Direção: John Carpenter
Roteiro: Don Jakoby (baseado no
livro de John Steakley)
Produção: Sandy
King; Don Jakoby (Coprodutor); Barr B. Potter (Produtor Executivo)
Elenco:James
Woods, Daniel Baldwin, Sheryl Lee, Thomas Ian Griffith, Maximilian Schell, Tim
Guinee
Gosto
PACAS de Vampiros
de John Carpenter. Primeiro porque o vi no cinema. Segundo porque é
de John Carpenter. Terceiro por conta da canastrice de James Woods. Quarto por
conta do seu visual faroeste. Quinto por sua trilha sonora brega, que é de John
Carpenter. Sexto porque parece uma história retirada de uma aventura de
Vampiro: A Máscara. Já são motivos de sobra para gostar do longa, não é? Tem
filmes por aí, que ás vezes são até mais valorizados que Vampiros –
o último bom filme de Carpenter – que não juntam seis bons motivos para se
apreciá-lo. E apesar de ser um gritante filme B, que infelizmente não recebeu o
devido respeito de crítica e público, o dedo do mestre pesa com força, tanto em
sua narrativa, como nos belos planos do deserto do Novo México com sua forte
influência do western
spaghetti, como na dinâmica picareta
de todos os atores envolvidos (algo que Carpenter sabe fazer com primor e está
aí Kurt Russel que não me deixa mentir) e no festival de gore sem parcimônia. Se há uma coisa em que
Carpenter peca, e que não é em detrimento do baixo orçamento e na sensação de
filma acabado de forma rápida demais (para você ter ideia, logo depois
que a produção começou o estúdio cortou 2/3 da verba!) é o tamanho da
misoginia com M maiúsculo de seus personagens macho-mans, que hoje causaria estardalhaço e comoção
exacerbada. Mas que não se limite a isso, pois o dedo que o diretor mais enfia
no vespeiro é da Igreja Católica, descontruindo todo o mito do vampiro,
colocando a criação desse ser das trevas na conta dos apostólicos-romanos e sua
execrável inquisição. Pois bem, Woods é Jack Crow, o líder de um bando de
caçadores de vampiros que faz parte de uma facção secreta comandada e
financiada pela Igreja Católica, que vive por aí adentrando no covil das
criaturas de presas e exterminando-as uma a uma, em busca do mestre
vampiro-mor. Após uma operação aparentemente bem sucedida (apesar de não
encontrarem o tal mestre) o grupo tem uma noite de diversão, bebidas e
prostitutas num motel de beira de estrada em Monterrey, quando são atacados e
dizimados pelo mestre, vestido com seu sobretudo preto, longos cabelos negros e
pele cor de cera, mais clichê impossível, apesar de tentar ignorar
completamente o visual aristocrático e gótico do monstro. Apenas Crow e seu
parceiro, Montoya (Daniel Baldwin, um dos inúmeros irmãos Baldwin) sobrevivem,
junto da prostituta Katrina (Sheryl Lee), que fora mordida pelo mestre e por
isso é levada junto deles, para funcionar como um elo telepático com seu
criador, antes de se transformar definitivamente em vampira (e toma muita
porrada até isso acontecer). Crow resolve indagar o Cardeal Alba (o veterano
Maximilian Schell) e descobre que o outro grupo de caçadores de vampiros,
baseado na Europa, também fora exterminado pelo mesmo sujeito, um tal de Jan
Valek (Thomas Ian Griffith), ex-padre que fora tido como possuído pelo demônio
e queimado na fogueira. Mas voltou, caminhando
apenas a noite e alimentando-se de sangue. O padre Guiteau (Tim Guinne) passa a
integrar o grupo e no final das contas, acaba dando com a língua nos dentes e
contando a verdade a Crow, que o vampiro na verdade foi vítima de um ritual de
exorcismo proibido que deu errado, a acabou por transformá-lo em um vampiro, o
primeiro de todos, sendo que agora ele está em busca da Cruz de Berzies, um
artefato centenário que daria a capacidade de andar à luz do dia a Valek. Poxa,
a trama, baseada vagamente no livro Vampire$ de John Steakley, que teve o
primeiro tratamento escrito por Don Jakoby (o mesmo roteirista de Força
Sinistra e Invasores
de Marte de Tobe Hooper eAracnofobia) é
muito bacana, ainda mais em sua reviravolta quando mostra que naquela velha
história do maniqueísmo da luta entre o bem e o mal sempre há um traidor e os
desejos da Igreja, para variar, são mais escusas do que parecem. E como falei
lá em cima, todo esse clima de caçadores de vampiros, conspirações, Igreja,
busca por uma relíquia mágica e tudo mais é MUITO uma aventura do RPG,
Vampiros: A Máscara. Tenho certeza que deve ter inspirado histórias de vários
mestres por aí. Juntem-se a isso os efeitos especiais, que vão do orgulho à
vergonha em cenas distintas (como Valek partindo um cara em dois ou a tosquice
quando os vampiros são arrastados ao sol e pegam fogo como se estivessem com
sinalizadores nas roupas) criados pela KNB (preciso repetir que é a empresa do
Kurtzberg, Nicotero e Berger? Porque já são tantos e tantos filmes na sequência
que escrevo por aqui onde eles foram responsáveis pelos FX…), aquele clima
árido mezzo
western e mezzo road
movie e James ‘Fuckin’ Woods e
pronto, você tem um filme imperdível sobre vampiros! Okay, Vampiros de John
Carpenter pode não figurar entre os maiores clássicos do subgênero dos
sugadores de sangue e nem ser o mais genial do mestre, mas ainda assim
encontrou sua Cruz de Berzies e definitivamente tem seu lugar ao sol (que
infame…) na mitologia cinematográfica das criaturas das trevas.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/07/28/693-vampiros-de-john-carpenter-1998/
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