quinta-feira, 25 de agosto de 2016

#684 1997 A RELÍQUIA (The Relic, EUA, Alemanha, Japão, Nova Zelândia, Reino Unido)


Direção: Peter Hyams
Roteiro: Amy Holden Jones, John Raffo, Rick Jaffa, Amanda Silver
Produção: Gale Anne Hurd, Sam Mercer; Mark Gordon, Gary Levinsohn (Produtor Executivo)
Elenco: Penelope Ann Miller, Tom Sizemore, Linda Hunt, James Whitmore, Clayton Rohner, Chi Muoi Lo

Como já escrevi aqui no blog algumas (muitas) vezes, a década de 90 foi um período de estiagem para o cinema de horror, então toda e qualquer produção que aparecesse minimamente decente durante aqueles tempos de vacas magras, era um sopro de alivio para os fãs. Mesmo sendo lançado em 1997, quando o gênero começava a se recuperar, A Relíquia é um desses casos. Em um post sobre Um Lobisomem Americano em Paris, um dos fãs do horror comentou sobre o uso de CGI nos filmes de terror, e principalmente o fato de a grande maioria das produções do gênero serem marginais e de baixo orçamento, o que fatalmente fará com que os efeitos especiais fiquem toscos e gere uma tremenda perda de credibilidade. O que era para ser visualmente sério, vira motivo de troça. A Relíquia, felizmente, não cai nessa armadilha, com seus 40 milhões de dólares de orçamento e a criatura sendo desenvolvida pelo mago Stan Winston. E pela primeira vez na história do cinema, um problema acabou se tornando uma involuntária solução acertadíssima. Acontece que o filme estava programado para estrear em agosto de 1996, mas por conta dos atrasos nos efeitos especiais, e o fato da criatura principal não tenha ficado pronta em tempo hábil para as sequências em que sua presença física e visual se faria necessária no set, o filme acabou sendo lançado somente inverno do ano seguinte, e o monstrengo foi dar as caras somente nos trinta minutos finais do filme. O que claro, é uma puta boa ideia no sentido narrativo, como já havia nos ensinado Alfred Hitchcock ou mesmo Steven Spielberg com seu Tubarão. Nada de banalizar o monstro e já colocá-lo em toda sua glória e esplendor no começo da fita. Foi se guardado a sete chaves (inclusive os produtores fizeram isso, não deixando ninguém se aproximar das criações de Winston, como acontecera em Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros, dadas as devidas proporções), para manter o suspense. Afinal de contas, você pensar que estamos falando de uma deidade indígena sul-americana e que é uma mistura de lagarto, inseto, besouro e tigre, qualquer um ficaria ressabiado. Pois bem, acontece que a história também é interessante, baseada no best seller homônimo de Douglas Preston (ex-jornalista e relações públicas do American Museum of Natural History de Nova York) e Lincoln Child, onde um antropólogo americano, John Whitney (Lewis Van Berger) está realizando um estudo sobre antigos rituais sagrados na floresta amazônica aqui em nossa terra brazilis. Ele bebe uma espécie de poção alucinógena, tipo uma irmã do ayahuasca, tem uma alucinação da brava, e corta para ele enviando alguns artefatos para o Museu de História Nacional de Chicago, de navio. Acontece que ao desembarcar no porto da Cidade dos Ventos, toda a tripulação do navio está morta e o antropólogo desaparecido. Os detetives Vincent D’Agosta (Tom Sizemore) e Hollingsworth (Clayton Rohner) passam a investigar o assassinato, sendo que a próxima vítima é exatamente um dos seguranças do museu onde as peças foram enviadas. Um detalhe é que todas as vítimas têm seu cérebro removido e a região do hipotálamo devorada. O museu está preste a abrir uma importante exposição sobre superstições e alguns conflitos e interesses comerciais, incluindo do prefeito de Chicago, impedem o fechamento do local para uma investigação maior. Paralelo a isso, a bióloga evolucionista Dra. Margo Green (Penelope Ann Miller) irá ajudar o supersticioso detective D’Agosta na tentativa de  juntar pistas de quem é o assassino, que continua fazendo suas vítimas dentro do museu. Durante o evento de gala é que o bicho vai pegar (literalmente), quando a criatura resolve sair do seu esconderijo no subterrâneo e tocar o terror. Todos os sistemas de segurança do museu entram em pane e os convidados ficarão presos dentro do local e terão que correr por suas vidas, para não serem devorados pela encarnação de Kothoga, que se descobre uma besta quimera sul-americana, uma vez que os membros daquela tribo lá no começo do filme usavam as propriedades de uma planta nativa para transformar animais em uma criatura mutante guerreira para enfrentar seus inimigos. A Relíquia ao entrar em seu terceiro ato, quando Kothoga realmente aparece em cena, tirando a explicação das mais fantásticas, que requer um nível altíssimo de suspensão de descrença, recorre aos preceitos básicos dos filmes de terror de monstros gingantes assassinos mutantes: correria, claustrofobia, ataques vorazes, uma boa dose de gore e o bom e velho maniqueísmo presente nos surtos heroicos dos protagonistas, e egoístas dos antagonistas. O que ajuda bastante são os efeitos especiais de Stan Wiston, fazendo com que para a época, o CGI dê certo , diferente de outros longas já citados (e comentados) por aqui. Um entretenimento justo e que até surpreende, tendo em vista sua premissa e o fato de usar e abusar de velhos clichês do gênero (a crítica de Leonard Martin diz que é como “Alien – O Oitavo Passageirono museu”), é o que você pode esperar de A Relíquia, que atingiu o primeiro lugar no seu final de semana de estreia, mas não manteve força e fechou a bilheteria doméstica com apenas pouco mais de 33 milhões de dólares, não chegando nem a se pagar, relegando-o a um destino obscuro e subestimado.
FONTE: http://101horrormovies.com/2015/07/08/684-a-reliquia-1997/

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