Direção: Jamie Blanks
Roteiro: Silvio Horta
Produção: Gina Matthews, Michael
McDonnell, Neal H. Moritz; Brian Leslie Parker (Produtor Associado); Brad Luff
(Produtor Executivo
Elenco:
Jared
Leto, Alicia Witt, Rebecca Gayheart, Michael Rosenbaum, Loretta Devine, Joshua
Jackson, Tara Reid, John Neville, Robert Englund
A
teoria da história cíclica, defendida por muitos historiadores, filósofos e
pensadores é altamente encaixável no cinema de terror. Veja bem, nos anos 80,
tivemos o boom dos filmes slasher. Assassinos mascarados de tudo quanto é
jeito começaram a perseguir suas vítimas adolescentes em filmes que pareciam
cópia carbono um dos outros, isso sem contar as infindáveis cineséries,
tipo Sexta-Feira
13, A
Hora do Pesadelo e Halloween,
gerando tubos de dinheiro e arrastando uma grande quantidade de público aos
cinemas. A parada degringolou, o gênero se estagnou, o subgênero praticamente
desapareceu e na metade para o final dos anos 90, Wes Craven e seu Pânico fizeram
os slasher
movies ressurgirem, agora em uma
versão que batizei de 2.0, e eis que a história se repetiu, com a mesma fórmula
novamente copiada a exaustão até encher o saco dos espectadores. Lenda Urbana é
mais uma dessas crias bastardas de Pânico,
que veio na leva de Eu
Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado, O Dia do Terror e todos esses
filmes feitos sob encomenda para arrancar alguns tostões da molecada que ia ao
cinema. E eu fui um desses que teve seus tostões gastos na bilheteria do
Cinemark para ver essa porcaria. Eu lembro de um sentimento de raiva
indescritível ao sair da sessão após os créditos subirem na tela. Primeiro
porque havia detestado aquele filme, gato escaldado que já era no cinema de
terror, e segundo porque eu e meu melhor amigo fomos juntos com duas garotas
para um possível double
date, e acabei não pegando ninguém
naquela tarde de sábado. Nunca mais havia assistido Lenda Urbana novamente depois
daquele dia. Minha principal recordação era a quantidade bisonha de furos no
roteiro que provariam facilmente (isso né, se as leis da física se aplicam de
verdade) que seria impossível ser aquele o assassino revelado no final, em
um plot twist dos
mais sem vergonha. Lá fui então assisti-lo novamente, depois de 17 anos e
continuo com a mesma indignação sobre a identidade do psicopata que mata a
galera baseado nas famosas lendas urbanas, mas teve um detalhe que eu achei
mais interessante que os outros slasher movies 2.0 da mesma safra. Esse daqui pelo
menos tem uma quantidade um pouco maior que sangue que o de costume e umas
mortes um pouco mais elaboradas que a “facada padrão”. Mas não basta. Sangue
por sangue é só assistir um giallo italiano ou um splatter do Fulci que você o terá aos borbotões. Fato é que uma série de
assassinatos passa a ocorrer no campus de uma universidade (UFA, pelo menos
aqui não temos aqueles marmanjos de 20 e poucos anos fingindo ser adolescentes
em um high school), e as
mortes, como disse no parágrafo anterior, inspirado nas lendas urbanas. O cara
com um machado escondido no banco de trás, a babá que rastreia a ligação e vem
do andar de cima da casa, o namorado da menina enforcado arrastando os pés no
teto do carro, e por aí vai. Aliás na própria universidade rola a história de
um tal massacre durante uma festa de fraternidade que tornara-se uma… lenda
urbana. Natalie Simon (Alice Witt) é a mocinha da vez e junto do repórter do
jornal da universidade, Paul Gardener (um Jared Leto moleque de tudo) começa a
investigar as mortes, cometidas por alguém que usa um casaco de esquimó,
detalhe. Aquelas velhas suspeitas que levarão para algumas reviravoltas pífias
apontam para vários possíveis assassinos, como, por exemplo, o professor de
folclore, que dá aulas sobre… lendas urbanas, e é vivido por Robert Englund,
nosso eterno Titio Freddy.
AVISO
DE SPOILER. Pule
os próximos parágrafos ou leia por sua conta e risco se realmente tiver algum
problema em saber como essa bomba termina.
No
decorrer da trama descobrimos que Natalie era amiga do colégio da primeira
vítima do longa, e as duas haviam causado um acidente que matara um sujeito,
por conta de uma brincadeira de uma lenda urbana que um carro fica perseguindo
o outro com farol alto para avisar que tinha um assassino dentro do automóvel.
Acontece que esse maluco aí era noivo de Brenda Bates (Rebecca Gayheart),
melhor amiga de Natalie, que na verdade durante TODO ESSE TEMPO esperou para
colocar sua vingança em prática e começar a matar um monte de gente aleatória
próximo da festa que “comemora” o tal massacre ocorrido no campus. Okay, ao
invés de assassinar logo a “amiga”, não. Fica fazendo essa patifaria de lenda
urbana e ainda dá tempo de prendê-la e contar todo seu plano e suas motivações,
ao melhor estilo vilão do James Bond, julgando a inteligência do espectador
mais rasa que um pires. Fora isso, seria física, humanamente impossível uma
garota franzina como a Brenda realizar aqueles assassinatos, principalmente de
subjugar um jovem forte, pendurá-lo em uma árvore e enforca-lo, como acontece
com o personagem de Joshua Jackson. Isso sem contar a estranha capacidade de se
locomover na velocidade do Flash ou se teleportar como o Noturno, ser alvejada,
cair de uma janela e conseguir ainda aparecer na porra do banco de trás do
carro em que Natalie e Paul estão fugindo, com um machado. Ah detalhe, ela ainda
é jogada de uma ponte, mas na última cena, aparece junto de uma nova turma de
universitários, uma vez que sua própria onda de assassinatos tornou-se uma
lenda urbana.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/07/21/689-lenda-urbana-1998/
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