segunda-feira, 22 de agosto de 2016

#680 1997 UM LOBISOMEM AMERICANO EM PARIS (An American Werewolf in Paris, EUA / Reino Unido, Holanda, Luxemburgo, França)


Direção: Anthony Walker
Roteiro: Tim Burn, Tom Stern, Anthony Walker
Produção: Richard Claus; Bob Bellion, Alexander Buchman (Coprodutores); Jacques-Eric Strauss (Coprodutor Associado); Klaus Bauschulte, Jimmy de Barbant, (Produtores Associados); Anthony Walker (Produtor Executivo)
Elenco: Tom Everett Scott, Julie Delpy, Vince Vieluf, Phl Buckman, Julie Bowen, Pierre Cosso, Thierry Lhermitte

Sou só eu ou Um Lobisomem Americano em Paris é uma afronta? Sério, primeiro por ter a audácia de ser intitulado, de forma completamente errônea, de uma continuação só do melhor filme do subgênero já feito: Um Lobisomem Americano em Londres. Segundo por ser ruim de doer, só isso. Um projeto que ficou em desenvolvimento por mais de seis anos, onde John Landis, diretor do filme de 1981 era cotado para dirigir e chegou até a escrever um dos vários roteiros considerados para esse fiasco, Um Lobisomem Americano em Paris utiliza apenas alguns dos elementos do seu irmão mais velho londrino para um pano de fundo que eu resumo em uma bobagem adolescente, com piadas ridículas e momentos de humor forçado, nada nem próximo do humor negro do original, e um dos piores CGIs de que se tem notícia. Sério, talvez o grande diferencial de Um Lobisomem Americano em Londres, que o tornou um filme notório e relevante até os dias de hoje, foram os efeitos especiais. A fantástica transformação do personagem de David Naughton em homem-lobo, que valeu até um Oscar® para seu realizador, Rick Baker sem dúvida é um dos grandes momentos de todo o cinema de horror. E olha que estamos falando do ano de 1981. Como pode 16 anos depois, com avanços da tecnologia, um filme optar por lobisomens completamente feitos em CGI, sem obviamente ter orçamento, ou profissionais ou técnica para tal, e criar aquelas criaturas tão falsas e tão mal feitas que parecem tiradas de um documentário ruim do History Channel? É simplesmente impossível não dar risadas involuntárias (ou ficar puto) com aqueles lobisomens digitalmente porcos, aquelas transformações nada críveis, aqueles ataques bisonhos. Impossível! Mas isso não é o pior do filme, não. A trama até é interessante: um rapaz americano, Andy McDermott (Tom Everet Scott) está viajando com seus amigos pela Europa, chega em Paris e se apaixona por uma garota que salva do suicídio ao tenta se jogar do alto da Torre Eiffel. Essa moça é Serafine Pigot (Julie Delpy) e ela é uma lobisomem, que faz parte de um clã das criaturas que querem de sua maneira, dominar o mundo, e conseguir uma espécie de soro que poderá fazer com que sua licantropia se manifeste em noites de qualquer fase lunar. Durante uma festa dada apenas para americanos, em que os lobisomens se transformam e dizimam ferozmente todas as suas incautas vítimas, Andy acaba sendo atacado e vai se transformar no tal lobisomem americano em Paris. Cabe a ele e Serafine enfrentar essa casta de monstros malvados e impedir seus planos terríveis. Até aí tudo bem, parece até uma aventura de RPG de Lobisomem: O Apocalipse. O grande problema é exatamente o tom extremamente jocoso, com piadas sem graça e a trilha sonora típica dos besteirol americanos dos anos 90 com umas bandas de punk rock californiana. Parece mais um American Pie do que um filme de terror, que tenta ser uma sequência do clássico dos clássicos lupinos. Aliás, coloque nessa conta algumas cenas realmente patéticas de dar vergonha alheia, como a trágica passagem da cafeteria e a camisinha, o momento que ele descobre que se tornou um lobo no quarto de Serafine, ou a garota americana que ele conhece num bar e toda a passagem do jantar e do cemitério. Com relação ao original, o que temos em comum? O fato das vítimas mortas dos lobisomens voltarem para trocar ideia com eles, só que retire todo o humor negro e mórbido e troque por piadas de situação ao melhor estilo Zorra Total; os sonhos sobre sonhos, que acontecem em uma dessas sequências ridículas que escrevi aí em cima; e a inépcia da polícia atrapalhada que investiga os assassinatos, que enquanto no primeiro filme parece um esquete de Monty Python, aqui faria Peter Selles e seu Inspetor Clouseau se revirar no túmulo. Então o veredicto é que o maior erro de Um Lobisomem Americano em Paris é se aproveitar desse título de forma sem vergonha, ao invés de tentar manter-se como um filme, descolando-se o máximo da fita de John Landis. Não funciona nem como homenagem! Fora a expectativa de você assistir algo considerado a sequência de Um Lobisomem Americano em Londres gera. Lembro que assisti a esse filme esperando muito, afinal, já era fã de longa data do original, e acabei detestando de forma avassaladora. E isso perdura até hoje, fazendo com que eu passe um pouco mais de raiva cada vez que eu assisto (e se não me engano, foram apenas duas na vida). Conselho de amigo? Ignore que Um Lobisomem Americano em Paris exista (ainda mais se você é um sortudo que nunca o viu) e assista novamente Um Lobisomem Americano em Londres. Melhor coisa a fazer, sem dúvida!
FONTE: http://101horrormovies.com/2015/07/02/680-um-lobisomem-americano-em-paris-1997/

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