Direção: Steve Miner
Roteiro: Robert Zappia, Matt
Greenberg
Produção: Paul Freeman; Malek
Akkad (Produtor Associado); Bob Weinstein, Harvey Wenstein, Kevin Williamson
(Coprodutores Executivos); Moustapha Akkad (Produtor Executivo)
Elenco: Jamie Lee Curtis,
Adam Arkin, Michelle Williams, Adam Hann-Byrd, Lodi Lyn O’Keefe, Janet Leigh,
Josh Hartnet, LL Cool J, Joseph Gordon-Levitt
Lá nos
idos de 1978, John Carpenter lançava seu seminal Halloween
– A Noite do Terror, onde introduziu no cânone do cinema de terror
o serial
killer Michael Myers e ditaria as
regras dos slasher movies dali
para frente. Do começo dos anos 80 até meados dos anos 90, o subgênero de
assassinos perseguindo adolescentes invadiu as salas de cinema, franquias foram
estabelecidas e histórias recauchutadas à exaustão, até a perda completa de interesse
de público. Foi somente em 1996 que Wes Craven, que já havia criado a
cinesérie A Hora do Pesadelo e
concebido Freddy Krueger, um dos “filhos” de Myers, que os slashers ressurgiram e uma nova leva de filmes
foi produzida, dessa vez muito mais asséptica, com tramas até mais envoltas em
suspense e investigações particulares dos adolescentes em questão, em
detrimento do banho de sangue, alta contagem de cadáveres e nudez de seus
antecessores. Com o subgênero rendendo grana fácil aos seus produtores,
Moustapha Akkad e os irmãos Weisntein resolveram que era hora de trazer Michael
Myers de volta à ativa e celebrar os 20 anos de lançamento do original. Assim
surgiu Halloween
H20 – Vinte Anos Depois, que tem três brutais pontos de
superioridade com relação a todos os seus irmãos slasher 2.0 da época. O primeiro é Michael Myers, que dispensa
apresentações e é querido por 11 a cada 10 fãs do horror. O segundo é a volta
de Jamie Lee Curtis, a eterna Laurie Strode, a Scream Queen original. O terceiro é que eles
resolveram simplesmente ignorar toda a pataquada de Halloween
4: O Retorno de Michael Myers para frente e suas
pavorosas duas continuações, como se nunca tivessem existido, e a trajetória de
assassinatos do psicopata na pequena cidade de Haddonfield tivesse se encerrado
em Halloween
2 – O Pesadelo Continua. Decisão acertadíssima por sinal! O roteiro
original escrito por Robert Zappia passou por um tratamento não creditado
adivinha por quem? Kevin Williamson, o cara que escreveu Pânico, Pânico 2 a Eu
Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado e estava na crista
da onda no momento. Apesar de sua versão não ter sido usada por inteiro (tanto
que ele foi creditado apenas como Coprodutor Executivo), fica claro ali a mão
de Williamson em ajudar a rejuvenescer a franquia Halloween e aproximá-la de um
novo público, acostumado agora com o padrão criado por ele mesmo e Craven ao
meter uma faca na mão do Ghostface, dois anos antes. Para a direção, outro
veterano do gênero, Steve Miner, que dirigira Sexta-Feira
13: Parte 2 e Sexta-Feira
13 – Parte 3, ou seja, manja dos paranauê dos slasher. Isso e a volta de Curtis, quarentona revivendo a sua personagem mais
famosa, Laurie, a infeliz irmã de Myers, ajudou também a trazer de volta os
velhos fãs da franquia e os saudosistas de plantão. A receita de bolo estava
prontíssima. Resultado: 55 milhões de dólares de bilheteria nos EUA (sendo 16
milhões só no final de semana de abertura, praticamente já se pagando),
tornando-se até então a maior arrecadação da cinesérie, e depois mais 21 milhões
no mercado de home vídeo. Sucesso absoluto, certo? E olhe, H20 é um bom filme. Além de ser o
único que preste desde o longínquo ano de 1981 quando a sequência entrou em
cartaz. Presta todas as devidas homenagens ao original, diverte na medida, tem
lá suas boas doses de suspense e sangue e tudo ocorre de forma redonda,
correta, sem inventar moda, o que foi o grande pecado da quarta-parte para
frente e toda aquela baboseira de runas, maldições celtas, sociedades secretas,
manipulações genéticas e por aí vai. Não vamos entrar no mérito do enfermeiro
indestrutível aqui. A trama é simples: Laurie Strode envelheceu, mudou de nome,
tentou deixar o pesadelo que passou nas mãos de seu irmãozinho querido para
trás, mesmo sem nunca ter se recuperado inteiramente do trauma, ainda mais
quando o Dia das Bruxas se aproxima, tornou-se um alcoólatra controlada (se é
que isso existe), virou diretora de um internato e teve um filho, John, debute
de Josh Hartnet no cinema. O corpo de Myers nunca fora encontrado após o incêndio
no hospital de Haddonfield há 20 anos, e adivinha então quem vem para o
Halloween? O filho pródigo a casa torna após descobrir o paradeiro de sua mana
ao invadir a casa de uma antiga enfermeira assistente do Dr. Sam Loomis (Donald
Pleasence morrera durante as filmagens deHalloween
6 – A Última Vingança e não pode retornar aqui para reprisar o
papel) e assassinar um pivete Joseph Gordon-Levitt com um patim de hóquei
enterrado na fuça. Aliás, o legal de ver essesslashers 2.0
do final dos anos 90 é ver a cacetada de bons atores que eles revelaram. Sabe
quem faz o papel da namoradinha do Josh Hartnet? Michelle Williams, ex-Sra
Heath Ledger e quer seria indicada a três Oscars® futuramente e ganhadora
de um Globo de Ouro. Tá legal, o filme é cheio de clichês, mas qual slasher
movie não é? E é muito bom ver
Michael Myers de volta em sua melhor forma, caçando Jamie Lee Curtis, agora uma
senhora muita mais badass do
que a “adolescente” que só corria, chorava e gritava, e presta uma bela
homenagem ao trabalho imprescindível que o João Carpinteiro fez para o gênero
criando um personagem tão icônico. Halloween
H20 – Vinte Anos Depois funciona muito bem naquilo que propõe e
ponto, e enterra os pecados cometidos nos últimos três filmes da série, sem
contar o polêmico Halloween
III: A Noite das Bruxas. Pena que a falta de escrúpulos não o fez
parar por aí e depois um desastroso Halloween – Ressurreição fora lançado quatro anos depois.
Isso sem querer citar um tal de Rob Zombie…
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/07/17/688-halloween-h20-20-anos-depois-1998/
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