Direção: Jean-Pierre Jeunet
Roteiro: Joss Whedon
Produção: Bill Badalato, Gordon
Carroll, Davir Giler, Walter Hill; Sigourney Weaver (Coprodutora)
Elenco: Sigourney Weaver,
Winona Ryder, Dominique Pinon, Ron Perlman, Gary Dourdan, Michael Wincott, Brad
Dourif
O primeiro e único filme da
franquia que eu assisti no cinema foi Alien – A Ressurreição.(quer dizer, se você não contar Prometheus).
que desgosto. Depois do seminal Alien – O Oitavo Passageiro, o eletrizante Aliens – O Regaste e o sujo e grosseiro Alien 3, todos excelentes filmes (TODOS, SEM EXCESSÃO E
INCLUO O ALIEN 3 SIM, Ripley tava lá mortinha da silva, seu
ciclo completo, se suicidou grávida de uma alien rainha no ventre, mas claro
que os inescrupulosos produtores e estúdio foram lá ressuscitar a primeira
grande heroína do cinema com experiência genética de clonagem de DNA para fazer
essa porcaria maldita de filme horrível. Sério, como conseguiram fazer uma
bomba tão grande com uma série com enorme potencial? E olha que fiquei
espantadíssimo ao descobrir, revendo-o para a análise, que o roteiro é do Joss
Whedon, sim o cara responsável por Buffy – A Caça Vampiros, Firefly (que
obviamente teve como protótipo original a sua própria trama de Alien –
A Ressurreição) e Os Vingadores e Vingadores: A
Era de Ultron. Tá certo que mais tarde Whedon demonstrou sua insatisfação
com o filme (ah, vá!). O resultado final está bem diferente do que escrito
originalmente por ele, principalmente no tom do filme, que deveria possuir
diálogos mais ferinos e sarcásticos (como estamos acostumados na obra de Whedon),
um tom realista e menos fantasioso, mas que foi rechaçado pelo diretor que teve
carta branca em modificar tudo que quisesse e o tornasse mais sério. Então a
impressão que dá é que todos os momentos de humor estão completamente fora de
contexto, e isso fica muito óbvio, por exemplo, na desgraça que é o personagem
do General Martin Perez (Dan Hedaya) que destoa completamente com suas caras e
bocas e jeito caricato. Aliás Whedon ficou infeliz com quase absolutamente tudo
do filme (mega te entendo, parceiro!) e explicou isso em uma entrevista em
2006. O final foi alterado, o tom saiu errado, os diálogos saíram errados, o
elenco estava todo errado (principalmente a Ladrona, quer dizer, Winona Ryder),
o design saiu errado, a trilha sonora saiu errado, e que o problema não estava
no roteiro, mas na forma que ele foi executado, de uma forma tão medonha que se
tornava impossível de assistir. Olha, não tenho como saber se o que ele fala é
verdade sobre o roteiro, mas que tenho que concordar que o filme ficou “medonho”
e “quase impossível de assistir”, ah, isso tenho. Outro problema de grandeza
maior de Alien – A Ressurreição é a Ripley, que está
descaracterizadíssima, mesmo com Sigourney Weaver retornando ao papel (pela
singela bagatela de 11 milhões de verdinhas, o orçamento de O Oitavo
Passageiro). Aquela heroína construída nos três primeiros longas, que
durantes anos e anos foi às duras penas ficando a mercê de situações terríveis
por conta da ganância da Weyland-Yutani ao obrigar a Nostromo a descer naquele
planeta inóspito, mas adquirindo um instinto de sobrevivência fortíssimo e
fibra salutar, foi substituída por uma personagem sem profundidade alguma, que
parece estar se divertindo em várias cenas com seus sorriso de canto de boca,
uma forçada empatia com a criatura (mesmo que ela seja um clone e que tenha
geneticamente o DNA do alienígena dentro de si) e claro, os “superpoderes” com
sua força e agilidade sobrehumana e o sangue ácido como das baratas espaciais
(que não convence, uma vez que o tecido recomposto de seu novo corpo clonado
não tem a mesma resiliência da carapaça dos aliens). Já que estamos falando de
problemas e motivos que o filme simplesmente não funciona e é uma porcaria de
marca maior, outro é o híbrido alienígena humano, nascido da nova habilidade da
Rainha em ter adquirido a forma de reprodução humana, característica herdada do
DNA de Ripley. Que convenhamos, é uma faca de dois gumes, pois ao mesmo tempo
em que não precisa mais de hospedeiros para o parasitar incubar, é
completamente menos eficaz, uma vez que não conseguirá botar a larga quantidade
de ovos e a reprodução assexuada (eu acredito) dará luz a apenas um monstrengo.
Que é feio de dar dor, beirando o ridículo com sua aparência bípede albina, e
me conta o que são aqueles olhos e aquela sua carinha fofa de dó, como se fosse
um filhotinho de cachorro, que eles quiserem colocar no alienígena? Sem
comentários… E claro, Alien, diferente de todas as outras franquias do cinema
(TODAS) tiveram só diretores fodas conduzindo os filmes. Foi Ridely Scott no
primeiro, James Cameron no segundo, David Fincher no terceiro e aqui o francês
Jean-Pierre Jeunet, dos incríveis Delicatessen e Ladrão
de Sonhos e mais tarde do cult adorado
pelas indiezinhas, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Mas aqui
claramente o toque francês (e europeu) do diretor não ornou nem um pouco na
idealizada típica sequência caça-níquel com um roteiro mixórdio vislumbrada
pelos engravatados de Hollywood, que resultou no faturamento de “apenas” 47
milhões de dólares nos EUA (mediante seus 75 milhões de orçamento), salvando o
prejuízo só com a bilheteria mundial. Aliás, se tem UMA cena à lá cinema
europeu nesta quarta parte, é o bonding entre Ripley e os tentáculos da Alien
Rainha, que vejam só, quase foi cortada pela FOX pela sua sugestão de natureza
sexual, se não fosse Weaver ter batido o pé e dito que não promoveria o filme
se a cena fosse retirada. Ah, a trama né? Os miliares resolvem clonar Ripley
para poder extrair a Alien Rainha de seu bucho, uma vez que a raça
interplanetária foi extinta, e mais uma vez tentar levar adiante a ideia de
girico de transformá-los em armas biológicas. Um grupo de mercenários de uma
nave chamada Betty leva uma carga contrabandeada para a base espacial, que na
verdade são humanos para servirem de hospedeiros para serem abraçados
pelo facehuuger e
gestarem os xenomorfos. Claro que vai dar merda, a tripulação ou foge ou é
morta, e cabe aos membros da Betty, junto de Ripley, escapar com vida e impedir
que a nave com os alienígenas alcance a Terra devido a um procedimento de
emergência. Nem a cena subaquática dentro do tanque com a perseguição dos
aliens salva o filme. Pelo menos há uma grande dose de sangue e temos a
espetaculosa destruição do híbrido recém nascido, que é nojenta pra cacete e
das mais inspiradas (e fantasiosas) de Alien – A Ressurreição. A
franquia foi enterrada de vez com esse lixo espacial, vimos depois as criaturas
nos não menos escabrosos crossovers com
o Predador e somente agora, quase vinte anos depois, que veremos um novo filme,
dirigido pelo sul-africano Neill Blomkamp, que será uma continuação direta
de Aliens – O Resgate, ignora essa barbaridade. Façamos o mesmo
então!
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/06/23/674-alien-a-ressurreicao-1997/
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