Direção: Tom
Holland
Roteiro: Michael
McDowell, Tom Holland (baseado no livro de Stephen King)
Produção: Mitchell
Galin, Richard P. Rubinstein; Randy Jurgensen, A. Welch Lambeth (Produtores
Associados); Andrew Golov, Stephen F. Kesten (Produtor Executivo)
Elenco: Robert
John Burke, Joe Mantegna, Lucinda Jenney, Michael Constantine, Karl Wuhrer,
Bethany Joy Lenz, Sam Freed, Time Winters, Howard Erskine
Existem
três tipos de filmes baseados na obra de Stephen King: os bons, as bombas, e os
dispensáveis.A Maldição se
encaixa nessa terceira categoria. Porque ele não é bom, ele também não é uma
bomba, mas ao mesmo tempo, não acrescenta nada na sua vida e se você tiver
assistido ou não, não fará diferença alguma. Tem uma história legal envolvendo
maldição de ciganos e tal, a maquiagem e o processo de transformar o ator
Robert John Burke de obeso para um vara-pau definhando até a morte está muito
bem feito (porque tirando isso, o ator está péssimo), o diretor Tom Holland
leva a fita em banho-maria sem comprometer, Stephen King faz uma ponta como um
farmacêutico chamado Dr. Bangor (para quem não sabe é o nome de uma cidade do
Maine) o que é um chiste espirituoso para os fãs, mas é aquilo: não te
pretende, não te assusta, não te deixa boquiaberto, tem uma tramazinha envolvendo
uma mafioso das mais capengas e é isso. Claro, o final é sensacional! Isso eu
tenho que concordar, que quando parece que o protagonista, o advogado Billy
Halleck (Burke), que na verdade é um anti-herói para ser mais sincero, vai
conseguir sua esperada vingança contra a esposa (responsável direta pelo
acidente que lhe rendeu a maldição) infiel e seu amante, BANG!, temos um plot twist deliciosamente
sádico. Que na verdade deu um puta buxixo na época, pois foi gravado de forma
fidedigna ao livro de King (escrito sob o pseudônimo de Richard Bachman
originalmente) mas o público detestou nas exibições teste e foi alterada a
reação de Halleck, gerando descontentamento do próprio Tom Holland que veio com
um mimi de que “falhei com diretor”. Esse não é o grande problema do filme. De
longe não é. O problema é que A Maldição é
um filme burocrático que não empolga, parecendo um modorrento made for TV, mas ainda assim está
longe de porcarias imensuráveis levadas às telas baseados nos textos de King. A
trama central é interessante, mostrando Halleck que come como um glutão
tentando perder peso de forma nada efetiva, sempre pressionado por sua esposa,
a bela Heidi (Lucinda Jenney), que resolve fazer um boquete no balofo enquanto
ele dirigia voltando de uma festa, e acaba acidentalmente atropelando e matando
uma velha cigana. Uma pequena conspiração local envolvendo o juiz Cary
Rossington (John Horton) e o policial Duncan Hopley (Daniel von Bargen)
consegue acobertar o crime e livrar a cara do advogado, mas então o pai da
cigana, Tadzu Lempke (Michael Constantine) resolve fazer justiça com as
próprias mãos amaldiçoando-o para que emagreça rapidamente, fazendo com perca
peso de forma drástica, dia após dia, até morrer. O juiz e o policial também
não tem uma sorte melhor e perecem de uma praga de urubu do cigano, que é pior
que as do Zé do Caixão: um deles desenvolve um câncer de pele que transforma
sua epiderme em pele de lagarto e o outro sofre de violentas erupções cutâneas
e deformações. Como o cigano e sua caravana já saíram da cidadezinha, Halleck
procura a ajuda do mafioso Richie Ginelli (Joe Mategna) de quem livrara a cara
da prisão há pouco e lhe devia um favor em gratidão, para descobrir o paradeiro
de Lempke e convencê-lo, usando da violência, a retirar a maldição, uma vez que
ele seria o único capaz de tal.
ALERTA DE
SPOILER. Pule o próximo parágrafo
ou leia por sua conta e risco.
Depois
de uma investida pesada do gângster metralhando o acampamento cigano e matando
o marido de sua filha, Gina (Karl Wuhrer), Lempke retira a maldição quando
Halleck está esquelético, colocando seu sangue em uma torta, e a pessoa que a
comesse seria acometida pelo mesmo terrível fim. Buscando vingança contra sua
esposa, que ele descobre estar dando para o seu médico, o Dr. Mike Houston (Sam
Freed), ele leva a torta de presente para a mulher, que acaba comendo. Porém
num trágico infortúnio, sua filha, Linda (Bethany joy Lenz) também come um
pedaço e está fadada a morrer. A diferença com relação ao final do livro é que
Halley logo após come uma fatia, se remoendo de culpa pelo que irá acontecer
com a filha, enquanto no filme, ele guarda um pedaço para o bom doutor e parece
estar se deliciando com isso com um sorriso malicioso no rosto e um comentário
jocoso quando oferece o quitute. Mas enfim, como disse lá em cima, esse é o
menor dos problemas de A Maldição (e
que na real nem considero um problema, por assim dizer) que falha por diversas
outras razões (atores, direção, ritmo, personagens que não criam empatia)
tornando-o no filme mediano que é, raras algumas cenas e o excelente trabalho
de maquiagem, que sempre vale a pena tirar o chapéu. Originalmente A Maldição seria levado para as telas bem antes, em 1986,
produzido por Dino De Laurentiis, responsável por uma cacetada de adaptações de
King para os cinemas nos anos 80, logo após a finalização de Comboio do Terror. Sua
intenção era que Sam Raimi dirigisse o longa, Scott Spiegel escrevesse o
roteiro e Robert Tapert produzisse, toda a patota de A Morte do Demônio. Mas
como todos estavam envolvidos em Uma Noite Alucinante,
acabou não saindo do papel. Só fica então aquela velha pergunta hipotética: e
se…
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/06/16/670-a-maldicao-1996/
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