domingo, 5 de junho de 2016

#617 1991 O FILHO DAS TREVAS (The Resurected, EUA)


Direção: Dan O’Bannon
Roteiro: Brent V. Friedman (baseado na obra de H.P. Lovecraft)
Produção: Mark Borde, Kenneth Raich; Shayne Sawyer (Coprodutor); Tom Bradshaw, Tony Scotti. (Produtores Executivos)
Elenco: John Terry, Jane Sibbett, Chris Sarandon, Robert Romanus, Laurie Briscoe, Ken Camroux

Taí mais uma das poucas e boas adaptações de uma obra de H.P. Lovecraft, vulgo, O Rei do Indizível, para as telas. Também mais um daqueles sopros raros de boas produções de terror dos anos 90 é esse O Filho das Trevas (que também foi batizado no Brasil como “Renascido das Trevas”). Já falei aqui e não vou repetir da dificuldade de transpor o texto do escritor para as telas (ops, repeti…), então toda vez que a coisa sai certa, mesmo com seus tropecinhos habituais, é louvável. E o responsável da vez por essa competência foi um nome que tem poucos trabalhos no gênero, mas muito competentes: Dan O’Bannon. O’Bannon despontou escrevendo o roteiro de Alien, O Oitavo Passageiro, dirigido pelo Ridley Scott, então coloque na sua conta SÓ ter inventando a criatura xenomorfa alienígena. Como diretor, acrescente o clássico dos clássicos oitentista A Volta dos Mortos-Vivos(miooooooolos). Aqui em O Filho das Trevas ele repete o 100% de aproveitamento. Isso sem contar que escreveu Dark Star de John Carpenter, e Força Sinistra e Invasores de Marte de Tobe Hooper (esses aí num merecem muito crédito, não), entre outros. E ah, o ótimo Os Mortos Vivos também. Pois bem, o longa é baseado na famosa história de Lovecraft, “O Caso de Charles Dexter Ward”, e dentro de sua licença poética, funciona bem atualizando (pros anos 90, quer dizer) o conto e se atendo aos principais detalhes do texto, que por sinal, já influenciara anteriormente O Castelo Assombrado, dirigido por Roger Corman e com Vincent Price no elenco (tendo feito parte do famoso Ciclo Poe do diretor nos anos 60, só que muito mais Lovecraft que Poe, diga-se de passagem). Claire (Jane Sibbett) é esposa de Charles Dexter Ward (Chris Sarandon, o vampiro bonitão de A Hora do Espanto) que procura pelo detetive particular John March (John Terry) para que ele descubra o que seu maridão anda fazendo isolado em uma cabana afastada, que pertence a sua família há séculos. Um estranho fedor anda incomodando os vizinhos e chamando a atenção das autoridades locais, ainda mais quando se descobre que para lá andam sendo entregues restos humanos para alguma experiência macabra, uma vez que Ward é engenheiro químico. Fuçando nos pertences de Ward, March e Claire descobrem um antigo diário datado de 1771, pertence a um de seus antepassados, o nefasto Joseph Curwen, que possui a aparência idêntica a dele (ou seja, também é interpretado por Sarandon, cuja atuação está muito boa), e em suas páginas reportavam assassinatos, roubo de cadáveres, alquimia e demais experimentos nada naturais e ortodoxos conduzidos no subterrâneo de sua antiga casa. Aí vem o porquê de Lovecraft ser considerado o Rei do Indizível, o porquê de suas adaptações para as telonas sempre correrem risco e o porquê O’Bannon se saiu muito bem. Ward tenta imitar as façanhas alquímicas, cabalísticas, magias-negras e whatever do seu ascendente, por meio de uma poção estranha e reanimar Curwen por meio de seus restos mortais muito bem guardados durante os tempos. Mas não é só isso não, ele também tem feito experiências com partes descartadas de corpos (as recebidas por ele e causadoras do mau cheiro), que vem dando origem a criaturas amorfas que ficam presas no calabouço abaixo da casa. E o filme consegue retratar esses experimentos de forma muito positiva. É pegar o que já havia dado certo nos filmes de Brian Yuzna, por exemplo, e subir um degrauzinho na escala evolutiva, muito bem desenvolvido pela equipe da Todd Masters Company.
ALERTA DE SPOILER. Pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco.
A incursão no universo fantástico do autor fica por conta do fato de que sim, a experiência para a “ressurreição” de Joseph Curwen dá certo, mas como ele era fisicamente idêntico a Charles Dexter Ward, o sujeito infame mata o descendente e toma seu lugar. E junto com à volta a vida, vem uma fome secular de se alimentar de carne e sangue humano. March descobre toda e engendrada trama, e o conflito final se dará com os restos mortais putrefatos de Ward, reanimados pelo elixir encontrado pelo detetive, que o colocará em um embate contra Curwen, dentro do quarto de hospício onde o farsante estava preso. O Filho das Trevas tem lá suas derrapadas, principalmente em sua conclusão, porque até então a construção é muito bem executada por O’Bannon, mas vale muito a pena, principalmente para os fãs de Lovecrat, como eu, que são geralmente judiados nos cinemas. filme envelheceu, e os efeitos especiais são datados, mas para quem gosta do gênero e os saudosistas, é altamente recomendado.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/02/26/617-o-filho-das-trevas-1991/

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