Direção: Christophe
Gans, Shûsuke Kaneko, Brian Yuzan
Roteiro: Brent V. Friedman, Christophe
Gans, Kazunori Itô, Brian Yuzna (baseados na obra de H.P. Lovecraft)
Produção: Samuel Hadida, Brian Yuzna;
Aki Komine (Coprodutor); Takashige Ichise (Produtor Executivo)
Elenco: Jeffrey
Combs, Bruce Payne, Belinda Bauer, Richard Lynch, David Warner, Bess Meyer,
Mille Perkins, Dennis Christopher, Signy Coleman, Obba Badatundé, Don Calfa,
Judith Drak
Necronomicon – O Livro Proibido dos
Mortos é
uma das boas antologias de terror baseada na sempre fantástica obra de H.P.
Lovecraft, o Rei do Indizível, capitaneada por Brian Yuzna, sem dúvida o
sujeito que melhor soube levar para as telas o seu universo macabro de
criaturas pré-diluvianas terríveis que habitam nosso planeta (foi o produtor
dos clássicos Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos e Do Além). E falando nesses
dois filmes, o ator Lovecraftiano Jeffrey Combs (que fora o Dr. Herbert West e
Crawford Tillinghast nas produções supracitadas) também volta em sua parceria
com Yuzna, tendo a honra de viver o papel do escritor, em um enredo ficcional
dos mais bacanas, onde Lovecraft encontra o livro maldito que dá nome a
película, escrito pelo árabe louco Abdul Alhazred, em um mosteiro, protegido
por uma ordem oculta de monges, e resolve espiá-lo trancafiado em uma sala para
tirar inspirações para seus próximos contos. Essa história que serve como elo
de ligação para três segmentos que fazem jus à complicada obra do autor de
Boston.
O primeiro deles (e o melhor em minha
opinião) é “The Drowned”, brevemente
inspirado pelo conto “Os Ratos nas Paredes”, que traz a história de Edward De
Lapoer (Bruce Payne), que acabara de herdar um velho casarão à beira de uma
encosta, pertencente a Jethro De Lapoer (Richard Lynch) e descobre que seu
ascendente perdera a esposa e filhos afogados em um acidente de barco, e após
blasfemar contra a igreja e renegá-la, aceitam a ajuda de uma estranha e
escamosa criatura anfíbia que lhe oferece o Necronomicon, contendo em suas
páginas um sacrifício a Cthulhu (o mais famoso e importante ser mitológico de
Lovecraft) que trará sua família de volta a vida, mas claro né, que não da
mesma forma que anteriormente. Edward acaba por encontrar o livro e faz o mesmo
ritual de sangue em um pentagrama para ressuscitar sua esposa, morta em um
acidente de carro e afogada. Dá miseravelmente errado e o sujeito vai ter que
enfrentar Cthulhu em pessoa, com direito a seus tentáculos e tudo.
A segunda história, “The Cold”, inspirado no
conto “Ar Frio” começa com um repórter investigando o misterioso
desaparecimento de pessoas em uma região, e o leva a descobrir a história de
Emily Osterman (Bess Meyer), uma aprendiz de flautista que para se livrar dos
abusos do padrasto se muda para um pensionato e conhece o excêntrico Dr. Madden
(David Warner), com quem também virá a se relacionar, que, também por meio do
famigerado livro, descobrira uma forma de viver para sempre, por meio de uma
solução química extraído do fluído espinhal. Mas para isso, ele é obrigado a
viver enclausurado em seu apartamento, em uma temperatura baixíssima, e renovar
o composto sequestrando pessoas, com a ajuda de sua assistente, Lena (Millie
Perkins), e extrair seus fluídos da espinha para usufruto.
O terceiro e último conto é o bizarro e
nonsense “Whispers”, inspirado de
forma muito vaga no conto “Um Sussurro nas Trevas”, onde uma policial grávida,
Sarah (Signy Coleman) após um acidente de carro durante a perseguição a um
assassino conhecido como “O Açougueiro” entra no porão de um velho prédio em
busca de seu parceiro, Paul (Obba Babatundé) que fora retirado das ferragens a
arrastado para seu interior. Lá ela conhecerá um casal estranho a beça, Sr. e
Sra. Benedict (Don Calfa e Judith Drake, respectivamente), que a conduzirá para
uma armadilha onde será usada como alimento para uma estranha raça alienígena
de criaturas aladas canibais ancestrais.
Um dos principais pontos positivos
de Necronomicon – O Livro Proibido dos Mortos, além de sua tamanha
inventividade e ser uma das mais bacanas adaptações dos contos de Lovecraft
para as telas, é que cada uma das histórias é dirigida por um diretor diferente
que entende pra valer do riscado (Brian Yuzna dirige o segmento principal e o
terceiro, Christophe Gans que mais tarde nos entregaria os ótimos Pacto
dos Lobos e Terror em Silent Hill, o primeiro e Shûsuke Kanedo, o do
meio, que dirigiria diversos filmes de Kaijûs como Gamera e Godzilla) e
principalmente seus efeitos especiais dos especialistas Tom Savini (dispensa
apresentações) e Screaming Mad George (que trabalhara com Yuzna em A Sociedade dos Amigos do Diabo, aquele da
antológica cena da orgia). Além de mergulhar profundamente no universo
fantástico de Lovecraft, com suas criaturas indizíveis e até mostrando
decentemente Chthulhu, Necronomicon – O Livro Proibido dos
Mortos ainda guarda para os fãs uma mistura de ficção científica macabra
em “The Cold”, ambientação gótica vitoriana e pitadas de sobrenatural em “The
Drowned” e abastada dose de gore em profusão, nojeiras e mutilações em “The
Whisper”. Ponto para todos os envolvidos! Transportar nosso querido Howard
Phillip para às telas é trabalho árduo, e muita das vezes, o resultado acaba
totalmente trash sem um pingo de qualidade. Mas Necronomicon – O
Livro Proibido dos Mortos surpreende e Yuzna acerta mais uma vez, assim
como todos ali presentes nos créditos, proporcionando uma boa visão do universo
de Lovecraft com muito daquilo que seus fãs realmente gostariam de ver.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/04/08/639-necronomicon-o-livro-proibido-dos-mortos-1993/
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