuVall, Laura Harris, Josh Hartnet, Shawn Hatosy, Salma Hayek, Famke
Janssen, Piper Laurie, Elijah Wood, Robert Patrick
Eu
gostava TANTO de Prova
Final quando era um moleque. Lembro de ter
assistido em VHS e ter simplesmente adorado o filme de Robert Rodriguez. Mas há
sentimentos que não duram com o tempo, não é? Prova Final é um filme
de adolescente e exigir o mesmo tratamento a ele quando se tem mais de trinta,
é impossível. E só revendo-o depois de tanto tempo que eu vejo que ele parece
ter sido feito sob medida para aquele final dos anos 90, mais um investimento
dos irmãos Bob e Harvey Weinstein, mais um roteiro escrito por Kevin
Williamson, o sujeito que escreveu Pânico e Eu
Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, mas uma trama se
passando num high
school cheio dos estereótipos com
seus mais de vinte anos e tudo mais. Mas há aí algumas sacadas que tornam o
filme mais interessante para os mais velhos como eu, e a principal é que na
verdade ele é uma grande homenagem de Rodriguez e Williamson ao cinema de
ficção científica, que hoje se vê muito mais claramente do que quando se tem 17
anos e está interessado no fato dos professores terem sido tomados por
alienígenas (afinal, me diga se você NUNCA achou que algum dos seus professores
esquisitos era de outro planeta) e dos conflitos adolescentes entre os
populares e os rejeitados da escola. A batelada de filmes e livros de sci-fi citados, homenageados, plagiados,
inspirados e por aí vai é altíssima. Vai de ET – O Extraterrestre,
a Vampiros
de Almas (obviamente a maior influência – tirando o
discurso da alegoria comunista que não se encaixa mais), passando por Homens
de Preto,Arquivo X e até Independence Day.
Spielberg, Lucas, Sonnenfeld são tidos como alienígenas em uma elucubração das
teorias da conspiração que aqueles jovens tentam confabular, e que todos os
filmes estão aí para preparar o terreno para uma invasão, fazendo a massa
acreditar que tudo não passa de ficção. Boa! Isso é BEM legal em Prova
Final. Porque de resto são aqueles xóvens de
arquétipos manjados (porém propositais, acredito eu) e com um finalzinho
realmente dos mais ridículos, com o personagem nerdficando com a gata do colégio, o
traficantezinho desajustado virando herói e bom moço, a lésbica que não fazia
amigos e se dizia homossexual para afastar as pessoas ficando com o principal
jogador do time, que abandona os esportes para se concentrar nos estudos. É
tipo como se o Clube dos Cinco tivessem que lidar com alienígenas. Alienígenas
esses que chegam ao nosso planeta na forma de um parasita que se instala pela
orelha das pessoas, começando pelo treinador linha dura do time, Joe Willis
(Robert “T1000”Patrick), passando pela diretora, Valerie Drake (Bebe Nuwirth),
o professor de ciências Edward Furlong (Jon Stewart), a professora de inglês
Elizabeth Burke (Fanke “Jean Grey” Janssen) e a enfermeira, Rosa Harper (Salma
“Satanico Pandemonium” Hayek – ei, é um filme do Robert Rodriguez, né?), que
precisaram beber muita água para evitar uma rápida desidratação. Entre os
alunos que farão parte da resistência e descobrirão os maléficos planos de dominação
de uma cidade toda estão o geek que sofre bullying, Casey Connor (Elijah “Frodo Bolseiro” Woods) a editora bitchdo jornal do colégio e cheerleader Delilah Prfitt (a filha de brasileira,
Jordana “Mia Toretto” Brewster), a tal lésbica-não-lésbica sem amigos vidrada
em ficção científica, Stokely Mitchell (Clea DuVall), o brilhante porém
dealerzinho e desajustado Zeke Tyler (Josh “Ethan Chandler” Hartnet), o capitão
do time de futebol com problemas existenciais, Stan Rosado (Shawn Hatosy) e a
recém-chegada de Atlanta, Marybeth Louise Hutchinson (Laura Harris), que se
sente deslocada, uma estrangeira, uma hã, alienígena na nova escola (viu o que
fiz aqui?). Mas com certeza o ponto mais excêntrico de Prova Final é
como os alienígenas passam a ser derrotados. Com drogas! É isso mesmo. Zeke
criou um novo tipo de alucinógeno que vem dentro do tubo de uma caneta Bic que
você aspira e fica doidão. É uma droga que desidrata rapidamente o organismo e
por isso, letal para os extraterrestres. Há uma cena, óbvia homenagem a O
Enigma de Outro Mundo
de John Carpenter, onde envoltos na paranoia de
quem ali é um terráqueo de verdade e quem é um impostor, devem fazer um teste e
nisso consiste cheirar o bagulho. Vejam só se em alguma esfera da sociedade
civil desse Século XXI ditado pelos acontecimentos do pós 11 de setembro, algum
filme colocaria adolescentes descaradamente usando dorgas para sobreviver e
essa seria a arma contra os invasores espaciais? E adivinha quem assina os
efeitos especiais das criaturas do filme? Se você disse Robert Kurtzman, Greg
Nicotero e Howard Berger, ganhou um picolé de limão (hipotético, é claro).
Afinal os bros da KNB EFX Group dominavam o cinema de
terror naqueles finais de anos 90, e ainda são até hoje os melhores no que
fazem. Mas o CGI também está datado. Só para constar. Prova Final é
um filme para aquela pegadinha adolescente do final dos anos 90, que se você a
viveu como eu, e curtiu o filme, vale pelo saudosismo e por todas as
referências/ homenagens ao sci-fi.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/07/23/691-prova-final-1998/
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