Direção:
Russel Mulcahy
Roteiro: Brad Mirman
Produção: Howard Baldwin, Patrick D. Cheh,
Christopher Lambert, Nile Niami; Karen Elise Baldwin, Jack Gilardi Jr.
(Coprodutores); Richard M. Cohen, Paul Pompian (Produtores Executivos)
Elenco: Christopher Lambert, Leland Orser,
Robert Joy, Barbara Tyson, Rick Fox, David Cronenberg
Se você
quiser resumir Ressurreição – Retalhos de um
Crime de forma tacanha, é só taxa-lo como uma cópia
de Seven – Os Sete Crimes Capitais.
Afinal temos aqui uma dupla de detetives da polícia de uma Chicago que chove a
todo instante, perseguindo um serial
killer com motivações religiosas, mortes violentas e toda uma
atmosfera e fotografia soturna. Mas se você abrir sua cabeça e deixar as
semelhanças com Seven de
lado, vai perceber que o filme dirigida pelo australiano Russel Mulcahy e
protagonizada pela canastra-mor, Christopher Lambert, é um baita suspense, com
um roteiro inteligentíssimo, cenas verdadeiramente pesadas e chocantes, e que
não deixa nada a dever a sua tal fonte inspiradora. Sempre achei fantástico o
enredo de Ressurreição, com
um toque de morbidez altíssimo. Afinal estamos falando de um psicopata que é
descendente de Judas e quer reconstruir o corpo de Cristo até o domingo de
Páscoa, e para isso utiliza pedaços de cadáveres de suas vítimas assassinadas
brutalmente para montar o seu “Frankenstein religioso”.Macabro não é? E não
para por aí. O assassino é extremamente meticuloso ao escolher o padrão de suas
vítimas e executar seu modus
operandi (leia-se, tem muitos parafusos a menos): todas as vítimas,
as quais ele leva um souvenir (braços,
pernas, tronco, cabeça…) tem nomes dos apóstolos, Pedro, Matheus, Thiago, todos
eles têm a mesma profissão dos seus pares bíblicos e 33 anos, idade que Cristo
foi crucificado. Genial! Em contraponto ao excelente roteiro, que nos brinda
com cenas de investigação inteligentes e momentos bem desagradáveis de se ver,
como as cenas com os cadáveres mutilados e o tal “corpo de Cristo”
reconstruído, temos aí alguns problemas que interferem que a fita alcance o
verdadeiro status que ela merece que é a direção ineficaz de Mulcahy,
principalmente quando ele parece ter descoberto um novo efeito ótico (e tosco)
de distorção de câmera e utiliza-o em várias cenas, a péssima atuação de
Lambert (que como diz a máxima de Highlander, “só
pode haver um”, e ele deveria ter feito somente esse filme na carreira) como o
detetive John Prudhomme, e a tentativa forçada daquele velho joguinho do
sistema de parceiro dos detetives, com o herói sendo o carrancudo e seu
parceiro, o alívio cômico gente boa piadista, Andrew Hollinsworth, vivido por
Leland Orser. Outro ponto que foge à curva em Ressurreição é
o drama pessoal vivido por Prudhomme, que perdera o filho atropelado, e não
serve para carregar o personagem de peso, uma vez né, que Lambert é um ator
horrível, e poderia muito bem ter sido descartado. Pelo menos, essa passagem
serve para que o detetive afaste-se de sua fé, e isso o colocará bem em rota de
colisão com um assassino religioso extremista, e uma ponta do diretor David
Cronenberg como um padre, amigo da família. Mas no frigir do ovos, Ressurreição – Retalhos de um Crime é um ótimo
thriller, e bastante subestimado, que se pode torcer o nariz a princípio por conta
de suas inevitáveis comparações com Seven, mas
que não deveria sofrer desse estigma pura e simplesmente por birra, e deve ser
assistido de coração aberto, pois certamente, pelo menos para mim, está naquela
fatídica lista dos melhores longas sobre serial killers.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/08/13/702-ressurreicao-retalhos-de-um-crime-1999/
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