quarta-feira, 15 de julho de 2015

#115 1959 O ATAQUE DOS ROEDORES (The Killer Shrews, EUA)


Direção: Ray Kellogg
Roteiro: Jay Simms
Produção: Ken Curtis, Gordon McLendon (Produtor Executivo/não creditado)
Elenco: James Best, Ingrid Goude, Ken Curtis, Gordon McLendon, Baruch Lumet

O título original de O Ataque dos Roedores é The Killer Shrews. A tradução literal seria Os Musaranhos Assassinos. Você sabe o que é um musaranho? É o menor mamífero do mundo. Só que o pequeno roedor é extremamente voraz, come mais que um elefante, seu metabolismo é tão rápido quanto o de um beija-flor, e ainda tem veneno em suas presas. Agora imagine um filme onde na trama, musaranhos gigantes, geneticamente alterados, são assassinos e encurralam um grupo de pessoas em uma cabana, em uma ilha deserta. Agora como se não bastasse a criatividade ímpar, imagine que esses musaranhos são interpretados por cachorros! Isso mesmo, cachorros fantasiados de roedores com pelos, máscara e rabo de rato! Acho que é o cúmulo que o cinema bagaceira conseguiu chegar. Assim, seus olhos não estão preparados para ver essa preciosidade. Normal vermos cães atuarem no cinema. Olhem só o grande ator que é Rin-Tin-Tin, mas cães fantasiados de ratos gigantes que ficam escavando a terra, roendo as paredes da cabana e atacando seres humanos? Não poderia fazer um filme sobre cães assassinos, então? Sério, é até chocante essa podreira. E como surgiram essas terríveis criaturas mutantes? O capitão Thorne Sherman chega até uma ilha inóspita para trazer mantimentos para o seleto grupo de moradores do local, um bando de cientistas que está desenvolvendo um projeto secreto. Esse projeto, chefiado pelo Dr. Marlowe Craigis em conjunto com o Dr. Radford Baines (interpretado pelo produtor executivo do filme – não creditado – Gordon McLendon) visa acabar com a fome do mundo, temendo a iminente superpopulação do planeta (mais ou menos como o enredo de Tarântula, sabe?). Só que a ideia genial, excepcional, merecedora de um prêmio Nobel, é reduzir as pessoas de tamanho, pois assim, a humanidade comeria menos. Como ninguém pensou nisso antes ou ainda não colocou essa ideia em prática? Enfim, para estudar uma forma de diminuir os seres humanos sem afetar nosso metabolismo, o animal escolhido foi justamente o musaranho. Só que a experiência dá miseravelmente errada e os musaranhos então cresceram demasiadamente e estão rondando a casa, procurando saciar sua incontrolável fome. Fora que eles têm a mordida venenosa também, não podemos nos esquecer. Segue-se então uma luta do pequeno grupo, incluindo aí a filha do Dr. Craigis, Ann e o salafrário Jerry Farrel, o “vilão” humano do filme (interpretado pelo produtor Ken Curtis – PS: um filme que tem o orçamento tão baixo onde os dois produtores fazem papeis chave no filme é porque a coisa é BEM feia), pelas suas vidas, enquanto os demais vão sendo mortos, aumentando a contagem de corpos. A solução final para eles fugirem em segurança pela ilha e chegar até o navio atracado de Thorne também é emblemática. Eles criam armaduras improvisadas com grandes barris de óleo, onde entram por debaixo deles e vão caminhando até a praia.  Tony Stark morreria de inveja! Mas nenhuma tosqueira do filme vai superar os cães-musaranhos ladrando (sim, é tão podre que eles ladram mesmo como cães) para suas futuras presas. Mas sabe o que é realmente o pior de tudo? Que a droga do filme é bem conduzido até sua metade. É até vergonhoso admitir, mas o diretor Ray Kellog consegue criar um bom clima de suspense, primeiramente com a desconfiança de Thorne de que alguma coisa muito errada está acontecendo, até por conta do pavor da mocinha e urgência em ir embora. Além da ideia dos personagens estarem isolados naquela cabana, sem nenhuma comunicação com o mundo, cercado por criaturas assassinas mutantes, e tentar resistir para que eles não entrem e acabem com a raça de todo mundo lá dentro, fora os conflitos de interesse e nervos exaltados que o cárcere forçado faz surgir. É tipo uma versão roedora de A Noite dos Mortos-Vivos, feita quase 10 anos antes. Mas aí depois os cachorros fantasiados aparecem e tudo é posto a perder! Assista O Ataque dos Roedores. Não há como descrever a experiência, sério. É só isso que tenho a dizer. E por incrível que pareça esse filme foi lançado no Brasil pela Flashstar, e ainda em versão colorizada.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/20/115-o-ataque-dos-roedores-1959/

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