Direção: Luis Llosa
Roteiro: Hans Bauer, Jim
Cash, Jack Epps Jr.
Produção: Jack Epps Jr.,
Verna Harrah, Carole Little, Leonard Rabinowitz; Beau Marks (Coprodutor); Andy
Fickman (Produtor Associado); Susan Ruskin (Produtor Executivo)
Elenco: Jennifer
Lopez, Ice Cube, Jon Voight, Eric Stoltz, Jonathan Hyde, Owen Wilson, Kari
Wuhrer, Danny Trejo
Eu juro que não consigo entender
como um filme como Anaconda fez tanto sucesso. É trash até
a medula, com uma cobra gigante assassina que em cada aparição na tela parece
ter um tamanho diferente, feita com um CGI porco, animatrônico que parece
destaque de carro alegórico de escola samba da divisão de acesso, e tem como
estrela protagonista a Jennifer Lopez, ao natural, com visual de empregada
latina antes da plástica, botox e chapinha. Não consigo! Mas ainda
assim, Anaconda foi um fenômeno inexplicável naquele hoje longínquo
ano de 1997. Com seu desbunde de 45 milhões de dólares gastos (leia-se mal
aproveitados) em efeitos especiais (o que equivale a 100 mil dólares por
segundo!), o longa faturou nada menos que mais de CENTO E TRINTA milhões, sendo
que metade, 65 milhões, só nos EUA! Eu lembro claramente de alguma reportagem
em algum telejornal da época, ou talvez no Fantástico, sei lá, com filas
gigantescas nos cinemas americanos para se assistir a bomba que é esse filme.
Eita povo que gosta de uma bagaceira! E para mim não tem essa de anaconda não.
O nome da cobra é sucuri! Foi assim que sempre aprendi toda minha vida para vir
esses yankees me ensinar como chamar um cobrão do nosso país? Aliás,
o filme é uma coprodução entre EUA, Peru e Brasil, e uma vez que se passa no
Rio Amazonas, alguns personagens falam português (mal que o diabo) e vemos
vários produtos do nosso país varonil na embarcação e até uma caneca do Santos
Futebol Clube na cabine do capitão. Bom, um grupo de documentaristas se
embrenham até a nascente do Rio Negro para encontrar uma tribo perdida chamada
Shirishama, ou “povo da neblina” como são conhecidos. A diretora é Terri
Flores, papel da Jennifer Lopez (talentosíssima, só que não), o cinegrafista
Danny Rich (Ice Cube, igualmente talentosíssimo, só que não), o antropólogo Dr.
Steven Cale (Eric Stoltz, que afundou sua carreira), o apresentador Warren
Westridge (Jonathan Hyde) e o técnico de som e sua assistente/affair, Gary
Dixon (Owen Wilson) e Denise Kalberg (Kari Wuhrer). Todos devidamente
conduzidos pelo picareta capitão Mateo (Vincent Castellanos). Porém durante a incursão
eles encontram Paul Serone (Jon Voight, claramente precisando de dinheiro para
pagar as contas por topar atuar nesse filme) um caçador de cobras, que na
verdade é quase um psicopata e o verdadeiro vilão do filme, e não a cobra, que
quer capturar viva uma anaconda, ou melhor, uma sucuri, serpente gigantesca com
seus 12 metros de comprimento (!!!!) e faturar milhões. Com sua fixação
obsessiva em capturar o animal, emulando o Capitão Ahab de Moby Dick, acaba
colocando a vida de toda a equipe em perigo e despertando o instinto mortal do
ofídeo com sua técnica de estrangular, sufocar e quebrar os ossos de suas
vítimas. Bom, um dos grandes chamarizes de Anaconda foram os “efeitos
especiais”, grande aposta do longa, porque não dá para levar a sério o roteiro vagabundo,
das atuações ridículas de todo o elenco e da direção do peruano Luis Llosa
(primo do escritor ganhador do Nobel Mario Vargas Llosa), que é um desastre e
não consegue nem criar um ambiente assustador no meio da Selva Amazônico em
detrimento das panorâmicas ao melhor estilo Discovery Channel ou closes na
fauna e flora, com aquela musiquinha de flauta inca ao fundo. Mas fato é que o
CGI e o animatronico da sucuri são bisonhos! Não venha me falar que para a
época era revolucionário e blá blá blá porque diversos outros filmes
contemporâneos ou anteriores tiveram efeitos especiais muito melhores,
como Jurassic Park,Independence Day, MIB – Homens
de Preto ou Os Espíritos. As cenas da cobrona CGI
enrolando suas vítimas é tão errado, mas tão errado, que é impossível não
segurar o riso involuntário. Aquela cena clássica em que vemos ela nadando em
direção a tela e o close do sujeito se debatendo dentro do bucho serpente é
impagável. Isso sem entrar nem um pouco no mérito biológico de que uma sucuri
leva semanas para fazer a digestão de um animal como bezerro ou capivara (e não
os regurgita como alardeia o filme), e fica lá repousando, prostrada, parecido
conosco depois de ir em uma churrascaria, comer aquela feijoada de sábado ou ir
no Zé do Hamburger e comer o lanche e tomar o milk-shake de leite ninho. Mas
aqui não, ela engole rapidamente um homem adulto e opa, já está pronta para
outra no próximo take. Cenas clássicas na verdade não faltam em Anaconda.
O que dizer do momento mágico da sequência da cachoeira com a água SUBINDO, ao
contrário, ou o ataque em extrema velocidade, daquele bicho gigantesco trepando
em uma árvore para pegar a vítima em queda livre como se fosse um bungee
jump, que aposto que ganharia do Bolt nos 100 metros rasos? Mas o grande
momento ápice da trasheira de mal gosto doentio para mim é quando a sucuri
devora o outro o Jon Voight também feito em CGI, para logo na sequência,
VOMITAR o cara que sai vivo e ainda dá uma piscadela para a câmera. Sério, é
simplesmente uma mistura de vergonha alheia embasbacante com uma explosão de
risos de doer o pâncreas. Agora como tudo que é ruim, dura
muito, Anaconda serviu para gerar mais TRÊS continuações, as quais
nunca me atrevi a assistir, deu origem a uma série de barbaridades com cobras
gigantes como Pythone seus embates mortais contra a Boa, por exemplo,
algumas aberrações tanto da sétima arte quanto da genética ficcional,
como Piranhoconda (não me pergunte o que é isso) e até um crossover
lançado esse este ano com o crocodilo gigante de Pânico no Lago!
FONTE: http://101horrormovies.com/2015/06/24/675-anaconda-1997/
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