Direção: Eli Roth
Roteiro: Eli Roth, Randy Pearlstein
Produção: Evan Astrowsky, Sam Froelich, Lauren Moews,
Eli Roth; Jeffrey D. Hoffman (Coprodutores Executivos); Susan Jackson
(Produtora Executiva)
Roteiro: Rider Strong, Jordan Ladd, James DeBello,
Carine Vincent, Joey Kern, Arie Verveen, Robert Harris
Acho que Cabana
do Inferno para
mim foi um pouco prejudicado exatamente por esse buzz (antes mesmo da palavra buzz cair na
moda) por essa expectativa. Eu realmente esperava um filme completamente
diferente, sem todo o toque de humor negro, escracho e situações e personagens
caricatos. Hoje em dia, a gente tá ligado que essa é uma marca registrada de
Roth, mas não naqueles tempos. Esperava um filme sério, tenebroso, angustiante.
Confesso que acabei gostando mais dele em uma segunda ou terceira revisitada,
do que da primeira vez que o vi. Fato é que realmente os pontos altos são
exatamente a selvageria e ogore,
e o ponto baixo, o humor forçado que certas vezes funciona, e outras não
(leia-se o policial chapado tarado por festinhas ou o moleque loirinho de mullets que luta caratê e morde as pessoas).
Claro que não poderíamos esperar nada diferente de um produto com efeitos
especiais e maquiagem entregues pela KNB EFX de Kurtzman, Berger e Nicotero. E
o tema da fita é extremamente propício a isso: um vírus que corrói a pele
humana. Um banho de sangue e nojeira com direito a necrose cutânea, escaras,
feridas pustulentas e outras selvagerias como assassinatos violentos com tiros
ou pauladas e um cachorro com raiva estraçalhando uma garota, será o futuro de
um grupo propositalmente clichê de cinco jovens universitários que irão passar
o final de semana em uma propositalmente clichê cabana rústica no meio da
floresta. Logo no começo, um vagabundo encontra seu cachorro morto e acaba
contraindo o tal do vírus hemorrágico. Ao atacar os jovens em um surto misto de
loucura e de necessidade de auxílio, ele é queimado vivo e acaba por cair em um
riacho, que promove o abastecimento de água na região, o que irá infectar todo
mundo que beber o líquido. Instala-se um clima de paranoia entre os jovens,
gerando uma boa e velha febre da cabana (daí o título original, uma vez que não
há absolutamente nada de infernal naquele casebre de madeira), jogando-os um
contra os outros, além dos demais locais ao descobrirem o surto de infecção, obrigando-os
a lutar por suas vidas. É absolutamente perceptível a influência de Sam Raimi e
Peter Jackson (que adorou o filme e o exibiu três vezes para sua equipe
enquanto rodavaO Senhor
dos Anéis: O Retorno do Rei) com seus splatsticks Uma Noite
Alucinante (a
mais óbvia) e Fome Animal. Roth tenta, de sua forma, atualizar
os trejeitos desses dois clássicos escatológicos do splatter com humor, digamos assim, para uma
nova geração, metendo suas piadinhas sexuais ou de duplo sentido, como o lance
da arma para os “crioulos” que o sulista republicano white
trash guarda em sua
mercearia, e que vira uma excelente gag logo no final da fita. Fato é que Cabana
do Inferno catapultou
o nome de Roth e chamou a atenção de Quentin Tarantino, que virou parça do
diretor, produziu seu próximo filme, o suprassumo do torture
porn, O Albergue, o colocou
para dirigir um dos falsos trailers de Grindhouse e lhe deu o papel do emblemático
Antonio MAR-GHE-RI-TI em Bastardos Inglórios. E
todos os seus filmes são recheados de influências do ponto de vista de um
verdadeiro fã do cinema de horror, como o controverso Canibais (que finalmente estreou nos EUA na
semana passada) e seu resgate do ciclo italiano de canibais, Bata
Antes de Entrar (que
teve estreia adiada aqui no Brasil), e sua pegada Atração
Fatal e o
vindouro Meg, com seu tubarão
megalodonte gigante, sua empreitada no eco-horror. Cabana do Inferno foi o menor orçamento de um filme da
Lions Gate lançado em 2003 (1,5 milhões de dólares) e sua maior bilheteria (22
milhões), e o mais rentável filme de terror daquele ano. Gerou uma continuação,
que confesso não ter assistido, e recentemente foi anunciado um
remake (mas
hein, um filme com apenas 13 anos de lançamento já rendendo refilmagem?), onde
Roth será produtor executivo.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2015/10/02/731-cabana-do-inferno-2002/
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