sábado, 25 de junho de 2016

#639 1993 NECRONOMICRON O LIVRO PROIBIDO DOS MORTOS (Necronomicon, França, EUA)


Direção: Christophe Gans, Shûsuke Kaneko, Brian Yuzan
Roteiro: Brent V. Friedman, Christophe Gans, Kazunori Itô, Brian Yuzna (baseados na obra de H.P. Lovecraft)
Produção: Samuel Hadida, Brian Yuzna; Aki Komine (Coprodutor); Takashige Ichise (Produtor Executivo)
Elenco: Jeffrey Combs, Bruce Payne, Belinda Bauer, Richard Lynch, David Warner, Bess Meyer, Mille Perkins, Dennis Christopher, Signy Coleman, Obba Badatundé, Don Calfa, Judith Drak

Necronomicon – O Livro Proibido dos Mortos é uma das boas antologias de terror baseada na sempre fantástica obra de H.P. Lovecraft, o Rei do Indizível, capitaneada por Brian Yuzna, sem dúvida o sujeito que melhor soube levar para as telas o seu universo macabro de criaturas pré-diluvianas terríveis que habitam nosso planeta (foi o produtor dos clássicos Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos e Do Além). E falando nesses dois filmes, o ator Lovecraftiano Jeffrey Combs (que fora o Dr. Herbert West e Crawford Tillinghast nas produções supracitadas) também volta em sua parceria com Yuzna, tendo a honra de viver o papel do escritor, em um enredo ficcional dos mais bacanas, onde Lovecraft encontra o livro maldito que dá nome a película, escrito pelo árabe louco Abdul Alhazred, em um mosteiro, protegido por uma ordem oculta de monges, e resolve espiá-lo trancafiado em uma sala para tirar inspirações para seus próximos contos. Essa história que serve como elo de ligação para três segmentos que fazem jus à complicada obra do autor de Boston.
O primeiro deles (e o melhor em minha opinião) é “The Drowned”, brevemente inspirado pelo conto “Os Ratos nas Paredes”, que traz a história de Edward De Lapoer (Bruce Payne), que acabara de herdar um velho casarão à beira de uma encosta, pertencente a Jethro De Lapoer (Richard Lynch) e descobre que seu ascendente perdera a esposa e filhos afogados em um acidente de barco, e após blasfemar contra a igreja e renegá-la, aceitam a ajuda de uma estranha e escamosa criatura anfíbia que lhe oferece o Necronomicon, contendo em suas páginas um sacrifício a Cthulhu (o mais famoso e importante ser mitológico de Lovecraft) que trará sua família de volta a vida, mas claro né, que não da mesma forma que anteriormente. Edward acaba por encontrar o livro e faz o mesmo ritual de sangue em um pentagrama para ressuscitar sua esposa, morta em um acidente de carro e afogada. Dá miseravelmente errado e o sujeito vai ter que enfrentar Cthulhu em pessoa, com direito a seus tentáculos e tudo.
A segunda história, “The Cold”, inspirado no conto “Ar Frio” começa com um repórter investigando o misterioso desaparecimento de pessoas em uma região, e o leva a descobrir a história de Emily Osterman (Bess Meyer), uma aprendiz de flautista que para se livrar dos abusos do padrasto se muda para um pensionato e conhece o excêntrico Dr. Madden (David Warner), com quem também virá a se relacionar, que, também por meio do famigerado livro, descobrira uma forma de viver para sempre, por meio de uma solução química extraído do fluído espinhal. Mas para isso, ele é obrigado a viver enclausurado em seu apartamento, em uma temperatura baixíssima, e renovar o composto sequestrando pessoas, com a ajuda de sua assistente, Lena (Millie Perkins), e extrair seus fluídos da espinha para usufruto.
O terceiro e último conto é o bizarro e nonsense “Whispers”, inspirado de forma muito vaga no conto “Um Sussurro nas Trevas”, onde uma policial grávida, Sarah (Signy Coleman) após um acidente de carro durante a perseguição a um assassino conhecido como “O Açougueiro” entra no porão de um velho prédio em busca de seu parceiro, Paul (Obba Babatundé) que fora retirado das ferragens a arrastado para seu interior. Lá ela conhecerá um casal estranho a beça, Sr. e Sra. Benedict (Don Calfa e Judith Drake, respectivamente), que a conduzirá para uma armadilha onde será usada como alimento para uma estranha raça alienígena de criaturas aladas canibais ancestrais.
Um dos principais pontos positivos de Necronomicon – O Livro Proibido dos Mortos, além de sua tamanha inventividade e ser uma das mais bacanas adaptações dos contos de Lovecraft para as telas, é que cada uma das histórias é dirigida por um diretor diferente que entende pra valer do riscado (Brian Yuzna dirige o segmento principal e o terceiro, Christophe Gans que mais tarde nos entregaria os ótimos Pacto dos Lobos e Terror em Silent Hill, o primeiro e Shûsuke Kanedo, o do meio, que dirigiria diversos filmes de Kaijûs como Gamera e Godzilla) e principalmente seus efeitos especiais dos especialistas Tom Savini (dispensa apresentações) e Screaming Mad George (que trabalhara com Yuzna em A Sociedade dos Amigos do Diabo, aquele da antológica cena da orgia). Além de mergulhar profundamente no universo fantástico de Lovecraft, com suas criaturas indizíveis e até mostrando decentemente Chthulhu, Necronomicon – O Livro Proibido dos Mortos ainda guarda para os fãs uma mistura de ficção científica macabra em “The Cold”, ambientação gótica vitoriana e pitadas de sobrenatural em “The Drowned” e abastada dose de gore em profusão, nojeiras e mutilações em “The Whisper”. Ponto para todos os envolvidos! Transportar nosso querido Howard Phillip para às telas é trabalho árduo, e muita das vezes, o resultado acaba totalmente trash sem um pingo de qualidade. Mas Necronomicon – O Livro Proibido dos Mortos surpreende e Yuzna acerta mais uma vez, assim como todos ali presentes nos créditos, proporcionando uma boa visão do universo de Lovecraft com muito daquilo que seus fãs realmente gostariam de ver.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/04/08/639-necronomicon-o-livro-proibido-dos-mortos-1993/

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