Direção: John Gilling
Roteiro: John Gilling, John Elder (História)
Produção:Anthony Nelson Keys
Elenco: André Morell, John Phillips, David Buck,
Elizabeth Sellars, Maggie Kimberly, Michael Ripper
A Mortalha da
Múmia é o terceiro filme envolvendo o monstro egípcio enfaixado
do estúdio inglês Hammer, famoso por imortalizar outras conhecidas criaturas
sobrenaturais como Drácula e Frankenstein. Aqui a produção segue a mesma linha
tanto dos filmes anteriores da própria Hammer, como da franquia da Universal da
década de 30 e 40: uma vingativa múmia retorna do seu sono milenar para cometer
uma série de assassinatos contra aqueles que perturbaram o descanso eterno de
seu amo. Dirigido pelo competente John Gilling, que também já havia entregue ao
estúdio Epidemia de Zumbis e A Serpente (ambos
de 1966), A Mortalha da Múmia em sua abertura nos leva a uma viagem
ao tempo para o ano 2000 a.C., onde a esposa do faraó Men-Ta morre ao dar a luz
ao seu primogênito, Kah-To-Bey, futuro rei do Egito. Sem perceber a conspiração
que seu irmão invejoso, Amen-Ta estava preparando para tomar o trono, o faraó
torna-se uma vítima fácil do ataque do irmão que foi acumulando um poderoso
exército enquanto o próprio preocupava-se apenas com os assuntos que envolviam
o bem estar do filho. Ao estourar a insurreição, Amen-Ta ordena que seu fiel
escravo Prem, fuja com Kah-To-Bey para impedir que ele fosse assassinado. Porém
durante a travessia pelo inóspito deserto, o garoto faraó acaba morrendo e
enterrado em um túmulo improvisado no meio do deserto, vestido com uma mortalha
que continha dizeres que traziam encantamentos relacionados à vida e a morte.
Pois bem, durante a década de 20, uma expedição liderada pelo proeminente
egiptólogo Sir Basil Walden (André Morell) e financiada pelo milionário
arrogante Stanely Preston (John Phillips), partem em busca do túmulo perdido de
Kah-To-Bey, junto do filho de Stanely, Paul Preston (David Buck), Harry Newton
(Tim Barrett) e a bela Claire de Sangre (que lembra um pouco a musa Barbara
Steele, com o mesmo tipo de beleza peculiar, porém loira). Ao chegar ao local onde o corpo
do jovem faraó repousa, logo o grupo é ameaçado por Hasmid (Roger Delgado),
guardião protetor da tumba e dos mortos que roga uma maldição nos aventureiros.
Sem se abalarem, o corpo de Kah-To-Bey é levado para o museu em Mezzara e
retifica-se que a múmia encontrada anteriormente e creditada a Kah-To-Bey era
na verdade de Prem, utilizando um amuleto real dado pelo menino antes de
morrer. Só que o famigerado Hasmid, auxiliado de uma velha cartomante irritante
chamada Haiti (Catherine Lacey), lê as inscrições proibidas da mortalha e traz
a milenar criatura de volta à vida para se vingar daqueles que violaram o
túmulo de seu amo. Um por um, começando pelo Sir Walden, vão sendo assassinados
pela força descomunal do monstro esfarrapado, chamando a atenção da polícia
local, que não consegue encontrar nenhuma explicação lógica para os
assassinatos, cedendo a superstição levantada por uma suposta maldição da
múmia, que só poderá ser interrompida quando Claire, a especialista em
hieróglifos do grupo que adentrou na tumba da Kah-To-Bey, ler o encantamento da
mortalha que poderá devolver a criatura ao seu sono eterno. A Mortalha da
Múmia é uma boa surpresa. É um filme interessante, claro que sem o mesmo
charme de A Múmia da Universal com Boris Karloff ou o filme
homônimo do final da década de 50 com Christopher Lee interpretando o
monstrengo. Mas é muito melhor que toda a franquia interminável da Universal
(que tinha um filme mais chato que o outro) e a bomba homérica que
foi Sangue no Sarcófago da Múmia, último da série da Hammer, quando o
estúdio inglês já estava em franca decadência. Gilling consegue fazer a
história fluir de forma simples e coesa, contando com boas atuações tanto de
John Phillips como chauvinista Stanley Preston, quanto do vilanesco Hasmid de
Roger Delgado ou mesmo o capacho de Preston, o pobre Longbarrow, vivido pelo
ator fetiche de Gilling, Michael Ripper (que esteve presente nos três filmes da
Hammer do diretor). Um ponto que fica devendo é a maquiagem da múmia,
interpretada por Eddie Powell, frequente dublê do estúdio. Não pense encontrar
o mesmo trabalho detalhado e impressionante de Roy Ashton em Christopher Lee, ou
mesmo do mestre Jack Pierce em Karloff. Aqui, a criatura de George Partleton é
das mais pobrinhas, e nem parece que está envolta em bandagens, e sim
nitidamente usando trajes brancos mesmo para simulá-las. Culpa do baixíssimo
orçamento do filme, já que os principais recursos financeiros eram gastos com
os filmes de Frankenstein e de Drácula. Uma curiosidade de A
Mortalha da Múmia é que erroneamente a narração da abertura do filme é
creditada a Peter Cushing e em muito locais é publicado que o ator inglês (que
estrelou Frankenstein Tem de Ser Destruído, filme que era exibido na
apresentação dupla junto de A Mortalha da Múmianos cinemas) foi o
narrador, porém segundo o IMDb, a Hammer não tem nenhum registro de quem narrou
a abertura, mas que definitivamente não foi Cushing. O filme chegou a ser
lançado no Brasil pelo serlo Dark Side, da Works Editora, junto com diversos
outros títulos da Hammer, trazendo o título de A Mortalha da
Múmia (tradução literal do original), ignorando o nome que recebeu quando
foi exibido na televisão brasileira: O Sarcófago Maldito.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/07/03/203-a-mortalha-da-mumia-1967/
Nenhum comentário:
Postar um comentário