Direção: Ray Kellogg
Roteiro: Jay Simms
Produção: Ken Curtis, Gordon
McLendon (Produtor Executivo/não creditado)
Elenco: James
Best, Ingrid Goude, Ken Curtis, Gordon McLendon, Baruch Lumet
O título original de O Ataque dos
Roedores é The Killer Shrews. A tradução literal seria Os
Musaranhos Assassinos. Você sabe o que é um musaranho? É o menor mamífero do
mundo. Só que o pequeno roedor é extremamente voraz, come mais que um elefante,
seu metabolismo é tão rápido quanto o de um beija-flor, e ainda tem veneno em
suas presas. Agora imagine um filme onde na trama, musaranhos gigantes,
geneticamente alterados, são assassinos e encurralam um grupo de pessoas em uma
cabana, em uma ilha deserta. Agora como se não bastasse a criatividade ímpar,
imagine que esses musaranhos são interpretados por cachorros! Isso mesmo,
cachorros fantasiados de roedores com pelos, máscara e rabo de rato! Acho que é
o cúmulo que o cinema bagaceira conseguiu chegar. Assim, seus olhos não estão
preparados para ver essa preciosidade. Normal vermos cães atuarem no cinema.
Olhem só o grande ator que é Rin-Tin-Tin, mas cães fantasiados de ratos
gigantes que ficam escavando a terra, roendo as paredes da cabana e atacando
seres humanos? Não poderia fazer um filme sobre cães assassinos, então? Sério,
é até chocante essa podreira. E como surgiram essas terríveis criaturas
mutantes? O capitão Thorne Sherman chega até uma ilha inóspita para trazer
mantimentos para o seleto grupo de moradores do local, um bando de cientistas
que está desenvolvendo um projeto secreto. Esse projeto, chefiado pelo Dr.
Marlowe Craigis em conjunto com o Dr. Radford Baines (interpretado pelo
produtor executivo do filme – não creditado – Gordon McLendon) visa acabar com
a fome do mundo, temendo a iminente superpopulação do planeta (mais ou menos
como o enredo de Tarântula, sabe?). Só que a ideia genial, excepcional,
merecedora de um prêmio Nobel, é reduzir as pessoas de tamanho, pois assim, a
humanidade comeria menos. Como ninguém pensou nisso antes ou ainda não colocou
essa ideia em prática? Enfim, para estudar uma forma de diminuir os seres
humanos sem afetar nosso metabolismo, o animal escolhido foi justamente o
musaranho. Só que a experiência dá miseravelmente errada e os musaranhos então
cresceram demasiadamente e estão rondando a casa, procurando saciar sua
incontrolável fome. Fora que eles têm a mordida venenosa também, não podemos
nos esquecer. Segue-se então uma luta do pequeno grupo, incluindo aí a filha do
Dr. Craigis, Ann e o salafrário Jerry Farrel, o “vilão” humano do filme
(interpretado pelo produtor Ken Curtis – PS: um filme que tem o orçamento tão
baixo onde os dois produtores fazem papeis chave no filme é porque a coisa é
BEM feia), pelas suas vidas, enquanto os demais vão sendo mortos, aumentando a
contagem de corpos. A solução final para eles fugirem em segurança pela ilha e
chegar até o navio atracado de Thorne também é emblemática. Eles criam
armaduras improvisadas com grandes barris de óleo, onde entram por debaixo
deles e vão caminhando até a praia. Tony Stark morreria de inveja! Mas
nenhuma tosqueira do filme vai superar os cães-musaranhos ladrando (sim, é tão
podre que eles ladram mesmo como cães) para suas futuras presas. Mas sabe o que
é realmente o pior de tudo? Que a droga do filme é bem conduzido até sua
metade. É até vergonhoso admitir, mas o diretor Ray Kellog consegue criar um
bom clima de suspense, primeiramente com a desconfiança de Thorne de que alguma
coisa muito errada está acontecendo, até por conta do pavor da mocinha e
urgência em ir embora. Além da ideia dos personagens estarem isolados naquela
cabana, sem nenhuma comunicação com o mundo, cercado por criaturas assassinas
mutantes, e tentar resistir para que eles não entrem e acabem com a raça de
todo mundo lá dentro, fora os conflitos de interesse e nervos exaltados que o
cárcere forçado faz surgir. É tipo uma versão roedora de A Noite dos Mortos-Vivos, feita quase 10 anos antes. Mas aí
depois os cachorros fantasiados aparecem e tudo é posto a perder! Assista O
Ataque dos Roedores. Não há como descrever a experiência, sério. É só isso que
tenho a dizer. E por incrível que pareça esse filme foi lançado no Brasil pela
Flashstar, e ainda em versão colorizada.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/20/115-o-ataque-dos-roedores-1959/
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