domingo, 4 de setembro de 2016

#688 1998 HALLOWEEN H20 20 AN0S DEPOIS (Halloween H20: 20 Years Later, EUA)


Direção: Steve Miner
Roteiro: Robert Zappia, Matt Greenberg
Produção: Paul Freeman; Malek Akkad (Produtor Associado); Bob Weinstein, Harvey Wenstein, Kevin Williamson (Coprodutores Executivos); Moustapha Akkad (Produtor Executivo)
Elenco: Jamie Lee Curtis, Adam Arkin, Michelle Williams, Adam Hann-Byrd, Lodi Lyn O’Keefe, Janet Leigh, Josh Hartnet, LL Cool J, Joseph Gordon-Levitt

Lá nos idos de 1978, John Carpenter lançava seu seminal Halloween – A Noite do Terror, onde introduziu no cânone do cinema de terror o serial killer Michael Myers e ditaria as regras dos slasher movies dali para frente. Do começo dos anos 80 até meados dos anos 90, o subgênero de assassinos perseguindo adolescentes invadiu as salas de cinema, franquias foram estabelecidas e histórias recauchutadas à exaustão, até a perda completa de interesse de público. Foi somente em 1996 que Wes Craven, que já havia criado a cinesérie A Hora do Pesadelo e concebido Freddy Krueger, um dos “filhos” de Myers, que os slashers ressurgiram e uma nova leva de filmes foi produzida, dessa vez muito mais asséptica, com tramas até mais envoltas em suspense e investigações particulares dos adolescentes em questão, em detrimento do banho de sangue, alta contagem de cadáveres e nudez de seus antecessores. Com o subgênero rendendo grana fácil aos seus produtores, Moustapha Akkad e os irmãos Weisntein resolveram que era hora de trazer Michael Myers de volta à ativa e celebrar os 20 anos de lançamento do original. Assim surgiu Halloween H20 – Vinte Anos Depois, que tem três brutais pontos de superioridade com relação a todos os seus irmãos slasher 2.0 da época. O primeiro é Michael Myers, que dispensa apresentações e é querido por 11 a cada 10 fãs do horror. O segundo é a volta de Jamie Lee Curtis, a eterna Laurie Strode, a Scream Queen original. O terceiro é que eles resolveram simplesmente ignorar toda a pataquada de Halloween 4: O Retorno de Michael Myers para frente e suas pavorosas duas continuações, como se nunca tivessem existido, e a trajetória de assassinatos do psicopata na pequena cidade de Haddonfield tivesse se encerrado em Halloween 2 – O Pesadelo Continua. Decisão acertadíssima por sinal! O roteiro original escrito por Robert Zappia passou por um tratamento não creditado adivinha por quem? Kevin Williamson, o cara que escreveu PânicoPânico 2 a Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado e estava na crista da onda no momento. Apesar de sua versão não ter sido usada por inteiro (tanto que ele foi creditado apenas como Coprodutor Executivo), fica claro ali a mão de Williamson em ajudar a rejuvenescer a franquia Halloween e aproximá-la de um novo público, acostumado agora com o padrão criado por ele mesmo e Craven ao meter uma faca na mão do Ghostface, dois anos antes. Para a direção, outro veterano do gênero, Steve Miner, que dirigira Sexta-Feira 13: Parte 2 e Sexta-Feira 13 – Parte 3, ou seja, manja dos paranauê dos slasher. Isso e a volta de Curtis, quarentona revivendo a sua personagem mais famosa, Laurie, a infeliz irmã de Myers, ajudou também a trazer de volta os velhos fãs da franquia e os saudosistas de plantão. A receita de bolo estava prontíssima. Resultado: 55 milhões de dólares de bilheteria nos EUA (sendo 16 milhões só no final de semana de abertura, praticamente já se pagando), tornando-se até então a maior arrecadação da cinesérie, e depois mais 21 milhões no mercado de home vídeo. Sucesso absoluto, certo? E olhe, H20 é um bom filme. Além de ser o único que preste desde o longínquo ano de 1981 quando a sequência entrou em cartaz. Presta todas as devidas homenagens ao original, diverte na medida, tem lá suas boas doses de suspense e sangue e tudo ocorre de forma redonda, correta, sem inventar moda, o que foi o grande pecado da quarta-parte para frente e toda aquela baboseira de runas, maldições celtas, sociedades secretas, manipulações genéticas e por aí vai. Não vamos entrar no mérito do enfermeiro indestrutível aqui. A trama é simples: Laurie Strode envelheceu, mudou de nome, tentou deixar o pesadelo que passou nas mãos de seu irmãozinho querido para trás, mesmo sem nunca ter se recuperado inteiramente do trauma, ainda mais quando o Dia das Bruxas se aproxima, tornou-se um alcoólatra controlada (se é que isso existe), virou diretora de um internato e teve um filho, John, debute de Josh Hartnet no cinema. O corpo de Myers nunca fora encontrado após o incêndio no hospital de Haddonfield há 20 anos, e adivinha então quem vem para o Halloween? O filho pródigo a casa torna após descobrir o paradeiro de sua mana ao invadir a casa de uma antiga enfermeira assistente do Dr. Sam Loomis (Donald Pleasence morrera durante as filmagens deHalloween 6 – A Última Vingança e não pode retornar aqui para reprisar o papel) e assassinar um pivete Joseph Gordon-Levitt com um patim de hóquei enterrado na fuça. Aliás, o legal de ver essesslashers 2.0 do final dos anos 90 é ver a cacetada de bons atores que eles revelaram. Sabe quem faz o papel da namoradinha do Josh Hartnet? Michelle Williams, ex-Sra Heath Ledger e quer seria indicada a três Oscars® futuramente e ganhadora de um Globo de Ouro. Tá legal, o filme é cheio de clichês, mas qual slasher movie não é? E é muito bom ver Michael Myers de volta em sua melhor forma, caçando Jamie Lee Curtis, agora uma senhora muita mais badass do que a “adolescente” que só corria, chorava e gritava, e presta uma bela homenagem ao trabalho imprescindível que o João Carpinteiro fez para o gênero criando um personagem tão icônico. Halloween H20 – Vinte Anos Depois funciona muito bem naquilo que propõe e ponto, e enterra os pecados cometidos nos últimos três filmes da série, sem contar o polêmico Halloween III: A Noite das Bruxas. Pena que a falta de escrúpulos não o fez parar por aí e depois um desastroso Halloween – Ressurreição fora lançado quatro anos depois. Isso sem querer citar um tal de Rob Zombie…
FONTE: http://101horrormovies.com/2015/07/17/688-halloween-h20-20-anos-depois-1998/

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