Direção: Mick
Garris
Roteiro: Stephen
King
Produção: Michael Grais, Mark Victor,
Nabeel Zahid; Richard Stenta (Coprodutor); Dimitri Logothetis, Joseph Medawar
(Produtores Executivos)
Elenco: Brian
Krause, Mädchen Amick, Alice Krige, Jim Haynie, Cindy Pickett, Ron Perlman, Dan
Martin, Lyman Ward
Gosto sempre de pontuar aqui quando há filmes
decentes envolvendo o mestre do terror, Stephen King, porque olhe, o contrário
é muito mais abundante. Sonâmbulos é um desses
casos que considero um filme bastante aceitável. Baseado em um de seus contos
não publicados e dirigido por Mick Garris, que aqui iniciaria uma longa
parceria com King, mas na verdade é um filme honesto, com uma história
interessante e que já pega em sua introdução e com as gravuras, fotos e
ilustrações do “povo felino” durante os créditos iniciais. Os sonâmbulos são
uma espécie de metamorfos híbridos entre humanos e felinos com poderes
sobrenaturais, que se alimentam da energia vital de jovens virgens, e que
possivelmente, podem ter sido a origem da lenda dos vampiros (pega essa!).
Talvez os últimos de sua espécie sejam Charles (Brian Krause) e sua mãe, Mary
Brady (Alice Kriege), com seu relacionamento incestuoso e danças agarradinhos
ao som de “Sleepwalk” de Santo & Johnny, que mudam-se para uma cidade em
Indiana em busca de uma nova vítima para se alimentar. Entra em cena a GRACINHA
Tanya Robertson (Mädchen Amick, que já era gracinha como a garçonete Shelly
Johnson de Twin Peaks), toda linda, sorriso encantador, impossível de não
se apaixonar na cena em que está dançando “Do You Love Me” da banda The
Contours, de vassoura e walkman
limpando o hall do cinema em que
trabalha. Ela será a próxima vítima de Charles, que usará todo seu charme para
conquistar a ninfeta só para poder chupá-la. A essência vital, eu digo! O mais
legal de Sonâmbulos são alguns momentos com pitadas de gore,
como por exemplo, quando Charles arranca a mão do professor que queria
chantageá-lo em troca de favores sexuais, ou mesmo quando parte para cima de
Tanya no antigo cemitério e tem um saca-rolha enfiado no olho pela garota, e
depois é atacado por um gato. Aliás, por algum motivo não explicado, os
bichanos são os inimigos naturais das criaturas, que os temem, e podem lhe
infligir danos mortais. Os efeitos especiais, pela época, e pelo modesto
orçamento de 15 milhões de dólares, até que dão para o gasto, como a cena em
que, por meio de seus poderes psíquicos, eles são capazes de tornar-se
invisíveis e até mudar cor e marca de seus carros, de um Trans Am azul para um
Mustang vermelho. Rola até um lance meio videoclipe do “Black or White” de
Michael Jackson, que causou um furor naqueles tempos (lembra da estreia mundial
no Fantástico?), quando Charles vai mudando a forma do seu rosto de humano para
sonâmbulo ao avistar um gato no carro de um policial. A direção de Garris é
acomodada, sem nenhum arroubo de criatividade (como em todos os seus longas, é
verdade) e a história é straight forward, sem firulas, desenvolvimento
profundo de personagens e motivações, e todas as interpretações são cheias de
estereótipos, mas é o que manda a trama, tirando a Mary Brady de Krige que
rouba a cena, principalmente quando deixa de implorar para o filho trazer
comida e resolve colocar a mão na massa com toda sua malvadeza. E tem o
costumeiro toque Stephen King, com pessoas ordinárias numa cidadezinha
americana tendo que lidar com eventos sobrenaturais. Além disso, tem uma
cacetada de participações mais que especiais no longa. Stephen King, Mark Hammil, Joe Dante, Clive Barker, John Landis e Tobe
Hooper. Você
conseguiu pegar todas? E outro detalhe bacana é que os pais de Tanya, o Sr. e
Sra. Robertson (Lyman Ward e Cindy Pickett, respectivamente) são exatamente os
mesmos pais de Ferris Buller em Curtindo a Vida Adoidado. Lembra? Sonâmbulos é
um filme OK, redondo dentro de sua proposta, que diverte e entretém sem muitas
grandes pretensões. Mas se salva em um mar de porcarias que tem o nome de
Stephen King nos créditos.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/03/24/631-sonambulos-1992/
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