Direção: Alan Smithee
Roteiro: Peter Atkins
Produção: Nancy Rae Stone; Anna C.
Miller (Produtora Associada); Clive Barker, Paul Rich (Produtores Executivos)
Elenco: Bruce
Ramsay, Valentina Vargas, Doug Bradley, Charlotte Chatton, Adam Scott, Kim
Meyers, Mickey Cottrell, Courtland Mead
Existem
filmes que você assiste cinco minutos e já tem a certeza absoluta que ele não presta.
Hellraiser IV – Herança Maldita é
um desses casos. Só de inicialmente já deixar claro que uma parte do longa se
passará em uma estação espacial no futuro, já é um convite dos mais tentadores
em apertar o STOP no controle remoto, porque certamente uma bomba vem por aí. E
a quarta incursão dos cenobitas de Clive Barker no cinema não nega fogo e
cumpre o que promete logo de início! Ainda bem que pelo menos a cinesérie
Hellraiser tem o quesito gore acima
da média, então algumas mortas sado-violentas cheias de sangue satisfazem
aquele que só quer ver o vermelho escorrer, tem o Pinhead de Doug Bradley que
sempre é bem vindo com sua voz cavernosa, elucubrações sobre inferno, prazer,
carne e whatever, e somos
apresentados a uma interessantíssima introdução sobre a criação do famigerado
cubo que abre as portas para a terrível dimensão dos cenobitas. Bruce Ramsay é
Phillip L’Merchant, conhecido na França do Século XVIII como “Fabricante de
Brinquedos”, por sua habilidade em, hã, fabricar brinquedos. O nefasto Duque de
Isle (Mickey Cottrell) encomenda de Merchant o famoso cubo, e assassina uma
prostituta a esfolando toda para fazer a primeira invocação do mal daquela
infernal realidade de dor e prazer, trazendo-a a vida como Angelique (Valentina
Vargas) a futura princesa dos Cenobitas. A moça é ruim até o osso, e será
controlada por aquele que a ressuscitou. Por isso, o ajudante do Duque, Jacques
(Adam Scott) assassina o mestre e passa a controlar Angelique, que acaba
ceifando a vida do cara também. Já no século XX, Burce Ramsay é John Merchant,
um prestigiado arquiteto que constrói aquele horroroso prédio do cubo no final
do também sofrível Hellraiser III – Inferno na
Terra, e desperta a atenção de Angelique, que vai em
busca do descendente do “Fabricante de Brinquedos”. Traz de volta Pinhead, que
irá se juntar a ela na empreitada, resultando na morte de John, mas não antes
de sua esposa, Bobbi (Kim Meyers) aprisiona-los no cubo, junto com seu cachorro
mutante de estimação. Passamos para uma estação especial no século XXII, na
verdade onde filme começa, onde Bruce Ramsay é o Dr. Paul Merchant, mais um
descendente da raça toda que vive atormentado pela herança de sangue e
pesadelos com os cenobitas. Fuçando o cubo quebra-cabeça (dessa vez usando um
robô, olhe que esperto), traz novamente Pinhead, Angelique e um cenobita novo,
que tem a aparência de um gêmeo siamês ligado pelo rosto, mas dessa vez para
tentar destruí-los de uma vez por todas, usando a estação especial que criara
(que tem o formato do cubo e uma estrutura espelhada que vinha sendo estudada
desde o primeiro Merchant na França há quatro séculos) como armadilha
definitiva. Hellraiser IV – Herança Maldita, segue
na descendente no mesmo nível tosco de atuações, produção e roteiro do terceiro
filme, mas com o pé no acelerador no quesito sanguinolência e maquiagem,
desenvolvida pelo excelente Kevin Yagher (o pai do Chucky e do Coveiro de Contos da Cripta), que vejam só, também dirige o filme sob o
pseudônimo de Alan Smithee. Aí sacamos que como diretor, Yagher é um ótimo
técnico de efeitos especiais. Mas o sujeito teve altas tretas com os produtores,
abandonando o barco antes das filmagens. Os produtores então fizeram um corte
completamente diferente, contratando Joe Chapelle (deHalloween 6 – A Última Vingança, olhe
que excelente referência!) para finalizá-lo, filmar novas cenas e reescrever o
roteiro junto de Rand Ravich, inclusive adiantando a aparição de Pinhead, que
não dava as caras no corte original antes dos 40 minutos de projeção. O resultado
é essa porcaria que vemos na tela em todo seu esplendor. E olhe que Guillermo
Del Toro e Stuart Gordon foram convidados para dirigir o longa. Mas Clive
Barker tá lá como produtor executivo, mesmo com todas as sequências (até aqui e
principalmente posteriores) jogando o nome da sua maior criação em Hellraiser – Renascido do
Inferno, na lama. Aliás, esse Hellraiser IV – Herança Maldita foi o último a ser
exibido nos cinemas e deveria encerrar a franquia, com a morte definitiva de
Pinhead. Mas sabemos que no cinema de terror isso nunca acontece de verdade, e
depois mais CINCO foram lançados direto para o vídeo. E contando…
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/06/11/668-hellraiser-iv-heranca-maldita-1996/
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