terça-feira, 21 de junho de 2016

#632 1993 CORROSÃO AMEAÇA EM SEU CORPO (Body Melt, Austrália)


Direção: Philip Brophy
Roteiro: Philip Brophy, Rod Bishop
Produção: Rod Bishop, Daniel Scharf; Lars Michalak (Produtor Associado)
Elenco:Gerard Kennedy, Andrew Daddo, Ian Smith, Regina Gaigalas, Vincent Gil, Neil Foley, Anthea Davis, Matthew Newton

Trasheira ozploitation da brava é esse Corrosão – Ameaça em seu Corpo! Aviso aos navegantes, o termo é usado para denominar os filmes exploitation australiano, que caso você não saiba, foi um mercado bem fértil durante os anos 70, 80 e começo dos 90. Um filme que se chama Corrosão – Ameaça em seu Corpo (do original Body Melt, cuja tradução livre seria Corpo Derretido) só pode se esperar uma bagaceira repleta de splatter, com altas doses de humor negro e crítica social enrustida numa história bem tresloucada e nonsense, como manda o figurino dos filmes da Oceania. É a escola de Peter Jackson (que é neozelandês, ali do lado) e seus Trash – Náusea Total Fome Animal. Corrosão aposta na nojeira em peso e na maior quantidade de personagens australianos caricatos possíveis. Todo um bairro em Melbourne é contaminado por uma substância utilizada em uma amostra grátis de um suplemento vitamínico de uma inescrupulosa indústria química ligada a uma rede de spas e academias. Usados como cobaias, o resultado é que violentas mutações passem a ocorrer em seus lindos corpinhos. São dois coelhos acertados com uma cajadada só na crítica social do diretor Phillip Brody, que também escreve o roteiro do longa baseado em uma série de contos de sua autoria: Aqueles moradores do subúrbio que levam uma vida enfadonha e o culto ao corpo, àqueles que não se preocupam em tomar qualquer tipo de substância para ter uma vida saudável ou ficar saradão. Imagine mais ou menos como se colocassem um poderoso reagente químico no whey protein e dado pros marombados, e o corpo deles começasse a derreter. Trágica ironia, né? Mas claro que essa “mensagem” está travestida em uma boa dose de humor camp e no trash em muita profusão. Membros sendo corroídos, explosões estomacais, rostos derretendo, olhos pulando para fora da órbita, deformações corporais, distúrbios glandulares, criaturas parasitas sendo desenvolvidas no interior dos organismos e uma placenta mutante estão entre os absurdos gráficos, nojentos e gore que irão deliciar todo e qualquer fã desse tipo de pérola (o qual eu me incluo!). Aliás, por mais que seja um ozploitation de baixo orçamento (o que é um pleonasmo), os efeitos de maquiagem estão bem decentes e são o ponto alto do longa, com suas melecas, sangue, mutações e pus, feitos por Bob McCarron, que é tipo uma espécie de Tom Savini ou Stan Winston do outback. Olhe só, o sujeito foi o designer do javali de Razorback – As Garras do Terror, outro clássico do trash da terra dos cangurus, e também foi responsável pelos efeitos especiais, maquiagem e próteses de Mad Max 2: A Caçada Continua, Mad Max – Além da Cúpula do Trovão, Grito de Horror 3, do próprio Fome Animal de Jackson e até de Matrix! E assim, Corrosão – Ameaça em seu Corpo não é um filme de culto, para ser levado a sério. Isso fica claro desde o início, e obviamente, é o grande trunfo. É para se divertir na elocubrada visão artística cinematográfica de Brophy, que tem também em seu currículo umbackground com música eletrônica (que pode se perceber pela trilha sonora do longa, filmado lá no início do boom do movimento rave dos 90’s) e arte de vanguarda. E separar o saquinho de vômito para aqueles de estômago sensível.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/03/25/632-corrosao-ameaca-em-seu-corpo-1993/

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