Direção: Philip
Brophy
Roteiro: Philip
Brophy, Rod Bishop
Produção: Rod
Bishop, Daniel Scharf; Lars Michalak (Produtor Associado)
Elenco:Gerard
Kennedy, Andrew Daddo, Ian Smith, Regina Gaigalas, Vincent Gil, Neil Foley,
Anthea Davis, Matthew Newton
Trasheira ozploitation da brava é esse Corrosão – Ameaça em seu Corpo! Aviso aos
navegantes, o termo é usado para denominar os filmes exploitation australiano, que caso você não saiba, foi um
mercado bem fértil durante os anos 70, 80 e começo dos 90. Um filme que se
chama Corrosão – Ameaça em seu Corpo (do original Body Melt,
cuja tradução livre seria Corpo Derretido) só pode se esperar uma bagaceira
repleta de splatter, com altas
doses de humor negro e crítica social enrustida numa história bem tresloucada e
nonsense, como manda o figurino dos
filmes da Oceania. É a escola de Peter Jackson (que é neozelandês, ali do lado)
e seus Trash – Náusea Total e Fome Animal. Corrosão aposta na nojeira em peso e
na maior quantidade de personagens australianos caricatos possíveis. Todo um
bairro em Melbourne é contaminado por uma substância utilizada em uma amostra
grátis de um suplemento vitamínico de uma inescrupulosa indústria química
ligada a uma rede de spas e
academias. Usados como cobaias, o resultado é que violentas mutações passem a
ocorrer em seus lindos corpinhos. São dois coelhos acertados com uma cajadada
só na crítica social do diretor Phillip Brody, que também escreve o roteiro do
longa baseado em uma série de contos de sua autoria: Aqueles moradores do subúrbio
que levam uma vida enfadonha e o culto ao corpo, àqueles que não se preocupam
em tomar qualquer tipo de substância para ter uma vida saudável ou ficar
saradão. Imagine mais ou menos como se colocassem um poderoso reagente químico
no whey protein e dado pros
marombados, e o corpo deles começasse a derreter. Trágica ironia, né? Mas claro
que essa “mensagem” está travestida em uma boa dose de humor camp e no trash em muita profusão. Membros sendo corroídos, explosões
estomacais, rostos derretendo, olhos pulando para fora da órbita, deformações
corporais, distúrbios glandulares, criaturas parasitas sendo desenvolvidas no
interior dos organismos e uma placenta mutante estão entre os absurdos
gráficos, nojentos e gore que irão deliciar todo e qualquer fã desse
tipo de pérola (o qual eu me incluo!). Aliás, por mais que seja um ozploitation de
baixo orçamento (o que é um pleonasmo), os efeitos de maquiagem estão bem
decentes e são o ponto alto do longa, com suas melecas, sangue, mutações e pus,
feitos por Bob McCarron, que é tipo uma espécie de Tom Savini ou Stan Winston
do outback. Olhe só, o sujeito foi o designer do javali de Razorback – As Garras do Terror, outro clássico do trash da
terra dos cangurus, e também foi responsável pelos efeitos especiais, maquiagem
e próteses de Mad Max 2: A Caçada Continua, Mad Max – Além da Cúpula
do Trovão, Grito de Horror 3, do próprio Fome Animal de Jackson
e até de Matrix! E assim, Corrosão – Ameaça em seu Corpo não é
um filme de culto, para ser levado a sério. Isso fica claro desde o início, e
obviamente, é o grande trunfo. É para se divertir na elocubrada visão artística
cinematográfica de Brophy, que tem também em seu currículo umbackground com
música eletrônica (que pode se perceber pela trilha sonora do longa, filmado lá
no início do boom do movimento rave dos 90’s) e arte de vanguarda. E
separar o saquinho de vômito para aqueles de estômago sensível.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/03/25/632-corrosao-ameaca-em-seu-corpo-1993/
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