Direção: Giulio
Berruti
Roteiro: Giulio
Berruti, Alberto Tarallo
Produção: Enzo
Gallo
Elenco: Anita
Ekberg, Paola Morra, Alida Valli, Massimo Serato, Daniele Dublino, Joe
Dallessandro
A Freira
Assassina de Giulio Berruti é mais um daqueles casos que graças
ao DPP (Director of Public Prossecutions) britânico e a excelentíssima Sra.
Mary Whitehouse e sua lista de nasty videos, ganhou uma notoriedade muito
maior que merece. Mas assim, muuuuuuuito maior. Lançado no final dos anos 70,
quando uma série de derivados do cinema exploitation brotavam a torto
e a direito (neste caso aqui onunsploitation, subgênero que trazia as
peripécias religiosas e sexuais das freiras), a fita surfou nessa marola e
chamou a atenção dos famigerados censores britânicos que baniram a sua exibição
nos cinemas da Terra da Rainha quando em seu lançamento em 1983, e só poder ser
lançado na versão uncut em pasmem, 2006, já em DVD. Pronto. Estar
nessa lista era o suficiente para que uma caralhada de bagaceiras, de filmes
ruins à beça, ganhassem uma ótima propaganda e virar objeto de culto, mesmo não
sendo para tanto. É o caso de A Freira Assassina, baita filme safado,
pessimamente dirigido, com atuações canhestras, passa longe de ser um dos mais
chocantes do nunsploitation (é filme colegial perto de Satanico
Pandemonium ou Alucarda) e econômico até demais tantos
nas cenas de nudez quanto de sacanagem, tirando a personagem Irmã Mathieu,
interpretada por Paola Morra, que vire e mexe está ali pelada com seus seios
fartos (só não tão fartos quanto o seu matagal púbico estilo Claudio Ohana). E
outra, enquanto a maioria dos filmes anteriores do nunsploitation se
passava na Idade Média, durante um período realmente barra pesada para as
mulheres, e as pobres freirinhas lutavam bravamente pela manutenção de sua fé e
não cair nas tentações do Satanás, aqui a trama é ambientada nos anos 70 e não
há a menor pretensão em fazer nenhum tipo de comentário social ou levantar
nenhum questionamento sobre o papel da mulher religiosa na Igreja ou mesmo na
sociedade. A tal “freira assassina” do título, a irmã Gertrude (vivida pela
musa sueca Anita Ekberg), tem suas tendências homicidas por conta de um
problema patológico / neurológico. O Coisa-Ruim sequer leva a culpa dessa vez.
Explico: enfermeira chefe de um sanatório, Irmã Getrude foi diagnosticada com
um tumor cerebral e sofreu uma operação, bem sucedida, diga-se de passagem.
Acontece que ela começa a surtar e sofrer de hipocondria, achando que está
terrivelmente doente, mesmo que os exames provem o contrário e entra em um
espiral de loucura, viciando-se em morfina, abusando dos pacientes, quebrando o
celibato com relações sexuais com estranhos que pega em bares, relações sexuais
lésbicas com a Irmã Mathieu que é perdidamente apaixonada por ela e até a ajuda
a encobrir seus “crimes”, e praticar assassinato doloso ou culposo dentro do
hospício (como uma velha de coração fraco que morreu após ser humilhada durante
um jantar). Em seus surtos de extrema maldada, Gertrude ainda faz jogo de
interesse para demitir o atual médico responsável pela instutuição
psiquiátrica, o Dr. Poirret (Massimo Serato), fazendo fofoca dele com o diretor
do local, o que vai levar a contratação do jovem Dr. Patrick Roland,
interpretado por Joe Dallessandro (famoso por seus papeis emCarne Para
Frankenstein e Sangue Para
Drácula), e a partir daí, instala seu “reino de terror” contra os
pacientes. Estranhas mortes se seguem como de um paciente agredido na cabeça
que é jogado janela abaixo para forjar suicídio, outro sufocado com algodão e
mais uma médica torturada e enforcada. Só que todas essas mortes não mostram a,
digamos, identidade do asssassino. Apenas mãos envoltas em luvas brancas, como
um toscogiallo ao contrário, já que estamos na Itália, e no final, as
suspeitas do Dr. Roland e da Madre Superiora recaem sobre Gertrude, mas aí vem
uma daquelas famosas reviravoltas spaghetti para descobrirmos se a
freira é mesmo a responsável pelos crimes odiosos ou alguém tentando
incriminá-la. Pura bobagem. E quando você pensa que vai rolar algumas cenas
picantes, para salvar o filme, eis que a direção preguiçosa de Berruti não consegue
nem excitar um adolescente, com relações sexuais filmadas a distância e sem o
menor tesão (principalmente quando as duas irmãs resolvem colocar a aranha para
brigar ou quando Gertrude transa com um desconhecido que conheceu no bar e
ambos não chegam nem a tirar a roupa), e nudez sempre contida (exceto da bela
Paola Morra). Sem contar que as cenas de violência são tão mal executadas e
nada impressionantes quanto. Ou seja, A Freira Assassina é uma
porcaria, que gerou certa polêmica com um tema religioso, e que o DPP conseguiu
superestimar. Vale ver por estar inserido no contexto do nunsploitation.
Ou não.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/03/20/394-a-freira-assassina-1979/
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