Direção: Umberto
Lenzi
Produção: Mino
Loy e Luciano Martino (não creditados), Antonio Crescenzi (Produtor Executivo)
Roteiro: Umberto Lenzi
Elenco: John Morghen, Lorraine de Selle, Bryan Redford, Zora
Kerowa, Walter Lloyd, Robert Kerman
Dentre o ciclo
canibal italiano, Cannibal Ferox é uma das produções mais famosas. Pegando
carona no sucesso de Cannibal Holocaust de
Ruggero Deodato lançado no ano anterior, o diretor Umberto Lenzi, nos apresenta
mais do mesmo no quesito “pessoas perdidas na selva e sendo prato principal de
índios canibais”, como é de se esperar. Lenzi é o pai do gênero, o primeiro
italiano que resolveu explorar o canibalismo nas telas, em seu filme
inaugural desse Mundo Canibalem 1972. De
lá para cá, essa fórmula foi repetida a exaustão (até a Emanuelle tem sua
versão canibalesca no infame Emanuelle e
os Últimos Canibais do picareta Joe D’Amato), atingindo seu
auge em Cannibal Holocaust, o tal mais controverso filme já feito,
e hors concours do exploitation. Mas essa sua última incursão no
gênero (um ano depois de ter lançado o também polêmico e famoso Os Vivos
Serão Devorados) não é lá grande coisa. Na verdade, se pararmos para
analisar friamente, Cannibal Ferox é quase um rascunho do
irmão Holocaust. Vejam só: os dois se passam na selva amazônica, os dois
tem como pano de fundo índios que vivem isolados da civilização e praticam a
antropofagia, os dois tem a presença do homem branco sendo um grandessíssimo
babaca e aloprando a tribo para que eles depois se revoltem, o ator Robert
Kerman atua nas duas produções (em Holocaust ele é o Prof. Monroe e
em Ferox é um detetive de Nova York) e os dois tem cenas de
crueldades com animais (incluindo bichos se atacando como se fosse um
programa do Animal Planet, com uma sucuri gigante atacando um pobre quati
indefeso que fica guinchando ao ser triturado, uma onça devorando um macaco e
uma iguana trucidando uma cobra) e até outra cena com uma tartaruga gigante.
Sério, não sei o que esses pobres répteis fizeram aos cineastas italianos para
mereceram tão trágico destino em todos esses filmes. Inclusive um dos
atores do longa, Giovanni Lombardo Radice, era veemente contra matar os
animais, e Lenzi tentou convence-lo dizendo que “De Niro faria isso”, e o
compatriota respondeu: ˜De Niro chutaria seu rabo daqui até Roma”. SENSACIONAL!
VIREI FÃ DESSE CARA! Na trama, a
antropóloga Gloria Davis (Lorraine De Selle) parte para o Paraguai afim de
comprar muamba para completar sua tese de doutorado, que consiste em derrubar o
mito dos canibais, e que não existe essa coisa de homem comendo homem, não!
Isso é apenas um subterfúgio que os conquistadores espanhois utilizaram para
dizimar raças inteiras de indígenas. Junto com seu irmão Rudy (Danilo Mattei) e
a libidinosa Pat Johnson (Zora Kerova), eles se embrenham na mata em busca de
uma tribo perdida que mora próxima ao rio Manioca. No caminho eles encontram
Mike Logan (Radice), um traficante nova-iorquino que deu um pelé em dois
bandidos barra pesada e fugiu para não ser assassinado. Por que a floresta?
Junto com seu comparsa Joe Costolani, ele quer encontrar esmeraldas e se tornar
rico. Logan é um bastardo viciado em cocaína, que cheira mais que aspirador de
pó, e em um momento de raiva e de noia, ele culpa os indígenas por não
encontrar pedra nenhuma, e aproveitando que os mais novos haviam saído para
pescar, ele toca o terror na tribo e tortura um dos pobres coitados, seu antigo
guia, inclusive castrando-o. Não demora para que os demais índios retornem e
resolvam retribuir na mesma moeda, colocando Glora, Rudy e Pat, que não tinham
nada a ver com o pato, no mesmo patamar de “homem branco mau”. Aí meu amigo, se
prepare que vai começar a vingança regada a requintes de crueldade e muito
sangue, justificando porque nos EUA ele ganhou o infame título de Make
Them Die Slowly. Logan tem seu pênis decepado como havia feito com outro índio,
prontamente comido pelo próprio canibal que o cortou fora. Assim, cru, de bate
e pronto, sem nenhum temperinho e nem nada. Além disso ele tem o cocuruto
arrancado com uma facada certeira e os índios se servem de seu cérebro como
aperitivo. Outra que sofre horrores é Pat, que fica durante um dia inteiro
pendurada em ganchos enfiados em seus seios. No final das contas, a única que
consegue sair com vida desse pesadelo é Gloria, que termina o filme agraciada
com seu título de PhD, porém desmistificando o canibalismo, encobrindo os
verdadeiros fatos horrendos que se passaram na selva.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/04/28/423-cannibal-ferox-1981/
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